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Um domingo diferente no bairro de Mãe Luiza

Moradores da comunidade tiveram uma tarde dedicada à cultura popular com direito a cordéis, jogos e livros

Publicada em 27/10/2011 Atualizada há 1 ano, 8 meses

Domingo, dia 23 de outubro. Jáera fim de tarde no bairro de Mãe Luiza e crianças corriam soltas pela Praça deEventos, entre jogos de tabuleiro – damas, xadrez e dominó – e a variedade delivros dos sebos Alquimista e do Bazar dos Artistas Potiguares. Aconteciaa primeira edição da Mostra Acordes eCordéis, evento produzido pela AteliêProduções em parceria com o SeboAlquimista e apoio do IFRN Cidade Alta.

No palco do evento passaramdiversos artistas da própria comunidade. Segundo Abaeté do Cordel, cordelista eproprietário da Casa do Cordel, aquela foi uma das principais formas dedescobrir e divulgar os talentos do bairro, além é claro, de aumentar aautoestima dos moradores que se envaidecem ao perceber tantos e bons artistas. Ahistória do bairro também foi contada, em cordel, pelo próprio Abaeté.

A iniciativa de organizar oevento partiu de Wilson de Souza, estudante do curso de Produção Cultural noIFRN e idealizador da Ateliê Produções. Wilson trabalha há 12 anos com teatro nacomunidade. Tendo em vista as várias ações já realizadas pelo IFRN Cidade Altaem diversas comunidades, o produtor percebeu que no campus ele encontraria umgrande parceiro para seu evento, juntamente com a colaboração de Abaeté doCordel.

Lerson Maia, diretor docampus Cidade Alta, também prestigiou o evento e comentou que o Instituto sempreapoiará iniciativas que provoquem impactos positivos nas comunidades. “A instituiçãonão deve se limitar aos seus próprios muros, e sim, levar conhecimento ao maiornúmero possível de pessoas. Nós procuramos realizar esse trabalho nascomunidades mais próximas ao nosso campus como Mãe Luiza, Passo da Pátria eAlecrim”, concluiu.

Joana D’arc é dona de um barlocalizado em frente à praça de eventos. Ela reclama da violência crescente nobairro [já foi assaltada e teve seu comércio saqueado várias vezes], porém, elogiaa organização do evento. “Hoje a programação tá bem diferente. Geralmente ébanda de pagode ou forró. Se não tiver nada as pessoas nem saem de casa,preferem ficar vendo TV”, comenta.

O objetivo da Mostra éproporcionar uma tarde que seja apreciada por toda a população, oferecendocultura, lazer e literatura, e aproximar a comunidade da riqueza cultural quefervilha na cidade, mas que nem sempre recebe o devido valor.