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Semana da Mulher

Ser mulher é ser quem você e não se encaixar nos padrões

Maria Fernanda se esforça para superar as dificuldades porque passa em sua rotina

Publicada em 17/03/2020 Atualizada há 1 ano, 8 meses

Maria Fernanda, aluna do Curso Técnico Integrado em Lazer

“Ninguém consegue nada sem esforço, sem dedicação, sem resiliência”, afirma Maria Fernanda, de apenas 19 anos, que, apesar de tão jovem, demonstra a maturidade e a sabedoria de quem, desde cedo, aprendeu a superar as dificuldades que enfrenta todos os dias. Orgulhosa, a estudante do 3º ano do curso técnico integrado em Lazer, diz que, para ela, “estudar no IFRN significa conquista, esforço e dedicação”.

Força esta inspirada em sua mãe, mulher que tem como referência e admiração. “Ela sempre lutou para conseguir as coisas que acreditava e, assim como ela, eu tento fazer todos os dias: não desistir das coisas que eu acredito”, destaca.

Coragem, força e determinação são os combustíveis que levam a menina a enfrentar seus medos para realizar seus sonhos. “Você não pode esperar que as pessoas façam as coisas por você. Você tem que correr atrás dos seus sonhos. Lute! Acredite nos seus sonhos, mas lute, persevere”.

Bastante consciente de quem é, o que quer, suas forças e limitações, Fernanda enfrenta dificuldades comuns a todas às mulheres: a insegurança nas ruas, o medo, o assédio. Porém, ressalta que sua maior dificuldade sempre foi a falta de representatividade. “No meio de tantos discursos politizados hoje sobre auto aceitação, sobre autoconhecimento, sobre como você é linda do jeito que você é, muitas vezes eu não encontro isso”, lamenta a estudante que, desde pequena, não se enxergava nos discursos sociais. “Na minha infância, eu não tive referências. Eu não via uma boneca, por exemplo, que não tinha um braço. Não. Eu procurava me encaixar num padrão, mas eu não tinha um”.

Desde muito cedo, percebeu que era diferente das outras crianças e que, por isso, sentia-se não se encaixar por não encontrar parâmetros. Um dia resolveu mudar isso. Decidiu parar de buscar modelos e ser, ela mesma, sua referência e para outras mulheres em sua condição. “Um momento marcante na minha vida foi quando eu compreendi que eu iria ser a minha própria referência, como mulher, como pessoa, como pessoa com deficiência”, declara a estudante.

Apesar de todas as dificuldades que passa e, mesmo ainda sendo muito jovem, ela alimenta um sonho, um sonho compartilhado pela maioria das mulheres: a maternidade. “O que mais me encanta na mulher é ela poder dar a vida a alguém. Isso é muito lindo. Eu não sei como é ser mãe, mas um dia eu quero saber”, diz emocionada.

Assim, com maturidade para entender os desafios, coragem para encará-los e sabedoria para distinguir o que pode ou não fazer, Fernanda encara suas batalhas diárias, sonhando e “correndo atrás” para realizar estes sonhos. “Hoje a vida não é fácil e eu queria sim me apoiar em algo que me desse referências, mas eu não encontrei. Foi quando eu percebi que eu iria ter minhas dificuldades a vida toda. Que eu iria ser assim. Que eu sou mulher. Que eu iria enfrentar certas coisas. E eu não iria mudar por isso. Não iria mudar pela opinião das pessoas, até porque se eu não me aceitasse do jeito que eu era, ninguém iria me aceitar”, encerra.

 

Mensagem às mulheres

O que eu gostaria de deixar de mensagem para as mulheres do campus é que elas não se vitimizem diante das situações. Eu sei, tem situações que só mulheres passam, mas que elas não se vitimizem. Que elas tentem superar suas dificuldades. A vida está aí para se viver. Ter coragem não é ausência de medos. É só enfrentá-los. Para finalizar, que vocês mulheres se amem do jeito que são e não queiram mudar por causa dos outros.

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