O cantor potiguar Geraldo Carvalho estará subindo ao palco do IFRN – Cidade Alta nesta quinta-feira (5), às 19h30 para apresentar suas poéticas canções. O show, que estava marcado para o dia 28 de agosto, precisou ser adiado por causa do apagão. O ingresso custa R$10,00 (mais um quilo de alimento não perecível).

PERFIL

Simpático e sorridente, Geraldo Carvalho de Oliveira Júnior, conversou conosco na manhã desta terça-feira (27) e abriu o seu diário pessoal. Solteiro, nascido em Angicos/RN, filho de ferroviário. Geraldinho, como ficou conhecido, poderia ser apenas mais um Geraldo, mas o seu talento o levou à voos mais altos. Aos 9 anos aprendeu a tocar violão e logo tomou gosto pela música. Seu palco inicial? As igrejas. Os sacros espaços abriram as postas para o talento do jovem músico servindo, também, de abrigo. “Morei num convento na Igreja do Galo, virei mascote dele. Foi importante pra mim”, lembra.

Aos 19 anos, Geraldo estudou canto e teoria musical na Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Logo comoçou a participar de festivais de música. Por aqui, em Natal, Geraldo esteve presente em oito edições do Projeto Seis e Meia, além do MPBeco, Forraço, dentre outros festivais.

Casou-se. Perdeu dois filhos. “Minha esposa não teve condições de sustentar a gravidez e acabou perdendo por duas vezes”, lembra. O casamento acabou, mas Geraldo ainda fala esperançoso sobre a possibilidade de, um dia, ser pai. “Eu ainda quero ter um filho”.

Mas a grande escola e o reconhecimento veio da Capital Federal. Em Brasília, Geraldo recebeu, em 2003, o Título de Cidadão Candango, concedido através do seu trabalho no Projeto Música na Arvore. “O Projeto foi uma ideia minha quando andava pelas ruas de Brasília e comecei a me encantar com as belas árvores”, lembra, “Brasília é uma cidade linda, muito arborizada”, completa”.

Sua música, sua fonte de inspiração, vêm da belas linhas dos, às vezes, tristes versos poéticos. “Gosto de musicar poemas. Para mim é um atrativo”, comenta. Geraldo teve a oportunidade de conhecer poetas e sua paixão pela poesia o levou cantá-las em seus discos. “Tive a oportunidade de conhecer Harold Campos e recebi dele a autorização para musicá-lo. Apenas Caetano e eu o musicamos”, conta. No seu primeiro trabalho, ele canta Manhecença, Jorge Fernandes, título também dado ao cd. Em 2002, Manhecença recebeu indicação do Prêmio Hangar de melhor CD lançado em 2001. No ano seguinte, recebeu o prêmio de melhor música executada em 2002 com a canção título do CD.

São mais de 25 anos de estrada e, hoje, Geraldo colhe bons frutos dos anos dedicados à música. De volta a Natal, ele apresenta um show especial com as músicas de seus dois trabalhos: Manhecença e Um toque a Mais, além de canções que estarão presentes em seu novo CD. O cantor se diz contente por poder voltar à Capital Potiguar para apresentar tudo o que aprendeu e conquistou ao longo dos anos. “É maravilhoso trazer para Natal tudo o que aprendi e também matar a saudade”, conclui.