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Secretaria de Educação de Nísia Floresta realiza cerimônia de encerramento de terceira fase do Tarralfas

Projeto do CNAT é voltado à alfabetização e letramento de pescadores de Pirangi do Sul

Publicada em 10/12/2019 Atualizada há 1 ano

Foto: Eduardo Fernandes

Na última segunda-feira, 09/12, aconteceu a cerimônia de encerramento da terceira fase do projeto Tarralfas. O evento, que foi realizado na Secretaria de Educação do Município de Nísia Floresta, reuniu alunos, agentes alfabetizadores e professores. De acordo com o professor José Mateus do Nascimento, coordenador do projeto, o trabalho encerrou sua terceira fase, que foi construída a partir do contato com aparelhos tecnológicos: “Na terceira edição, trabalhamos contextualização, trazendo equipamentos tecnológicos. Eles utilizaram telefones celulares para aprender a se comunicar e a fazer recado por meio do whatsapp. Também tiveram acesso aos computadores para digitar suas cartas. No período anterior, eles fizeram essas cartas manuscritas e, dentro do processo de inclusão digital, eles digitaram esse gênero textual, tendo esse primeiro contato com esse material tecnológico, cumprindo o objetivo do projeto, nessa terceira edição, que é a inclusão digital com letramento. Então, trabalhamos nesse processo de conscientização e de inclusão desses pescadores”.

Inclusão essa que contou com a participação de diversos professores como, por exemplo, a professora de Língua Portuguesa do Campus Natal-Central, Elisa Lima: “Eu fui convidada pelo professor Mateus para desenvolver a leitura e a produção de textos, com o grupo de pescadores de Pirangi, no qual ele já tinha desenvolvido a alfabetização. Para mim, foi uma experiência inusitada, na medida em que nunca havia trabalhado com adultos, sempre trabalhei com ensino médio e com ensino superior, e aí eu desenvolvi com eles várias produções textuais: receitas, rótulos, cartas pessoais e, a cada dia, eu ia me emocionando mais com o desenvolvimento deles. Além disso, eu construí uma relação extremamente afetuosa com eles, porque são pessoas que querem aprender, que gostam de estar ali, que estão ali porque escolheram isso. O que eu posso dizer é que o Tarralfas me fez escrever a vida de uma forma diferente”.

Com novos contornos, a vida dos alunos também ganhou linhas diferentes, à medida em que um outro caminho se desenhava pela frente, a partir de contatos com diferentes disciplinas. De acordo com o professor José Mateus, foram muitos os colaboradores nessa jornada: “Estão aqui os agentes alfabetizadores, a professora Elisa, que também nos deu suporte na área de Língua Portuguesa, os alunos da Licenciatura de Geografia, de Matemática, Física e de Espanhol. Eles também tiveram aulas de Espanhol, porque foi um pedido deles, para se apropriarem de alguns termos, porque eles têm a relação com turistas espanhóis aqui na região de Pirangi do Sul”.

E assim, pouco a pouco, a relação dos pescadores mudou. Não somente com os turistas que eles têm convivência, mas com o mundo em que vivem e com a maneira de se expressarem sobre ele: "Foi um prazer estar nesse projeto “Tarralfas” maravilhoso que ensinou muitas coisas a gente, a ler, a escrever. São professores maravilhosos. Aprendemos muito com eles. Eu não sabia identificar uma placa, já vou a qualquer canto, já sei me expressar melhor. Hoje foi um dia muito especial, porque conhecemos gente nova. É gostoso a gente hoje saber de alguma coisa, porque a gente sem saber ler não sabe nada. Hoje somos pessoas reconhecidas”, diz o aluno José Roquelane, com certificado de conclusão em mãos.

 

Palavras-chave:
ensino

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