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Brincar e Aprender: duas faces do mesmo jogo
Quando da Ciência e Ludicidade nasce a chave para aprendizagem
Publicada por Romana Xavier em 30/09/2025 ― Atualizada em 1 de Outubro de 2025 às 00:08
Parece uma brincadeira de criança e quem disse que não é? Aprender pode ser efetivo e afetivo. No silêncio de uma sala de aula, entre carteiras riscadas e olhares que se perdem nas páginas dos livros, nasce uma forma diferente de aprender: jogando.
É nesse cenário que se desenrola o projeto de extensão “Ludicidade e Geodiversidade: Experiências Educativas com Jogos em Sala de Aula”, da Diretoria de Extensão, do Campus Natal-Central do IFRN. Coordenado pela servidora Rosiney Araújo, o projeto é simples e ao mesmo tempo ousado: transformar conteúdos áridos das Geociências em aventuras lúdicas, capazes de despertar nos estudantes do Ensino Fundamental I e II o mesmo entusiasmo que sentem diante de um tabuleiro ou de um desafio virtual. Os jogos, sejam físicos ou digitais, tornam-se chaves que abrem portas para vulcões, minerais, rochas e paisagens, sem que seja necessário sair da escola.
A equipe, formada por 14 integrantes entre professores orientadores e estudantes dos cursos técnicos em Petróleo e Gás, Geologia, Mineração e das graduações em Engenharia de Energia, Engenharia Sanitária e Ambiental e Geografia, é quem constrói essa ponte entre ciência e brincadeira. Eles elaboram, testam e revisitam os jogos, além de alimentar a plataforma que dá vida às criações. O trabalho é coletivo, pulsante, feito de horas de pesquisa e de imaginação aplicada, sempre com a intenção de levar ao professor ferramentas pedagógicas alinhadas ao currículo e aos livros didáticos.
Nas turmas de 4ª a 9ª séries da rede pública, onde os jogos chegam, a atmosfera das aulas se modifica: o conteúdo se torna mais próximo, a curiosidade se acende e a aprendizagem se entrelaça com a alegria de jogar. Para os professores, os materiais surgem como aliados de baixo custo, capazes de ampliar o repertório em sala e tornar os conceitos de Geociências menos distantes e mais cotidianos. E para os estudantes do Campus Natal-Central do IFRN, a experiência extensionista é um laboratório vivo de prática, onde o conhecimento acadêmico se prova útil e transformador ao encontrar a escola básica.
A metodologia, que alterna criação, aplicação e reflexão, convida todos os envolvidos a repensar o ensino. Cada jogo testado abre espaço para diálogos, trocas de impressões e ajustes, garantindo que o material final seja mais do que divertido: seja também efetivo. E não se trata apenas de uma ação interna; os frutos também se espalham por feiras científicas, eventos acadêmicos e pelo portal DESGEO EDU, onde as experiências são compartilhadas com um público ainda maior.
O grande diferencial do projeto está no gesto de unir duas forças muitas vezes tratadas em separado: a ludicidade e a ciência. A primeira, com sua leveza e encantamento; a segunda, com sua precisão e complexidade. Juntas, elas formam uma estratégia que aproxima alunos de saberes geocientíficos e fortalece os laços entre o CNAT e as escolas parceiras. Inspirado pela necessidade de inovar em tempos desafiadores, sobretudo após a pandemia, o projeto demonstra que aprender pode ser também brincar, que compreender o mundo pode ter a mesma alegria de descobrir uma nova regra no jogo da vida.