Um espaço de ressocialização, educação ambiental e produção sustentável vem sendo semeado dentro dos muros da Penitenciária Estadual Dr. Francisco Nogueira Fernandes – Alcaçuz. Trata-se do novo projeto de Extensão do Campus Natal-Central do IFRN, que busca ampliar o viveiro de mudas já existente na unidade prisional, implementar o cultivo de hortaliças e plantas medicinais e, sobretudo, oferecer formação e trabalho a pessoas privadas de liberdade.

A proposta é coordenada pela servidora Luciana de Castro Medeiros, doutora e técnica-administrativa do CNAT, e conta com uma equipe formada por bolsistas e voluntários. Entre eles estão as alunas Nicole Souza da Silva (Engenharia Sanitária e Ambiental) e Maria Vitória Vieira dos Santos (Técnico em Controle Ambiental), além de colaboradores voluntários, dentre docentes, alunos, técnicos administrativos e representantes da própria penitenciária.

O público-alvo direto do projeto são dez apenados do regime fechado, que participam de oficinas teóricas e práticas sobre agrofloresta, preparo de substrato, plantio, irrigação, compostagem e noções ligadas à agricultura familiar. Indiretamente, outros internos também serão beneficiados, seja pelo contato com as plantas medicinais, seja pela melhoria na alimentação ou pelo convívio em um ambiente que valoriza o trabalho coletivo e o respeito à natureza.

Segundo a coordenadora, a metodologia aplicada é participativa, baseada na troca de saberes entre educadores e internos, de modo a estimular o protagonismo dos apenados. O diferencial do projeto está em articular educação ambiental, trabalho prisional e ressocialização em uma mesma ação. Como destaca a equipe, trata-se de um espaço formativo e transformador, que não apenas aproveita resíduos e fortalece a sustentabilidade, mas também cria novas oportunidades para que os apenados reconstruam seus vínculos sociais e familiares.

A inspiração para a iniciativa surgiu da necessidade de promover a ressocialização de forma prática e educativa, aliada à recuperação ambiental. "A experiência positiva do Projeto REPLANTAR, em 2024, que já havia implantado um viveiro de mudas em Alcaçuz, serviu como base e motivação para a ampliação desta iniciativa."

A visita do diretor da penitenciária ao Projeto Arboriza CNAT foi o ponto de partida. Agora, com mais mãos e corações envolvidos, o projeto floresce com a missão de reunir inclusão social e recuperação ambiental em um só propósito.