Evento
Pesquisa sobre gênero na Engenharia de Energia estará em evento no México
Evento acadêmico será de 08 a 11 de Março de 2026
Publicada por Romana Xavier em 29/12/2025 ― Atualizada em 29 de Dezembro de 2025 às 18:10
Uma pesquisa desenvolvida no Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) – Campus Natal-Central foi aprovada para apresentação na X IEEE World Engineering Education Conference (EDUNINE 2026), um dos mais relevantes eventos internacionais voltados à educação em engenharia.
A conferência acontecerá no período de 8 a 11 de março de 2026, na Cidade do México, e é organizada pela Education Society do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), em cooperação com o Conselho de Pesquisa em Educação e Ciência (COPEC) e, nesta edição, associada ao Tecnológico de Monterrey (México).
O trabalho aprovado, intitulado “Deconstructing Gender Stereotypes in Engineering Education: A Survival Analysis of Women’s Retention in Energy Engineering” (“Desconstruindo Estereótipos de Gênero na Educação em Engenharia: Uma Análise de Sobrevivência da Retenção de Mulheres na Engenharia de Energia”), integra o projeto “Uma década de formação em Engenharia de Energia no IFRN-CNAT” e analisa a permanência de mulheres no curso de Engenharia de Energia a partir de uma abordagem quantitativa e inovadora.
Pesquisa evidencia persistência feminina na Engenharia
O estudo investiga como estereótipos de gênero ainda influenciam a educação em engenharia, especialmente no contexto do Sul Global, questionando narrativas tradicionais que associam a evasão feminina a supostos déficits de desempenho. Para isso, a pesquisa analisou dados administrativos de 603 estudantes, matriculados entre 2016 e 2024, utilizando métodos estatísticos avançados, como a análise de sobrevivência de Kaplan-Meier.
Os resultados revelam que mulheres e homens apresentam taxas estatisticamente equivalentes de reprovação e retenção, contrariando leituras simplistas sobre desigualdade de desempenho.
Um dos achados centrais aponta para um fenômeno denominado pelos autores como “persistência absoluta”: nenhuma estudante abandonou o curso após o quarto semestre. Segundo a análise, os dois primeiros anos funcionam como um período crítico de validação identitária, no qual as mulheres que superam essa etapa desenvolvem alta resiliência acadêmica.
As conclusões indicam que políticas de equidade de gênero devem concentrar esforços especialmente nos anos iniciais da graduação, desmontando barreiras simbólicas e estruturais que impactam a permanência estudantil.
Formação científica e protagonismo feminino
Para a aluna pesquisadora Sofia, autora do trabalho, a aprovação no EDUNINE 2026 representa a concretização de um percurso iniciado ainda nos primeiros anos da graduação no IFRN: “Sinto-me realizada ao alçar mais um degrau em meu desenvolvimento acadêmico e pessoal, com o apoio fundamental da instituição e do meu professor orientador. Inevitavelmente, o reconhecimento deste projeto faz-me recordar dos anos iniciais da graduação, quando eu, ainda caloura, almejava os horizontes que a iniciação científica no IFRN poderia proporcionar à minha carreira. Hoje, sinto a gratidão de ver esse anseio ser realizado, transformando o desejo estudantil em uma conquista sólida e marcante”, afirmou.
A estudante também destacou o impacto simbólico e institucional da pesquisa: “A oportunidade de levar o nome do IFRN para um cenário global de educação, por meio de uma análise de gênero voltada ao curso de Engenharia de Energia, reforça a qualidade e a relevância da produção acadêmica brasileira. Espero que esta aprovação incentive mulheres e meninas da instituição a persistirem no protagonismo feminino dentro da pesquisa e da extensão”.
Iniciação científica com alcance global
O professor orientador Marcus, responsável pela condução acadêmica da pesquisa, ressaltou o papel formativo da iniciação científica e da atuação estudantil no IEEE: “O sucesso desta pesquisa no cenário global reforça o valor da iniciação científica como ferramenta de transformação. Mais do que um artigo aprovado, estamos entregando à sociedade uma engenheira com visão crítica e global”, destacou.
Segundo o docente, o ramo Estudantil IEEE do IFRN tem papel central nesse processo:“O Ramo Estudantil IEEE do IFRN tem sido o motor dessa engrenagem, transformando o potencial acadêmico em resultados tangíveis. Ver esse projeto alcançar o EDUNINE 2026 valida nosso esforço em manter a Engenharia de Energia do IFRN como um centro de referência que incentiva a diversidade e a excelência técnica em igual medida”.
IFRN no cenário internacional da educação em engenharia
A aprovação do artigo no EDUNINE 2026 reafirma o Campus Natal-Central do IFRN como espaço de produção científica relevante, comprometido com a qualidade acadêmica, a internacionalização do conhecimento e a promoção da equidade de gênero nas áreas tecnológicas.
Mais informações sobre o evento podem ser consultadas no site oficial da conferência:
🔗 https://edunine.eu/edunine2026/eng/index.php