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Projeto de Extensão

O tempo não pára: CNAT segue com caminhos abertos com a pessoa idosa

CPSI transforma a passagem dos anos em travessia ativa, afetuosa e coletiva

Publicada por Romana Xavier em 30/05/2025 Atualizada em 30 de Maio de 2025 às 17:13

Há um lugar, no coração do Campus Natal-Central do IFRN, onde o tempo não é visto como peso ou fim. É visto como rio que corre, levando consigo histórias, aprendizados e a coragem de continuar. Ali, onde os calendários não ditam limites, mas possibilidades, pulsa o Centro de Promoção da Saúde da Pessoa Idosa (CPSI) — projeto de extensão que, em 2025, completa 25 anos de travessia ao lado da maturidade.

O projeto, que já impactou diretamente mais de 20 mil pessoas idosas, é conduzido com o mesmo cuidado de quem escuta uma vida inteira contada em poucas palavras. “Consolidamos uma referência regional em promoção da saúde, inclusão e bem-estar da pessoa idosa”, afirma o coordenador professor Gustavo Britto, que vê no cotidiano do CPSI não apenas atividades, mas vínculos que atravessam os anos.

Não há rotina sem sentido. Toda ação é construída com escuta e intenção. A programação inclui atividades físicas, cognitivas, artísticas, culturais e tecnológicas — musculação, dança, grupo de psicologia, oficinas de idiomas, artesanato, piano clássico, inclusão digital, cursos FIC e muito mais. “A ideia é que a pessoa idosa não apenas participe, mas se reconheça como protagonista de sua própria caminhada”, diz o professor.

Hoje, mais de 1.100 idosos participam das atividades semanalmente, em ações que se adaptam às suas realidades e desejos. O projeto, gratuito e continuado, conta com uma equipe multidisciplinar formada por professores, técnicos, bolsistas e voluntários de diferentes áreas: da educação física à psicologia, da pedagogia à enfermagem. “É um trabalho construído a muitas mãos, com o toque de quem entende que o cuidado é, também, um gesto de resistência”, destaca Gustavo.

Mas o que torna o CPSI verdadeiramente singular é o que não se vê no papel: o afeto que costura as relações, o olho no olho que transforma o simples em essencial. “O vínculo entre equipe e participantes é algo marcante. O projeto não oferece só oficinas — oferece presença, pertença, dignidade”, explica o coordenador. O impacto vai além do campus: o CPSI também atua no combate ao etarismo e participa ativamente de espaços como o Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa (CEDEPI/RN).

A origem do projeto remonta à sensibilidade de docentes e servidores que, atentos à ausência de espaços para o envelhecimento ativo e digno, decidiram agir. Nascia, assim, não apenas uma proposta pedagógica, mas um pacto com a cidadania e a longevidade. Desde então, o CPSI tornou-se política institucional do IFRN, com reconhecimento público, prêmios e histórias marcantes — como a capacidade de adaptação durante a pandemia, quando seguiu conectando pessoas por meio de encontros remotos.

Para participar, os interessados devem ficar atentos aos períodos de inscrição divulgados pelo @cpsi.ifrn no Instagram. O processo é presencial, no Campus Natal-Central, e requer documentos simples. O projeto é gratuito, com taxa simbólica de matrícula (R$ 70,00) destinada à camiseta e carteirinha.

Ao olhar para trás, o que se vê não é o tempo que passou, mas o quanto se caminhou junto. O CPSI segue como correnteza firme, abrindo veredas para o envelhecer com autonomia, afeto e sentido. “Promovemos saúde física e mental, ampliamos o convívio, estimulamos o pertencimento. São pequenos gestos que reencantam a vida”, conclui Gustavo Britto.

Porque há algo de profundamente revolucionário em reconhecer, na velhice, não um fim, mas um movimento. E o CPSI é, há 25 anos, essa travessia contínua — feita de passos, memórias e encontros que se recusam a parar. Porque, afinal, envelhecer não é estagnar. É seguir correndo. Como um rio que sabe exatamente para onde vai.

Palavras-chave:
IFRN Direx CNAT Melhor Idade

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