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ONHB: quando os ganhos estão muito além das medalhas

Conheça a história de alunos que fazem brilhar a Olimpíada Nacional em História do Brasil

Publicada em 24/11/2020 Atualizada há 1 ano, 3 meses

No último domingo, 22/11, foi divulgado o resultado da XII Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB), promovida pela Universidade de Campinas (Unicamp). O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte foi premiado com 1 medalha de ouro, 2 de prata e 10 de bronze. Dessas, o Campus Natal-Central foi responsável pela conquista de uma de ouro e duas de bronze, através da participação das equipes “A Cobra Fumou”, “Catos Potiguares” e “Táxi Lunar”. No Campus Natal-Central, 261 participaram da ONHB. Dos quais 57 estudantes foram para final, desses, 09 foram medalhistas e os 48 demais receberam menções honrosas.

As equipes, que foram orientadas pelos professores Francisco Carlos e Gileno Câmara, são formadas pelos seguintes alunos medalhistas: Júlio César, Larissa dos Santos e Lívia Brito, da equipe “A Cobra Fumou” (Ouro); Aldair Pereira, Antônio Gabriel da Silva e Stephanie Gomes, da “Catos Potiguares” (Bronze); além das alunas Klicyelle do Nascimento, Yasmin Araújo e Leticya Pinto, da “Taxi Lunar” (Bronze). Os medalhistas também tiveram a importante colaboração de ex-alunos olímpicos do CNAT,  tais como: Viviane Nunes, Arthur Morais, André Carvalho, Mariana Garrido e Thaís Dias. Além dos ex-estudantes, os alunos também tiveram a orientação das professoras de Língua Portuguesa: "Gostaríamos de agradecer às professoras Érika Macedo, Maria Tânia e Kalina de Paiva que colaboraram conosco na produção de uma crônica dissertativa com teor histórico", disse o professor de História Francisco Carlos.

Mesmo com a pandemia, os alunos permaneceram motivados, pois a força que os leva a participar já virou tradição no Campus Natal-Central do IFRN e une professores, ex-alunos e alunos em sua própria história de amor com a Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB): “Sempre me interessei pelo estudo de História, e isso se intensificou bastante quando entrei no IFRN. Também me senti muito atraída pela atmosfera de companheirismo e empolgação que unia meus veteranos em torno da ONHB. Parecia ser uma experiência incrível e, agora que vivi, posso afirmar que é mesmo”, contou Yasmin Araújo.

Uma experiência que foi, de acordo com Francisco Carlos, um dos professores orientadores, repleta de mais desafios, em virtude da pandemia da COVID-19: “Antes, por exemplo, nós tínhamos a Sala de História do CNAT como ponto de referência e apoio para os nossos encontros e orientações. Contudo, com a pandemia, não tivemos, evidentemente. Isso acarretou em uma série de dificuldades, mas o empenho dos alunos, como sempre, foi espetacular”.

Tão espetacular que classificou 19 equipes para a grande final. O Rio Grande do Norte foi o segundo estado do Brasil que mais classificou alunos para a última etapa, fruto de muito preparo, com acompanhamento contínuo de professores e ex-alunos colaboradores. Segundo o aluno Aldair Pereira, o estudo foi intenso desde o dia da inscrição: “Começamos a realizar questões dos anos anteriores e ter vários debates acerca de história do Brasil”. Preparação essa que teve seguimento com o trabalho dedicado dos orientadores: “Nesses encontros, tínhamos orientações coletivas das questões, mas as equipes tinham autonomia para tomarem suas próprias decisões. Aliás, a construção dessa autonomia foi constantemente estimulada”, acrescentou o professor Francisco Carlos.

Autonomia que foi conquistada, passo a passo, junto à maturidade que, por sua vez, trouxe conquistas: “Nossa equipe vem se preparando desde edições passadas. Analisamos nossos erros cometidos, nos organizamos mais com relação às datas de entrega das respostas. Foco e preparação foram essenciais para que tivéssemos melhor desempenho”, analisou Júlio César, um dos alunos da equipe ganhadora da medalha de ouro. Conquista que trouxe para Larissa dos Santos uma sensação de gratidão: “Nossa, foi muito gratificante! Só em termos conseguido chegar até a final já foi uma vitória gigante, ainda mais conseguindo conquistar uma medalha de ouro! O sentimento é de gratidão a todos os professores orientadores, aos colegas que contribuíram com cada debate e aos ex-olímpicos que nos deram total suporte. Com certeza, foi uma mistura de gratidão, alívio, felicidade e surpresa”, revelou. Surpresa essa que também fez bater mais forte o coração de Lívia Brito, colega de equipe: “Eu fiquei emocionada, grata e muito feliz”.

Felicidade que veio através do estímulo para buscar medalhas e, acima de tudo, conhecimento: “A ONHB me fez desenvolver meu pensamento crítico e criar um gosto maior por história. Fiquei muito orgulhosa da minha equipe, quando descobri que conquistamos a medalha de bronze”, comemorou Stephanie Gomes. Uma comemoração merecida e que gera transformações significativas no processo de ensino-aprendizagem, segundo o professor Gileno Camara, que enfatiza: “Para o aluno, a medalha tem um significado todo especial, pois representa o seu sucesso particular diante de concorrentes de todo o Brasil. Contudo, a ONHB vai muito além de uma conquista individual ou de uma equipe em particular. O aluno que participa de uma olimpíada do conhecimento, como a ONHB, passa a ter uma visão mais ampla da ciência histórica e do conhecimento por ela produzido, gerando uma mudança positiva na relação ensino x aprendizado da disciplina”, enfatiza o docente. Nessa perspectiva, a aluna Klicyelle do Nascimento reflete que “A Olimpíada, além de proporcionar o conhecimento histórico em si, viabiliza a construção de uma aprendizagem analítica e crítica acerca dos acontecimentos e da sociedade em que estamos inseridos”.

Essa análise crítica permitiu aos alunos, ao mesmo tempo, o desenvolvimento de habilidades e a vivência de uma experiência única, como a do estudante Aldair Pereira: “Participar da ONHB foi uma das melhores experiências que tive nesse ano de 2020”. Sentimento compartilhado pelo colega de equipe, Antônio Gabriel de Araújo: “Esse é o meu primeiro ano no Instituto e fiquei muito feliz, foi como um sonho realizado, porque eu sempre quis participar, mas nunca conseguia, e o IFRN me deu a oportunidade. Foi muito complicado, pois tiveram dias que ficamos até de madrugada fazendo tarefas e resolvendo questões, juntos, pela internet, por exemplo, tudo bem cansativo. Os ganhos foram muitos, aprendemos bastante sobre história, sobre ONHB e sobre nós mesmos”.

Autoconhecimento para alunos, professores, colaboradores que, muito mais do que premiações, ganharam uma experiência ímpar, que perpassa o conhecimento em si. Aprendizado na disciplina e na vida, em um ano que entrará para a História como um dos mais desafiadores e transformadores no modo de ser e de viver da sociedade atual.

 

 

 

 

Palavras-chave:
ensino

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