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BOAS HISTÓRIAS

Mestranda do IFRN é 1º lugar em Concurso Público

Eloisa Arruda já foi aluna do curso de Licenciatura em Geografia do CNAT e hoje é mestranda do PPGEP no campus

Publicada em 12/02/2016 Atualizada há 1 ano, 3 meses

Foto: Wenderval Gomes

Se existe uma palavra para definir a trajetória de Eloisa Arruda, essa palavra chama-se ‘superação’. O termo que significa "ato ou efeito de superar" é um reflexo da vida dela.

Aos 28 anos, a mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional (PPGEP) do IFRN foi aprovada em 1º lugar no cargo de professor de Geografia da Diretoria Regional de Educação, Cultura e Esportes de Ceará-Mirim. Mais do que um mérito, a conquista é o resultado de uma vida pautada na insistência, perseverança e fé.

Filha de mãe solteira, natural de Natal, Eloisa aprendeu desde cedo a superar as adversidades da vida’. “Nós tínhamos que trabalhar para ajudar nossa mãe”, conta, enfatizando: “Eu era babá e trabalhava durante todo o dia e a noite era o tempo que me restava para ir à escola”, acrescenta.

Incentivada pela mãe, Eloisa terminou o ensino médio e foi além. “Quando a gente tem uma condição financeira não muito boa, a nossa linha final é ensino médio. Você precisa trabalhar! Mas eu cruzei essa linha, contrariei as estatísticas”.

A jovem estudante prestou vestibular em 2007 para Jornalismo na UFRN e Geografia no IFRN. Ficou na suplência do curso dos sonhos - ser jornalista - e acabou ingressando naquilo que ela tinha como segunda opção - licenciatura em Geografia. "Quando terminei o ensino médio o incentivo foi maior ainda, minha mãe sempre me dava conselhos: "vá, é a sua oportunidade, não ligue para o que os outros vão dizer"”, lembra.  “Se eu quero mesmo isso, tenho que abrir mão de algumas coisas; e foi o que eu fiz”, ressalta.

A vontade de vencer falou mais alto que a de desistir ainda quando Eloisa fazia a graduação. “Entrei em Geografia e pensei em desistir, não vou mentir, mas ela [mãe] sempre dizia "você tirou a vaga de uma pessoa". Minha mãe tem até a 5ª série e por isso essa vitória também é dela. Eu cruzei a linha final”, relata.

Atualmente “casada com o mestrado” (como ela diz) do PPGEP no CNAT, ser professora nem sempre foi seu grande sonho. “Desde sempre queria fazer jornalismo, eu tinha uma paixão por comunicação social”, recorda. “Mas em uma aula da professora Eulália Raquel, ela fez uma dinâmica e eu disse que estava ali só por estar. Disse que queria jornalismo, e ela falou: Você quer ser comunicadora? Respondi ‘sim’. Foi alí que ela me interrogou: "e você acha que professor é o quê?”, relembra.

A disciplina colocou no coração de Eloisa um novo desejo: lecionar. “Quando terminou a matéria eu já estava com a ideia de dar aula e, ao longo do curso, comecei a me apaixonar pela Ciência Geográfica”, explica.

Nas aulas, a visão acerca da ciência mudou, e as oportunidades que surgiram no decorrer do caminho confirmavam isso. “Geografia não estuda só o que aprendemos no ensino médio, estudamos todas as dinâmicas, e quando Natal foi escolhida para ser sede da copa do mundo, fui uma das desapropriadas.  Consegui discutir essa situação em minha monografia e a geografia estava lá”, detalha.

“Comecei a trabalhar no Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) e lá também vi geografia. Hoje ela faz parte de mim, não me vejo mais sem geografia e sem ser professora”, acrescenta.

Sobre o futuro, Eloisa conta que sonha em ser professora no IFRN. “Ainda não tem nem concurso em aberto, mas já estou pensando. Agora, seja o que Deus quiser”, finaliza sorrindo.