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Menção Elogiosa: conheça mais um pesquisador homenageado pela DIPEQ do CNAT

Professor une Educação e Ciência na prática da sala de aula

Publicada em 30/07/2021 Atualizada há 1 ano, 3 meses

Valdenildo Pedro da Silva, docente do Programa de Pós-Graduação de Uso Sustentável em Recursos Naturais (PPgUSRN), da Diretoria Acadêmica de Recursos Naturais, é um dos professores homenageados com a Menção Elogiosa, através do mapeamento diagnóstico feito pela Diretoria de Pesquisa e Inovação do Campus Natal-Central do IFRN (DIPEQ-CNAT-IFRN). Pertencente ao Núcleo de Estudos do Semiárido (NESSA), o docente investiga especialmente a Sustentabilidade espacial, nos diversos níveis de ensino.

A relação de ensino do professor nunca esteve distante da sua atuação enquanto pesquisador. Desde que ingressou na então ETFRN, ainda em 2015, o docente já buscava aliar o cotidiano em sala de aula com a prática investigativa contínua. Segundo o professor, porque não há como dissociar uma da outra, pois todo docente deve unir a aprendizagem ao rigor científico.

Ciência e Educação que caminham juntas em cada passo desse professor que enxerga na sustentabilidade o fator-chave inclusive para a maneira de avaliar e transformar o currículo e o próprio fazer pedagógico, segundo ele, na prática, ainda limitado.

E assim, buscando superar os limites e trazer mais benefícios a partir das descobertas científicas, o professor Valdenildo da Silva segue em frente, inspirando toda a comunidade acadêmica do Campus Natal-Central do IFRN. Conheça mais sobre o perfil, o método de trabalho e as ideias desse professor e pesquisador homenageado, que tanto é motivo de orgulho para todos os integrantes da Instituição.

Em que Grupo de Pesquisa e Linha de Pesquisa o senhor atua?

Atuo no Núcleo de Estudos do Semiárido (NESA) e na linha de pesquisa que envolve a abordagem sobre Sustentabilidade espacial no âmbito dos diferentes níveis de ensino escolar.

Há quantos anos o senhor trabalha como pesquisador? Quais seus trabalhos mais recentes desenvolvidos? Quais considera os mais relevantes?

Desde a minha admissão na ETFRN, em 2015, que tenho procurado envolver a prática educativa de sala de aula com a investigação científica e sistemática, pois acredito que o processo de ensino-aprendizagem de qualquer docente deve estar alinhado às descobertas de melhoria da qualidade de vida das pessoas, com rigor científico.

Os meus trabalhos mais recentes têm se voltado para a relação entre educação e sustentabilidade ecossocial, devido existir um currículo oculto de insustentabilidade no âmbito da sala de aula. As instituições de ensino têm se preocupado com a sustentabilidade a partir da Agenda 2030 das Nações Unidas, mas a prática cotidiana dos dirigentes e docentes ainda se mostra de forma limitada.

Pouco se sabe, de maneira sistemática, a respeito de ações das IES atreladas ao cumprimento de metas dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e, em especial, com relação ao ODS 4, no que tange à garantia de uma educação de qualidade inclusiva, equitativa e promotora de oportunidades de aprendizagem transformativa para todos. Por isso, a nossa preocupação tem sido a de investigar as estratégias educativas e contribuir para a inovação do ensinar-aprender da sala de aula por novos conhecimentos, atitudes e habilidades que nos conduzam a um futuro mais sereno, convivial e sustentável a partir da educação e do ensino escolar.

Considero relevantes todos os estudos realizados coletivamente com os alunos do curso técnico de Controle Ambiental, de Especialização em Gestão Ambiental, bem como com os meus orientandos do Mestrado profissional em Uso Sustentável de Recursos Naturais voltados à discussão da sustentabilidade espacial no âmbito da sala de aula da educação básica e do ensino superior. A sala de aula precisa melhorar as ações focadas no ODS 4, rumo a um futuro mais sustentável e próspero, priorizando as relações natureza-sociedade não hegemônicas com relação à abordagem da dimensão econômica. A sustentabilidade, noção polissêmica e transdisciplinar, é uma condição desejável que tem ficado restrita a uma mera visão sustentável pelo viés da economia. Precisamos mudar esse entendimento na sociedade por meio da educação, do ensino escolar de uma relação ecossocial.

O senhor trabalha com que tipo de pesquisa? Como é seu método de trabalho? Quem faz parte de sua equipe direta, há bolsistas ou o senhor trabalha sozinho? Utiliza laboratórios?

O fio condutor de nossas investigações científicas tem se pautado por uma investigação crítica do tipo qualitativa, permeada por uma visão dialética-fenomenológica. As pesquisas em curso têm envolvido, no curso dos últimos anos, estudantes do curso técnico de Controle Ambiental e, sobretudo, do Mestrado profissional em Uso Sustentável de Recursos Naturais.

Nesses anos de pesquisa, quais os diferenciais do seu trabalho enquanto pesquisador?

A originalidade do nosso trabalho de investigação científica centra-se na desmistificação do currículo oculto de insustentabilidade ainda amplamente dominante no âmbito dos diferentes níveis de ensino (do infantil ao superior). A abordagem da sustentabilidade e as estratégias de ensino das dimensões social e ambiental, na sala de aula, precisam se inovar com a adoção da Agenda 2030, nomeada pela ONU como “Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”. Essa agenda constitui um plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade, na busca do fortalecimento da paz universal. O plano indica 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS, e 169 metas, dentre os quais destaca-se o ODS 4 que prima por uma educação de qualidade frentes às atuais crises de sustentabilidade.

Como foi para o senhor o reconhecimento e o recebimento dessa menção que o CNAT fez aos professores que mais se destacaram enquanto pesquisadores?

Recebo essa menção com alegria e surpresa, mas ressalto que não fiz nada mais nada menos que se espera de um educador/professor comprometido com um ensinar-aprender “sério, alegre e competente”, usando palavras de Paulo Freire, que seja libertador e não bancário. Ser educador é investigar com rigor científico na busca de melhorar a qualidade de pessoas e dos seus meios vivenciais.

Na sua opinião, o que faz de alguém um grande pesquisador?

Primeiramente, deixo claro que não me classifico com um grande pesquisador. Pelo contrário, sou sempre um iniciante na pesquisa científica. Contudo, entendo que um pesquisador excelente ou grande deve estar motivado pela busca de respostas às problematizações e aos questionamentos que conduzam a melhoria da qualidade de vida das pessoas e do ambiente vivencial nas diferentes áreas de conhecimento. Ou seja, trata-se de um sujeito que deve procurar permanentemente desvendar soluções para os desafios ecossociais contemporâneos movidos pelo espírito científico, como pontua Gaston Bachelard.

 

Palavras-chave:
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