A manhã da última segunda-feira (23) foi marcada pela abertura do I Seminário Internacional Luso-Brasileiro, fruto da parceira entre o IFRN e a Universidade do Minho. Com o auditório lotado, o evento, realizado no dia do aniversário de 104 anos da Instituição, iniciou com a apresentação musical de Carol Benigno, aluna de Controle Ambiental, que deu vida aos acordes da sanfona no repertório de Luiz Gonzaga.

Na ocasião, o diretor do Campus Natal Central, professor José Arnóbio de Araújo Filho, deu as boas-vindas para a comunidade e citou o educador pernambucano Paulo Freire, ao ressaltar que “é preciso diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, até que a sua fala seja também a sua prática”, lembrando a importância da coerência entre os discursos e as atitudes. Também estavam presentes o reitor Belchior de Oliveira Rocha, o pró-reitor de Pesquisa José Yvan Pereira Leite, a vice-reitora da UFRN Maria de Fátima Ximenes e os representantes da UFERSA e das Secretarias de Educação do Estado e do Município.

Durante o evento, o reitor Belchior de Oliveira saudou a todos e relembrou a história da Instituição: “Bom dia. Sejam todos muito bem-vindos. Saudações especiais aos professores, administrativos e alunos. Chegamos aos 104 anos, começando com a Escola de Aprendizes Artífices, época em que éramos 19 escolas da rede espalhadas pelo país. Hoje, com mais de 23.000 alunos do IFRN, temos somente no Rio Grande do Norte 19 unidades de ensino e teremos mais duas em breve. Angicos, aqui no mesmo RN, foi onde Paulo Freire alfabetizou com sucesso em apenas um mês. E vamos relembrar esse marco no aniversário da escola, que acontece no terceiro dia da primavera,  com a certeza que muitas flores nasceram e frutificaram através dos 37 institutos federais existentes no Brasil. Queremos parabenizar a todos os envolvidos nesse processo de educação”.

A primeira palestra sobre educação, que teve como foco as contribuições pedagógicas de Paulo Freire, foi proferida pelo expositor Licínio C. Lima, professor catedrático da Universidade do Minho. Após a palestra, houve espaço para perguntas abertas da comunidade. No turno vespertino, a programação teve continuidade com uma apresentação cultural do cordelista e poeta Mangabeira, seguida da exposição do vídeo “40 horas na memória”, de Passos Júnior com a equipe da UFERSA. O vídeo trouxe para o público um mergulho na vida dos egressos de Angicos, alfabetizados por Paulo Freire.

O segundo momento, após a exposição do vídeo, se deu repleto de emoção do público, com a visita surpresa da turma de egressos da cidade de Angicos, que veio especialmente para o seminário. Os angicanos alfabetizados por Paulo Freire puderam conversar com a comunidade sobre a experiência que viveram e falar sobre a transformação que a educação pode proporcionar à vida deles e às gerações seguintes. Segundo Dona Eneide, hoje professora e, na época alfabetizada ainda criança por Paulo Freire : “Fiquei muito feliz em poder estar hoje aqui com vocês. Aprendi, aos 6 anos, sentada no colo do meu pai e com minha mãe ao lado. Naquele momento sonhei em ser professora. Eu me sentia como adulta, aprendi sobre democracia e li sobre a constituinte. Naquela sala de aula, vivenciamos momentos de amor, conversas, diálogo. Era uma sala de aula que, se existisse hoje assim daquele jeito, muitos alunos não abandonariam a escola”.

O evento prossegue nesta terça-feira (23), a partir das 8h30, com apresentações culturais, palestras, mesas-redondas e painéis. (veja a programação).

Mais informações na página do evento ou pelos telefones 4005 0791 / 0750.