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Extensão

Entre ciências, linguagens e trilhas: Direx leva saberes à vida escoteira

Quando a matemática se encontra com o escotismo, números ganham vida e o ensino descoberta coletiva

Publicada por Romana Xavier em 26/09/2025 Atualizada em 26 de Setembro de 2025 às 14:48

Na última tarde de sábado, 20 de setembro de 2025, um campo de aprendizagem se abriu entre nós. Não havia quadro, giz ou lousa, mas o céu como teto, o verde como sala e a curiosidade como guia. Foi nesse cenário que, coordenado pelo professor Rafael Pereira Melo, nasceu a primeira intervenção do projeto de extensão “Saberes e Práticas no Escotismo: Explorando Ciências e Linguagens”, iniciativa da Diretoria de Extensão (DIREX) do Campus Natal-Central do IFRN.

O projeto é uma continuação — e também uma expansão — de uma experiência anterior, "Escoteiros e a Matemática”, que uniu, de forma criativa, o universo da matemática ao movimento escoteiro. Inspirado pela vivência pessoal da coordenação com o escotismo, o projeto encontrou nesse espaço educativo não formal um território fértil para cruzar trilhas: a formação cidadã dos jovens escoteiros e lobinhos com a formação inicial dos licenciandos em Matemática do CNAT do IFRN.

Matemática em campo aberto

Neste encontro com o 52º Grupo Escoteiro Henrique Castriciano, 15 estudantes de Licenciatura em Matemática mergulharam no desafio de traduzir conteúdos em experiências lúdicas. Divididos entre seções de escoteiros e lobinhos, aplicaram as mesmas propostas pedagógicas, mas adaptadas ao olhar e à idade de cada grupo. A intervenção marcou a conclusão do Nível II da especialidade em Matemática, já que o Nível I havia sido explorado no projeto anterior.

No “Escoteiros e a Matemática”, os jovens haviam sido convidados a conhecer biografias de matemáticos célebres, a construir uma Torre de Hanói com materiais recicláveis e a desvendar as figuras do Tangram. Agora, no Saberes e Práticas, avançaram com novos desafios: definir a matemática e seus três principais ramos, resolver as quatro operações básicas e aprender a lógica dos Sudokus, percebendo nesse jogo mais do que passatempo, mas uma ferramenta de raciocínio e concentração.

Uma matemática que respira

Cada atividade seguiu orientações da União dos Escoteiros do Brasil, mas foi pensada para romper com a visão tradicional da disciplina. Ao invés de fórmulas rígidas e abstratas, o projeto propôs uma matemática que respira, que se joga, que se descobre em grupo. Entre torres, peças geométricas, operações e jogos de lógica, o conhecimento se fez ponte entre mundos: entre os escoteiros que aprendem e os licenciandos que ensinam — e que também aprendem, ao reinventar sua própria prática pedagógica.

Assim, a Diretoria Acadêmica de Ciências do Campus Natal-Central (DIAC-CNAT) reafirma o compromisso de formar docentes inovadores e de ampliar os horizontes da educação para além dos muros escolares. Nas trilhas do escotismo, os saberes ganham corpo, movimento e sentido, transformando-se em experiências que acompanham a vida, como quem aprende a caminhar pela mata, guiado pela luz da cidadania e pelo espírito da coletividade.

Palavras-chave:
Projeto Matemática Escotismo DIREX CNAT