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Diretoria de Pesquisa

Diretoria de Pesquisa e Inovação: a engrenagem do conhecimento científico

Conheça as ações e objetivos prioritários da nova gestão para a área

Publicada em 30/04/2020 Atualizada há 1 ano

Autor de três livros e com mais de 100 artigos científicos publicados em periódicos e anais de eventos científicos, Handson Pimenta é PhD em manufatura sustentável pela Universidade de Cranfield University. O novo diretor de pesquisa trabalhou com empresas como llly café, Asics, Coca-cola Enterprise, Natura, M&S sobre mecanismos de difusão de práticas de sustentabilidade ambiental e social em cadeiras de produção.

Handson Pimenta é engenheiro de produção, além de tecnólogo e técnico em meio ambiente. Atualmente ele é revisor de periódicos nas áreas de Engenharia de Produção e Gestão Ambiental.

Quando questionado sobre os objetivos  prioritários da nova Diretoria de Pesquisa e Inovação para a área, Handson enfatizou a necessidade de "consolidar, integrar e melhorar a governança e a comunicação dos grupos de pesquisa e difundir o conhecimento gerado". Confira a entrevista:

  1.  Quais serão as principais ações planejadas para a Diretoria de Pesquisa?

A pesquisa e a inovação são  dois dos principais pilares que fundamentam a atuação de uma instituição de ensino e auxiliam nos processos de ensino-aprendizagem e na aproximação da sociedade para o atendimento às demandas.

As ações, apresentadas à comunidade durante a campanha eleitoral e priorizadas durante a fase de transição, terão como eixos principais os grupos de pesquisa; o desenvolvimento, a aplicação e a difusão do conhecimento gerado; e a cultura para inovação. Assim, a nova Diretoria de Pesquisa e Inovação trabalhará para implementação das seguintes ações prioritárias:

- desenvolvimento de um diagnóstico sobre a produção bibliográfica e técnica, dos pesquisadores e da capacidade organizacional dos grupos de pesquisa do CNAT;

- desenvolvimento de rotinas administrativas e acadêmicas de pesquisa (gestão, fluxo de informação, infraestrutura, publicidade e comunicação) como apoio aos grupos;

- adoção de um sistema de monitoramento contínuo para estímulo da produção bibliográfica e técnica dos grupos de pesquisa;

- capacitação de pesquisadores (docentes, discentes e técnicos) para a escrita de projetos, seleção de periódicos e escrita de artigos científicos, ativos de propriedade intelectual e produtos técnicos e tecnológicos;

- estímulo às parcerias entre os grupos de outros campi e instituições, além de parcerias internacionais;

- implementação de um portal para divulgação dos grupos de pesquisa, pesquisadores, expertises e dos produtos tecnológicos e inovação;

- engajamento de professores em projetos de pesquisa com a FUNCERN e a Incubadora Tecnológica do CNAT;

- aplicação e geração de conhecimento para solução de problemas do Campus na área de gestão, de uso de recursos naturais (água e energia), de tecnologias, de ensino etc.;

- integração dos núcleos de pesquisa com a sociedade, as empresas, os arranjos produtivos, as instituições governamentais e o terceiro setor, focando nas soluções técnicas e tecnológicas de problemas e na criação de ambiente inovador;

- incentivo à cultura empreendedora e criação de startups e spin-offs;

- fortalecimento dos programas de pós-graduação do CNAT;

- potencialização do programa de incubação.

 2. Quais os objetivos dessas ações?

A implementação das ações planejadas, de uma forma geral, levará à consolidação, à integração, à melhoria da governança e à comunicação dos grupos de pesquisa do CNAT. Gerar e aplicar conhecimentos para atendimento de demandas reais do CNAT e da Sociedade é também um dos grandes objetivos das ações planejadas pela DIPEQ. Por exemplo, podemos focar no uso eficiente de recursos como água e energia, além do combate ao desperdício do uso de materiais. Temos 44 grupos de pesquisa que poderão gerar, dentro das suas expertises e linhas de atuação, ou de forma integrada, soluções para o CNAT, passando desde a aplicação e/ou desenvolvimento de produtos técnicos e tecnológicos, soluções organizacionais, ações educativas, entre outros.

Vale lembrar também da expertise e das experiências do CNAT em vários projetos com impacto social, desenvolvidos colaborativamente com FUNCERN. Acredito que podemos potencializar ainda mais esses projetos, mapeando nossas capacidades e expertises, promovendo uma maior integração entre pesquisadores e grupos de pesquisa e adotando ferramentas para difundir nosso conhecimento gerado. Portanto, consolidar os grupos de pesquisa e difundir o conhecimento serão objetivos prioritários da nova Diretoria de Pesquisa e Inovação.

Além disso, implementar uma cultura de inovação e empreendedorismos será outro objetivo das ações planejadas pela DIPEQ. A equipe da Incubadora do CNAT vem desenvolvendo um trabalho muito sólido com entregas robustas, por exemplo a taxa de sucesso de empresas graduadas. Trabalharemos muito próximo dessa produtiva equipe para fortalecer as ações desenvolvidas, ampliar a iniciativa hotel de projetos, além de promover outras iniciativas, como hackatons.

3. Quais serão os principais diferenciais que se pretende agregar à nova Diretoria de Pesquisa?

Pretendo trazer para a DIPEQ as experiências e os conhecimentos que tive como pesquisador do Centro Inglês de Manufatura Sustentável (CIS) durante meu doutorado e como coordenador do Mestrado Profissional em Uso Sustentável (PPgUSRN) do CNAT. Acredito que esses elementos serão os principais diferenciais a agregar. Acredito ainda que minha formação, em especial minha história na ETFRN e CEFET poderá ser somada. Entre 1996 e 1999 fui aluno da segunda turma do técnico integrado em tecnologia ambiental. Nesse período, além da formação ética, práticas esportivas, me identifiquei muito com o que se tornou meu campo de atuação profissional, gestão ambiental empresarial. Devo isso, em especial, a professores que traziam uma vivência de mercado grandiosa e um projeto de iniciação científica que participei com o renomado professor André Calado. No antigo CEFET, fiz minha graduação tecnológica em meio ambiente. Como engenheiro de produção, a gestão de processos, a gestão de risco, a gestão financeira, a gestão de pessoas e o desenvolvimento de produtos serão elementos que serão diretamente aplicados na gestão da DIPEQ. Durante o doutorado, na Universidade de Cranfield, tive a oportunidade de ser bolsista do CNPq e trabalhar no CIS fomentado pelo EPRSC (Agencia inglesa de fomento a pesquisa científica em engenharia e física) e uma quantidade impressionante de empresas líderes em sustentabilidade, incluindo a Asics, Unilever, Toyota, CCE, entre outras. A aproximação com essas empresas para gerar soluções sustentáveis usando o rigor científico foi algo marcante para mim. Além disso, trabalhei com a teoria da difusão da inovação para estudar como empresas engajam fornecedores para difundir as melhores práticas ambientais e sociais. Um dos fatores de sucesso que identifiquei, para potencializar a difusão das práticas, foi a existência de uma capacidade organizacional adequada (estrutura, rotinas, tecnologias, entre outros) para tanto, empresas focais quanto fornecedores, além de existência de canais claros de comunicação. Vivenciar a implementação de projetos e programas e a difusão de melhores práticas em sistemas industriais no CIS é algo que pretendo trazer para a DIPEQ.

Em 2017, fui eleito pelo colegiado como Coordenador do PPgUSRN. Entre as ações desenvolvidas frente à coordenação, entre o período de junho de 2017 à janeiro de 2020, com apoio dos professores, técnicos da SEACREN/DIAREN e discentes, destaco:

- Reestruturação do laboratório dos alunos (triplo de computadores, melhor layout e comunicação visual);

- Implementação do programa de monitoramento de egressos;

- Implementação do programa de monitoramento de produção científica e técnica de docentes, discentes e egressos;

- Implementação da rotina de pré-qualificação, onde os alunos passaram a ter a oportunidade de melhor refinar o projeto de qualificação do TCC;

- elaboração e implementação de instruções normativas para estabelecer rotinas e fluxos de informações para a qualificação, elaboração de TCC e defesa, solicitação de diplomas, aproveitamento de créditos especiais;

- indução da produção bibliográfica e técnica do PPgUSRN, através do estabelecimento de uma instrução normativa pela qual os discentes, antes de irem para defesa, precisam comprovar uma produção desenvolvida ao longo da jornada no mestrado, incluindo artigos de eventos classificados pelas CAPES, submissão e publicação de artigos em revistas cientificas, livros ou capítulos de livros e desenvolvimento de produtos técnicos e tecnológicos;

- revisão do Regimento do PPgUSRN, modernizando-o e melhor alinhando-o com os regramentos da CAPES;

- negociação com a PROPI, para publicação de uma edição especial dos trabalhos de conclusão de curso de egressos do PPgUSRN. A edição foi publicada em dezembro de 2019 (http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/issue/view/169).

- oraganização de eventos:

 semanas de integração – novos alunos, alunos em curso, professos, grupos de pequisa e palestras

 Semana de qualificação e defesa: as defesas dos trabalhos de TCC ocorreram durante duas semanas, sendo organizada em um formato de seminário de defesas e amplamente divulgada. A mesma sistemática também foi utilizada para os 18 projetos qualificados em 2019.

 Seminário industrial: a Toyota divulgou o Projeto “Toyolex Natal disseminando a consciência ambiental”, com objetivo de divulgar os benefícios ambientais de um veículo híbrido da marca e do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) da concessionária Toyolex.

 Palestra Internacional: “What is our problem with energy and resources?” ministrada pelo Professor Reinhart Job da Müenster University of Applied Sciences.

- implantação, sob orientação da professor Daniele Freitas da DIATINF, do portal do PPgUSRN (http://ppgusrn.cnat.ifrn.edu.br/). Destaca-se que o site também apresenta uma versão em língua estrangeira: Inglês. No site do PPgUSRN , também foi criada uma página chamada egressos, onde é possível visualizar uma Página de depoimentos dos egressos sobre o programa e de Banco de Talentos. No último, o egresso informa uma breve descrição da sua formação acadêmica e áreas de atuação, além do respectivo contato. Essa prática de divulgar nossos egressos induz a uma melhor interação com a sociedade e inserção profissional.

- Internacionalização do PpgUSRN: Projeto de prospecção de convênios, desenvolvimento de projetos e aulas para programas de pós-graduação junto com as universidades de Coimbra e Minho e o Instituto Politécnico de Coimbra, em Portugal, e as universidades inglesas Aston, Cranfield, Cambridge e York.

- Quais são os principais desafios da Diretoria de Pesquisa?

O orçamento limitado configura o grande desafio da DIPEQ. A criação de editais de projetos de pesquisa para solução de problemas internos ao CNAT será discutida com os grupos de pesquisa como uma alternativa de otimização do orçamento. Pretendemos ainda criar um sistema de mapeamento e classificação de eventos científicos, incluindo iniciação científica, de acordo com as áreas de pesquisa, como é adotado Capes e pelos programas de pós-graduação. Desta forma, buscaremos garantir a publicação das pesquisas do CNAT nos eventos mais relevantes das áreas. É importante frisar que novos eventos não serão descartados, mas precisarão ter critérios objetivos para publicação (por exemplo, periodicidade garantida, forma de publicação, exemplo anais com ISBN ou livro). Acredito que além de aumentar a visibilidade da pesquisa do CNAT, também será uma forma de otimizar o uso de recursos públicos.

Além disso, observei um certo distanciamento dos grupos de pesquisa nos processos internos da DIPEQ. Por exemplo, no processo de seleção de projetos de pesquisa, existe um grande esforço significativo para se garantir os docentes para revisão. Muitas vezes, pela ausência de professores voluntários, a revisão é efetuada pela DIPEQ. Os grupos de pesquisa, em especial através dos líderes, terão total envolvimento nisso. Vale lembrar que a liderança e a participação em grupos de pesquisa são atividades regulamentadas no PIT/RIT. Em adição, são atividades que devem ser reportadas no currículo Lattes como produção técnica. Dessa forma, é salutar a participação de todos os docentes credenciados nos grupos em processos da DIPEQ como esse.

Após o retorno das aulas, uma avaliação SWOT será conduzida com os lÍderes de grupos de pesquisa e incubadora para mapear, mais precisamente, os desafios e validaras ações planejadas e traçar um planejamento mais sistêmico da DIPEQ.

 

 

 

 

 

 

 

 

Palavras-chave:
ensino

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