DIACIN
DIACIN: a Indústria que solda sonhos
Com energia, a Diretoria de Indústria movimenta projetos, supera desafios e produz conhecimento
Publicada por Romana Xavier em 23/07/2025 ― Atualizada em 23 de Julho de 2025 às 08:52
No coração do Campus Natal-Central do IFRN, pulsa uma indústria que gera conhecimento. Um complexo de laboratórios, saberes técnicos e vocações em formação: é a Diretoria de Indústria (DIACIN), onde a ciência veste macacão, calça botas e movimenta máquinas. Uma engrenagem que não pára e solda sonhos que perpassam o tempo.
Para o ano de 2025, a diretoria tem olhares voltados ao futuro, mas sem esquecer o legado que sustenta seus alicerces. À frente desse chão de fábrica, o diretor da DIACIN, professor Jaques Costeau, compartilha os caminhos, conquistas e desafios da área.
“Vivemos um momento de revisão das ofertas institucionais”, afirma o gestor. Depois de mais de uma década, os cursos técnicos de Eletrotécnica, Mecânica e Petróleo & Gás foram atualizados. “A última revisão desses cursos foi em 2011, e muita coisa mudou na indústria de lá para cá. Hoje, temos disciplinas mais modernas, com uma matriz que reflete melhor o setor produtivo”, detalha. E 2025 não será apenas um ano de transição curricular. Em novembro, a DIACIN celebrará os 10 anos do curso de Engenharia de Energia, primeira graduação em engenharia do IFRN, com um evento voltado à reflexão sobre o papel desse profissional na sociedade atual.
Entre as metas da diretoria, os prazos se desdobram como peças de um maquinário em movimento contínuo. A curto prazo, o desafio é lidar com a migração curricular e suas consequências — novas disciplinas, adaptações dos estudantes, reestruturações pedagógicas. “É uma realidade que viveremos por alguns semestres, pelo menos”, explica o diretor. A médio prazo, o foco recai sobre a infraestrutura física. Com quase 30 laboratórios, a DIACIN opera como uma pequena indústria dentro do IFRN, e enfrenta dificuldades relacionadas à manutenção de equipamentos e espaço físico. “Lidamos com máquinas de alto valor agregado e insumos com custo elevado. Vamos buscar adequações para atender melhor nossos estudantes”, pontua.
No horizonte de longo prazo, desenha-se uma renovação significativa do corpo técnico e docente: “Hoje, 20% dos professores estão em abono de permanência, e esse número vai ultrapassar os 50% em oito anos. Precisaremos repor essas vagas com urgência”, alerta. Em relação aos técnicos, o cenário é ainda mais complexo: funções como ‘mecânico’, ‘marceneiro’ e ‘eletricista’ já não constam nos planos de carreira atuais. “Vamos precisar de criatividade e articulação para manter a força de trabalho essencial aos nossos laboratórios.”
Mesmo diante de tantas exigências, há também espaço para avanços. A atual gestão aposta em aumento da oferta de turmas e em uma maior sistematização dos processos via SUAP, como forma de garantir histórico institucional e facilitar decisões futuras. “Existe um sentimento forte de continuidade, mas também de ação. Talvez com o sangue novo, consigamos tirar do papel algumas ideias engavetadas”, diz o diretor com esperança.
As parcerias com o setor produtivo são outro ponto alto da atuação da DIACIN. “Temos colaborações com a Marinha do Brasil, o Corpo de Bombeiros e empresas do setor. Nossos docentes visitam mais de 200 estudantes em estágio todo ano. Esse diálogo com a indústria é o que mantém a prática docente viva e atualizada”, enfatiza.
Por fim, o maior obstáculo segue sendo a limitação orçamentária. “A cada ano, o orçamento diminui e os custos aumentam. Há menos bolsas, menos viagens técnicas, menos investimento em insumos e equipamentos. Nossa maior dificuldade hoje é tornar sustentável aquilo que já fazemos com excelência”, conclui. Em tempos de contenção, até um simples marcador de quadro branco se torna símbolo de resistência: “Temos que recarregar um piloto, não simplesmente pegar outro novo. E desligar a luz ao sair da sala. Pequenos gestos que, no conjunto, significam muito.”
Com espírito técnico e alma criativa, a Diretoria de Indústria segue tecendo o futuro. Em cada parafuso ajustado, cada aula prática e cada estudante formado, há o esforço de uma engrenagem que não pode parar — mesmo quando falta energia. Afinal, no Campus Natal-Central do IFRN, há sempre engenho suficiente para manter acesa a faísca do conhecimento.
- Palavras-chave:
- Planejamento DIACIN IFRN 2025 CNAT