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Dez anos em estado de energia: a Engenharia de Energia do CNAT e a arte de formar quem transforma

Curso foi divisor de águas na área energética potiguar

Publicada por Romana Xavier em 29/12/2025 Atualizada em 29 de Dezembro de 2025 às 21:14

Há cursos que surgem como resposta. Outros, como aposta. A Engenharia de Energia do Campus Natal-Central do IFRN nasceu da segunda categoria: uma aposta consciente, feita em um momento de transição histórica do setor energético potiguar e brasileiro. Hoje, ao completar dez anos, o curso se reconhece não apenas nos números, mas nos caminhos que ajudou a iluminar.

Quando o mercado pedia engenheiros, o IFRN respondeu com formação

Na virada da década passada, o Rio Grande do Norte já girava suas hélices ao vento e apontava seus painéis ao sol. O potencial das energias eólica e solar era evidente, mas faltava algo essencial: profissionais com formação superior específica em Engenharia de Energia.

Foi nesse cenário que o curso foi implementado. E o impacto não tardou a aparecer. Ao longo desses dez anos, os egressos da Engenharia de Energia do IFRN passaram a apresentar elevada taxa de absorção e valorização no mercado de trabalho, com destaque para o setor de energias renováveis — um mercado aquecido no Brasil e especialmente forte no estado.

Mais do que histórias individuais, o que se consolidou foi um perfil coletivo de excelência. Os ex-alunos atuam hoje em posições estratégicas, em diferentes regiões do Nordeste e do país, especialmente em três grandes frentes:

  • Projetos e consultoria, no desenvolvimento e otimização de sistemas fotovoltaicos e eólicos;
  • Operação e Manutenção (O&M), assumindo a gestão técnica e operacional de parques e usinas de grande porte;
  • Setor comercial e regulatório, com atuação no mercado livre de energia, na comercialização e em análises de viabilidade econômico-financeira.

Ao entregar profissionais com sólida base técnica e prática, o curso passou a influenciar diretamente a expansão e a transformação da matriz energética nacional.

Um divisor de águas para o Rio Grande do Norte

Antes da Engenharia de Energia do IFRN, o mercado potiguar enfrentava um gargalo: crescia rápido, mas carecia de quadros qualificados. Depois do curso, o cenário mudou.

A graduação estabeleceu uma base sólida de formação especializada, permitindo que o estado passasse a atender sua própria demanda por engenheiros. Muitos estudantes são absorvidos pelas empresas ainda durante o curso, geralmente a partir da metade da graduação, por meio de estágios. O resultado é expressivo: empregabilidade de 100% ao final do curso.

Os egressos atuam diretamente no desenvolvimento e na manutenção dos empreendimentos eólicos e solares que impulsionaram a economia regional. Além disso, o curso supriu demandas de otimização energética no setor de Petróleo e Gás, especialmente no interior do estado, e formou profissionais que hoje atuam como engenheiros de manutenção e operação em indústrias de diferentes ramos.

Em síntese, o curso forneceu ao Rio Grande do Norte capital humano especializado necessário para responder à diversificação e ao crescimento de sua matriz energética.

Um legado que ultrapassa o setor energético

O impacto da Engenharia de Energia não se limita ao mercado. Seu legado é também institucional. O curso foi a primeira engenharia do IFRN, rompendo uma barreira histórica e validando a capacidade da instituição de formar engenheiros em nível superior.

A experiência acumulada em sua criação e consolidação serviu de base para a implantação das Engenharias Sanitária e Ambiental, Civil e de Produção, além de abrir caminho para novas possibilidades, como futuras engenharias em outros campi, a exemplo de Elétrica e Agronomia.

Assim, o curso não apenas formou profissionais: ajudou a estruturar a própria área de Engenharia dentro da Instituição.

Um currículo que conversa com o mundo real

O grande diferencial do curso está em sua estrutura curricular abrangente e moderna, pensada para formar um engenheiro adaptável a um mercado dinâmico. De acordo com o professor Rafael, Coordenador do Curso, "Avalio como um curso com boa aceitação de mercado de trabalho, fluidez na entrada e saída de alunos com boa taxa de sucesso perante os cursos brasileiros. As disciplinas estão de acordo com a formação pretendida e as alterações para melhorar essa perspectiva estão em curso na reformulação do curso por seu NCE. A procura pelo curso também tem aumentado e vindo alunos com boas notas no ENEM. "

A base é sólida em Engenharia Elétrica, essencial à área, mas desde cedo o estudante é conduzido aos diferentes segmentos do setor energético. O currículo percorre toda a cadeia — geração, transmissão e distribuição — e integra módulos especializados em energias renováveis e petróleo e gás, permitindo ao egresso atuar em múltiplos nichos.

Esse desenho é fortalecido por um enfoque prático, favorecido pelo ambiente do IFRN, que reúne diferentes níveis de ensino. Laboratórios, projetos reais, atividades de pesquisa, ensino e extensão asseguram que o profissional formado una o rigor teórico da Engenharia ao conhecimento operacional exigido pela indústria.

Engenharia
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Memórias que marcaram a trajetória

Entre os marcos dessa década estão a aula inaugural, a chegada da primeira turma em 2016.1 e os desafios iniciais de estruturar disciplinas, eventos e projetos. Vieram depois as primeiras iniciações científicas, os TCCs, os estágios — culminando na conclusão da primeira turma dentro do tempo previsto, sinal de maturidade do curso.

A pandemia trouxe um dos maiores desafios: adaptar um curso de natureza teórica e prática a um contexto remoto, sem perder qualidade nem identidade. O período exigiu reinvenção e reforçou a capacidade de adaptação da equipe docente e discente.

Outro momento marcante foram os eventos que trouxeram os egressos de volta ao campus, compartilhando experiências do mercado de trabalho. Ali, ficou visível a admiração mútua: dos alunos pelo sucesso dos ex-alunos, e dos egressos pela formação que receberam.

O ciclo se completou com o evento comemorativo dos 10 anos, reunindo representantes do CREA, do IFRN, de empresas como CAERN, WEG e BRC Lightning, além da empresa júnior Solif e do ramo estudantil do IEEE, simbolizando a integração entre academia, mercado e protagonismo estudantil.

Dez anos não encerram a história

Hoje, ao olhar para sua trajetória, o curso se apresenta com boa aceitação no mercado, fluidez acadêmica, alta taxa de sucesso e crescente procura, atraindo estudantes com bom desempenho no ENEM. Ajustes curriculares estão em curso e uma reformulação mais ampla, conduzida pelo Núcleo Docente Estruturante, entrará em vigor a partir de 2027.1, alinhando o curso às novas normas do MEC, ENADE e CREA.

Dez anos depois, a Engenharia de Energia do CNAT segue fazendo o que sempre fez: converter conhecimento em potência humana, formando profissionais capazes de pensar, operar e transformar o futuro energético — com técnica, consciência e visão de mundo.

Palavras-chave:
Curso Engenharia de Energia 10 anos Energia CNAT

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