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Pandemia

Coronavírus: a melhor defesa contra o mal invisível é a informação

Cuidados recomendados pelos médicos vão de higiene pessoal ao isolamento

Publicada em 26/03/2020 Atualizada há 1 ano

 O mundo vive uma pandemia e pessoas de todos os lugares estão em confinamento, para evitar um colapso na rede de saúde. No Brasil, não é diferente e, em dias assim, o melhor remédio é a informação com procedência. De acordo com a infectologista Manoella do Monte Alves, infectologista pela USP, professora da UFRN e médica do Hospital Giselda Trigueiro e do CEPS Anita Garibaldi, o isolamento social é essencial para a sociedade, porque “O Coronavírus se transmite por contato ou gotículas (pelo espirro, tosse), então, quanto menos tivermos uns com os outros, menor a chance de contágio”. 

Segundo dra Manoella do Monte, a sintomatologia do Coronavírus pode variar, indo de um resfriado a uma gripe: “Gripe é quanto temos febre alta, dores no corpo, tosse, dor de garganta. No resfriado, temos esses sintomas mais leves e febre baixa”. Na visão da médica Samia Rayra Silva de Azevedo Souza, infectologista pela UFRN e médica do Hospital Giselda Trigueiro e do Hospital Municipal de Natal, a grande problemática é esta, a semelhança dos sintomas entre o COVID-19 e vários outros vírus. No entanto, de acordo com ela, “Alguns trabalhos mostram a prevalência de sintomas como febre, tosse seca, mialgia,  ou seja, dores no corpo, dispneia (dificuldade para respirar) e, às vezes, tosse com expectoração, que tem sido menos comum”.

De acordo com a infectologista Manoella do Monte, mesmo na quarentena, é preciso tomar alguns cuidados especiais, como: evitar beijos, abraços e apertos de mão. Ela alerta ainda sobre a necessidade de pessoas com potencial risco de contaminação - como profissionais de saúde, por exemplo - evitarem contato com idosos. Sobre a questão da contaminação, a infectologista Samia Rayra ressalta que é preciso tomar bastante cuidado quando for sair de casa por algum motivo: “Se houver necessidade de ir ao supermercado ou ao hospital, é preciso ir com brevidade a esses locais, sendo muito objetivo e mantendo os cuidados de higiene: lavar sempre as mãos com água e sabão ou higienizar com álcool em gel. O uso da máscara não é indicado à pessoa assintomática. É preciso observar essa questão do uso racional de máscaras, porque temos um desabastecimento muito rápido desse insumo, que é muito necessário a quem presta assistência tanto aos profissionais de saúde quanto àquelas pessoas que realmente estão sintomáticas e precisam usar máscara quando chegam ao pronto-socorro, por exemplo”.

Em caso de adoecimento, os remédios que devem ser evitados são antiflamatórios e os que possuem corticóides, porém não há contraindicação para uso de analgésicos, respeitando os casos de alergia, de acordo com a médica. Para a profissional Samia Rayra, infectologista formada pela UFRN, no caso do agravamento dos sintomas, é preciso procurar assistência: “Os sintomas de agravamento do quadro são justamente o desconforto respiratório, ou seja, a pessoa começa a sentir dificuldades para respirar mesmo em atividades que antes ela fazia mais facilmente, como falar, fazer uma caminhadas, tomar um banho, além de sonolência, febre persistente por mais de três dias, descompensação da doença de base, de repente - o paciente é diabético, tem a glicemia controlada e começa a ter picos de glicemia ou a pressão começa a ficar muita alta ou muito baixo, no caso, já é indicação de procurar assistência. Os serviços de referência são as unidades básicas de saúde ou as Unidades de Pronto Atendimento (UPA)”.

 No tocante à faixa etária de risco, dra. Samia Rayra explica que os mais vulneráveis ao vírus são  “grupo de idosos, acima de 60 anos, e pessoas com comorbidades, como doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, além de pacientes com doenças neoplásicas, com imunossupressão, que também têm fatores de risco para agravamento”. A médica reforça que atualmente a indicação para fazer o teste do Coronavírus é específica para pacientes graves “porque há uma limitação de insumos para colher testes. É importante esclarecer que não deve haver preocupação da pessoa em fazer o teste. Se a pessoa sair de casa para fazer o teste, ela pode estar se expondo desnecessariamente. Então, a rede pública e os serviços privados têm o teste, mas eles não devem ser procurados de forma rotineira”. Atualmente as unidades capacitadas para fazer testes são UPAs e o Hospital Giselda Trigueiro que recebe pacientes com indicação de internação. 

 A médica faz um apelo à sociedade e ressalta a importância da consciência coletiva de cada um fazer o seu papel, seguindo as recomendações dos médicos: “Se todos fizerem a sua parte, haverá uma diferença significativa na curva da doença. Então, essa curva precisa ser achatada o quanto antes. Vamos cada um fazer a sua parte”.

 

 

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