A próxima mostra de filmes do Coletivo Lumière já tem horário, data e local definidos: o Cine Debate Terror será realizado às 18h30 do dia 14 de novembro, uma quinta-feira, no Bosque do Campus Natal-Central. A proposta é apresentar uma seleção de curtas-metragens brasileiros de terror, em uma sessão que promete transportar os espectadores para o universo envolvente do cinema de horror nacional. O evento é gratuito e aberto ao público.

Os membros do Lumière, além de convidarem a comunidade acadêmica e o público em geral a experimentar o medo na sétima arte em sua forma mais autêntica, trazem uma sugestão inusitada: a ideia é que o público venha fantasiado, mergulhando de cabeça no espírito da noite e se preparando para acompanhar histórias assustadoras com um figurino à caráter. A expectativa é que o encerramento do evento aconteça às 20h30.

Gabriel Ferreira, membro do coletivo e um dos organizadores do evento, destaca a seleção criteriosa dos filmes escolhidos para a mostra. "Fizemos uma pesquisa com mais de 20 curtas de terror disponibilizados em diferentes plataformas, além de termos contatado alguns diretores e grupos de produção daqui de Natal. Fomos aos poucos fazendo a curadoria, identificando àqueles que mais combinavam com a discussão que queríamos propor", conta o estudante.

Os curtas selecionados para a mostra são os seguintes:

• Enxaqueca (direção de Heron Condor) - 10 minutos
• Assimetria (direção de Lokie) - 15 minutos
• Contra-Filé (direção de Pedro Iuá) - 14 minutos
• Slender IF (direção de Nylbert Victor) - 12 minutos

Segundo Gabriel, a ideia de trazer o gênero de horror aos holofotes teve uma dupla motivação. "Já havíamos debatido alguns temas mensais e o previsto para o mês de outubro seria O Cinema do Medo no Brasil' pra que pudéssemos usar a popularidade do Halloween, e também em virtude do nosso terror cinematográfico que ainda é tão desconhecido por muitos!", conta. Ele também conta que o deslocamento da data para novembro ocorreu para não conflitar com semanas decisivas para estudantes que participariam do ENEM.

"O curta nasceu de uma proposta estética", revela Heron Condor, a mente criativa por trás do curta Enxaqueca, produzido pela Gynga Produções. A ideia surgiu durante a elaboração de um trabalho acadêmico sobre os sintomas da cefaléia que acabou resultando em uma epifania visual que serviu de mote para a idealização do filme. Heron, que sempre foi um aficcionado por terror, trasladou as questões físicas de dores de cabeça para o universo do luto, da condição humana e, especialmente, do sentimento de medo e tensão que integrantes da comunidade queer experimentam diariamente. "Basicamente foi esse simbolismo queer e essa metáfora para a doença e para o luto que a gente queria passar", explica.

Existe também o lado emocional envolvido na participação de Enxaqueca no Cine Debate. "Pra mim, é uma honra muito grande exibir meu filme aqui no IFRN, porque fui ex-aluno, então é uma realização muito grande pra mim", destaca o diretor, que é formado como técnico em multimídia pelo Instituto e tem outros trabalhos no currículo, como o curta Café Quente (2023), onde compartilhou a direção com Sophia Cabral.

Após as exibições, o público poderá participar de um debate, analisando e discutindo os aspectos do cinema de terror brasileiro e sua influência na cultura nacional.

Coletivo Lumiére

O Coletivo Lumiére surgiu em 2014, no Campus Natal-Central. Foi organizado, a princípio, por um grupo de alunos apaixonados por cinema que se entusiasmaram com as produções de curta-metragens propostos nas aulas de Artes Visuais. O grupo cresceu e, para atender as novas demandas, foi incorporado ao projeto de extensão do Núcleo de Arte, sob a coordenação da professora Suély Souza. Hoje, o grupo vem realizando diversas ações: cine debates, eventos em parceria com a Cooperativa Cultural da UFRN – Cinema e Literatura, participação em Expotec e Cientec e outros eventos. A produção de cinema - curtas e documentários – é uma constante e vem aumentando o acervo do NUARTE.