Ciência
Ciência é poesia: o clube que faz do cotidiano um laboratório vivo
Quando a Ciência deixa de ser só para cientistas
Publicada por Romana Xavier em 15/08/2025 ― Atualizada em 15 de Agosto de 2025 às 18:05
Imagine um caleidoscópio itinerante. A cada novo olhar, múltiplas imagens se entrelaçam num balé de cores e formas que pulsam, gerando novas figuras geométricas. Um território sem fronteiras, que transcende o tempo e o espaço, na busca por explicá-los. Um ambiente itinerante, fora do mapa, que leva Ciência a todos os lugares. A todos os olhares. Assim, um a um, olhares curiosos, surpresos, assustados, apreensivos vão perdendo o medo e dando lugar ao desejo. Desejo de ver, aprender, experimentar, perguntar, tocar, descobrir, compreender, questionar. E assim, criando coragem, cada um, a sua própria maneira, amplia o olhar e começa a enxergar Ciência em todos os lugares: nas árvores, no céu, no lago, na estrada, no parque, na pista de patinação, na cozinha, na sala de aula. De repente, não mais que de repente, Ciência é poesia.
É neste cenário que se insere o Clube de Ciência do Campus Natal-Central do IFRN, um espaço em que a curiosidade é bússola, a criatividade é combustível e o conhecimento se constrói com as próprias mãos. Ao revisitar a trajetória do projeto, a professora Maria da Glória F. N. Albino define o saldo como “extremamente positivo, porque conseguimos, ao longo dos anos, criar um espaço vivo de divulgação e popularização científica no Rio Grande do Norte”. Já o professor Amadeu Albino Júnior complementa: “Nosso maior resultado é ver a ciência sair dos muros da escola e chegar a pessoas que talvez nunca tivessem tido contato tão próximo com ela”.
Um time que é mais do que equipe, é constelação
Na liderança dessa rede, Maria da Glória e Amadeu conduzem a concepção e a gestão do projeto. Ao lado deles, professores colaboradores de Física e Biologia, bolsistas e voluntários do Ensino Médio Integrado, egressos que mantêm laços com suas escolas de origem e parceiros externos — pesquisadores e técnicos de instituições do Brasil, Portugal, Suíça e Estados Unidos. “A presença de parceiros internacionais amplia o nosso alcance e nos dá acesso a tecnologias e metodologias que não encontraríamos sozinhos”, explica Maria da Glória. Entre esses parceiros estão o CERN, o LIP, o International Institute of Physics, a UFRN e a UERJ, formando uma rede que transcende fronteiras e transforma a sala de aula em mundo.
Ciência que viaja e abraça
O Clube de Ciência carrega uma identidade única: a interdisciplinaridade real, que mistura áreas do conhecimento como quem une peças de um quebra-cabeça; o caráter inclusivo, que leva experimentos a escolas urbanas e rurais, públicas e privadas; e a ação itinerante, conduzida pelo CiênciBus — um laboratório sobre rodas que cruza estradas para fazer ciência florescer em qualquer lugar. “A cada parada do CiênciBus, percebemos que a ciência pode ser linguagem universal, capaz de gerar encantamento mesmo em quem nunca pensou em se tornar cientista”, destaca Amadeu.
Entre atividades presenciais no IFRN-CNAT, oficinas, exposições, formação de monitores e semanas temáticas, o projeto mantém viva a proposta de tornar a aprendizagem uma experiência interativa e memorável.
Para quem é e para onde quer chegar
O Clube é aberto a professores e alunos da Educação Básica, licenciandos e qualquer pessoa interessada. A missão é clara: popularizar a ciência, formar multiplicadores, apoiar o ensino e incentivar o pensamento crítico. “Queremos que nossos visitantes saiam daqui não apenas sabendo mais, mas também fazendo mais perguntas”, reforça Maria da Glória.
Inspiração que vira legado
A semente do projeto foi plantada a partir da experiência dos coordenadores com iniciação científica e da percepção de que faltavam iniciativas permanentes que unissem ensino formal, divulgação científica e ação comunitária. Desde então, momentos marcantes entraram para a história: a criação oficial com estatuto próprio, as primeiras viagens do CiênciBus, visitas técnicas ao CERN e ao LIP, a participação em eventos de grande porte e o lançamento do #VejoCiênciaEmTodosOsLugares.
Porta aberta para novos exploradores
Para participar, basta procurar a coordenação do projeto e preencher a inscrição durante os períodos de seleção. Escolas podem agendar visitas ou receber o CiênciBus. Há também atividades abertas ao público, sempre com o convite para tocar, experimentar e descobrir.
O Clube de Ciência do IFRN-CNAT segue como um lugar onde as perguntas valem tanto quanto as respostas — e onde, como lembra Amadeu, “cada olhar curioso é um ponto de partida para uma nova viagem científica”.
- Palavras-chave:
- Direx Clube de Ciência Projeto de Extensão IFRN CNAT