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Cartas de Amor ao IFRN: quando as palavras falam ao coração

Quando a poesia está além das letras, a emoção é coletiva

Publicada por Romana Xavier em 03/06/2025 Atualizada em 3 de Junho de 2025 às 14:58

Há letras que transpassam nos discursos, pulsam em textos vivos. Palavras que ecoam e transbordam para além do papel. Frases e parágrafos que se misturam às vozes silenciosas da escuta de quem ouve e vivencia cada momento. Cada vírgula, cada pausa, cada entonação, cada sentimento. E de sentimento em sentimento, a emoção de ser parte torno o choro coletivo.

De repente, a emoção de Fernando é também a de Paloma, a de Jéssica, a de João, a de Cláudia, a de cada um que é parte desse todo chamado IFRN. Um todo que se constrói continuamente numa engrenagem coletiva chamada Educação. Uma Educação que vai muito além da técnica, que ensina conteúdos e cidadania, disciplina e respeito, empatia e solidariedade. Um Educação que dá lições aos alunos e aos mestres, provando que a verdadeira sabedoria é aquela que edifica, que se renova a partir do conhecimento partilhado e da alegria em servir.

A mesma alegria que tomou conta da noite do último dia 27 de maio, sob as luzes do Ginásio de Esportes. Naquele noite, Fernando Miguel, aluno de Controle Ambiental, deu voz ao sentimento de muitos. Contou, cantou e encantou, com o coração de quem viveu não somente uma escola, mas uma casa de Educação chamada IFRN. Uma casa partilhada também por Paloma Pedrosa, aluna de Administração. Ela e ele, assim como outros tantos, foram cronistas de uma geração que atravessou telas, medos, reencontros, superação e vitórias.

Fernando discursando e Paloma recebendo a láurea da turma.
Fernando discursando e Paloma recebendo a láurea da turma.

Fernando, eleito orador representante da formatura, começou relatando o sonho de viver o IFRN e o ingresso em 2021, marcado pela pandemia : “Numa época em que o mundo estava suspenso, entramos no IFRN sem nem ao menos pisar fisicamente em seus corredores”, narrou. O cheiro do bosque, o burburinho dos intervalos, as rosquinhas do refeitório — tudo era apenas imaginação, sonho adiado. Mas o sentimento de pertencimento já nascia ali, mesmo sem o contato com o chão da escola. “Você é assim, um sonho pra mim”, disse, sobre o significado de estudar numa instituição pública e de excelência.

O texto de Fernando foi além da memória individual. Foi um retrato coletivo das diversas trajetórias que se cruzaram no campus. Ele lembrou com afeto das amizades construídas, dos medos vencidos, das risadas divididas e até das peripécias cotidianas, como “vir de chinelo para a escola e tentar não ser pego pela COADES.” Seu discurso emocionou ao nomear cada eixo formativo e conectá-lo à humanidade dos alunos: Edificações aprendeu a levantar estruturas e também amizades sólidas”; “Mineração e Geologia garimparam paciência”; “Infoweb, MSI e Administração nos ensinaram a reiniciar quando tudo travava”; “Eletro e Mecânica aprenderam o valor da engrenagem coletiva.”

Ao encerrar, Fernando ofereceu uma imagem que ficou como rastro: “Se parte de nós fica no IFRN, é porque o IFRN ficou em nós. Crescer, então, é seguir em frente, mesmo com o coração apertado.

Se o discurso de Fernando foi uma travessia afetiva, o de Paloma Pedrosa foi um mosaico de imagens, descobertas e sentidos, construído como o quebra-cabeça que ela mesma citou no início de sua fala. “Aprovação! Foi como encontrar a primeira peça de um imenso quebra-cabeça”, disse, ao lembrar o momento em que soube que havia sido aceita no IFRN.

Paloma percorreu, emocionando, através do relato de um começo diferente, permeado de incertezas, vozes tímidas e câmeras desligadas, mas que, aos poucos, foi criando raízes e laços. O que antes eram pixels, virou tapete vermelho, rosquinhas, ginásio, laboratórios, abraços e lembranças.” Seu texto foi também uma ode à diversidade, à escuta e à empatia: “Aqui, aprendemos que aprender também é incluir. Incluímos quando respeitamos o tempo e as necessidades do outro.”

Em outro trecho marcante, Paloma declarou: “O IFRN entende que não há aprendizado possível sem dignidade, sem apoio, sem estrutura. É uma escola preparada para as múltiplas realidades dos seus estudantes.”

Uma estudante que, ao olhar para o futuro, não enxergou um ponto final, mas uma vírgula. Assim, Paloma definiu o futuro que os espera: “Seguiremos agora para novos caminhos. Todavia levamos conosco tudo o que vivemos aqui, peça por peça, como um mosaico de memórias que jamais se apaga.” Com palavras de quem sabe o que foi vivido, ela concluiu: “Porque, mais do que um diploma, hoje levamos uma história. E ela não termina aqui.”

E assim, de história em história, o IFRN se renova. Entre chegadas e partidas, essa casa de Educação permanece viva no coração de cada um. Pois não há como passar sem viver. Por isso, esses discursos vivos foram cartas de amor ao IFRN. Cartas endereçadas aos professores, técnicos, funcionários que, nos bastidores, mantém a escola respirando, exalando gratidão em servir. Cartas que falam ao coração, pois quando a poesia está além das letras, a emoção é coletiva.

Acesse:

Discurso Fernando Miguel

Discurso Paloma

Palavras-chave:
IFRN Campus Natal-Central Formatura Discursos

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