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"Café com Inovação" marca inauguração do Navi nesta sexta-feira, 08/11

Durante o evento, equipe apresentou os projetos em desenvolvimento

Publicada em 08/11/2019 Atualizada há 1 ano

Foto: Edielson Teixeira

Nesta sexta-feira, 08/11, o Campus Natal-Central sediou a inauguração oficial do Laboratório do Núcleo Avançado de Inovação Tecnológica do IFRN (NAVI). O evento, que aconteceu no Miniauditório Central do CNAT, foi marcado pelo “Café com Inovação”, iniciativa que contemplou palestras, discussões e apresentações dos projetos desenvolvidos pelo Núcleo. "Os participantes poderão conhecer mais sobre os projetos, os pesquisadores, as parcerias e todas as possibilidades que acontecem com o Núcleo", disse o pesquisador e coordenador do NAVI, João Paulo Queiroz.

Com foco na ciência aplicada, os projetos do NAVI são voltados, principalmente, para a área da saúde, e têm o objetivo de chegar de maneira acessível à sociedade, aspecto ressaltado pelo diretor do Campus Natal-Central, professor Arnóbio de Araújo Filho, na abertura do evento: "São ações como essas que reforçam a relevância da construção do saber nesse país. Uma Educação que só reproduz conhecimento é muito pouco. Precisamos desenvolver tecnologia que atenda à sociedade. Precisamos mostrar o que são as instituições públicas e o potencial que elas têm. Mostrar que podemos fazer muito e pensar coletivamente, além de partilhar o conhecimento e discutir tecnologia a serviço da sociedade”.

Um desses projetos é o MIRNA, que foi desenvolvido na perspectiva de atender à saúde coletiva e no sentido de baratear os custos de sistemas inovadores de prevenção e tratamento de doenças. “O projeto Mirna visa ao diagnóstico precoce do câncer. Quanto mais cedo a doença é diagnosticada, maiores as chances de cura. E isso traz um impacto positivo para as famílias e também para o sistema de saúde”, disse Higor Morais, um dos pesquisadores. 

De acordo com Higor, a proposta do MIRNA é identificar - de forma economicamente acessível e viável - os NRAs como potenciais biomarcadores para o diagnóstico precoce do câncer.  Para isso, foram desenvolvidos protótipos de aparelhos que seriam levados à população pelos agentes da atenção básica de saúde. Nessa visita, seria coletada uma gota de sangue para ser inserida no dispositivo, que irá mapear e analisar a amostra, com o resultado sendo inserido num prontuário eletrônico. “Achamos que focar na atenção primária pode melhorar os indicadores de saúde”, pontuou o professor Higor Morais.

Além do MIRNA, o NAVI desenvolve outros projetos com as mesmas características de inovação tecnológica aliada à acessibilidade econômica, como é o caso do Osseus e da Caneta Plasma, que é direcionada à saúde bucal.

O Osseus refere-se ao diagnóstico de doenças ósseas, de forma que possa ser feita uma triagem e um direcionamento adequado da população atendida: “É preciso sair da alta complexidade para levar a tecnologia à atenção básica. O Osseus pode fazer a triagem de quem realmente precisa ser encaminhado para uma densitometria óssea. O custo do aparelho é estimado em 2.500 a 3.000 reais, o que torna acessível a muitas prefeituras. Além do mais, o aparelho é portátil, podendo ser levado pelo agente de saúde nas visitas à população”, explicou o pesquisador Aguinaldo Cruz. Ele ressaltou a importância do Osseus na prevenção e encaminhamento para tratamento de doenças ósseas e fraturas, nas mais diversas faixas etárias.

 Já o projeto “Caneta Plasma” traz a tecnologia do plasma para a Odontologia, promovendo o tratamento odontológico de uma maneira inovadora. Segundo o professor João Marcos, “A ideia é levar jato de plasma para remover e esterilizar a cárie dentária”. Aliado ao tratamento, o protótipo vai agregar o Prontuário Eletrônico do Paciente Odontológico (PEPO), que é outra inovação: “Já temos patente, artigos internacionais e vamos agregar mais três patentes que estão em andamento. Estamos com um potencial muito grande de inovação, na medida em que temos um sistema eletrônico sendo desenvolvido que vai controlar o jato de gás que irá emitir o plasma”, enfatizou o professor.

O NAVI agrega projetos de pesquisadores de diversos campi do IFRN e atualmente é responsável por mapear e certificar equipes de atenção básica à saúde em todo o país. O Programa de Melhoria e Acesso à Atenção Primária (PMAQ), que começou  em 2011, passou a ter a participação do NAVI nos anos seguintes, a partir de 2013, o que incluiu o PMAQ na plataforma digital. Assim, o Núcleo atua na avaliação, no monitoramento e no acompanhamento das equipes de saúde do Brasil, através de aplicativos que incluem  perguntas específicas para coletas de dados. “São 1700 perguntas para coletar dados. Esses são transmitidos para a nossa 'nuvem' e servem para certificação e avaliação das equipes participantes e consequente repasse de recursos. Assim, o monitoramento do Navi tem uma magnitude enorme”, enfatizou Pablo Holanda.

 Além da avaliação e da certificação das equipes envolvidas nos projetos de atenção básica à saúde em todo o Brasil, o Núcleo, em parceria com o Ministério da Saúde, consegue mapear dados importantes, propiciando o monitoramento de cada região. De acordo com Pablo, “é possível cruzar variáveis, permitindo conhecer quantas equipes de saúde há no Rio Grande do Norte e quantas delas têm penicilina e teste para sífilis, por exemplo. Ainda se pode fazer comparação entre regiões do país e, assim, prover políticas públicas e estratégias de combate a doenças, de acordo com cada realidade”.

 Atuando em diversas dimensões, o NAVI tem desenvolvido projetos inovadores no IFRN que visam desenvolver a produção de conhecimento tecnológico a serviço da sociedade, para a promoção de uma saúde coletiva eficiente e de baixo custo.

 

 

 

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