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Literatura

A rede: no balançar das letras, a literatura tece fios de ensino e afeto

III Seminário da Renelit transforma o IFRN em espaço de encontro, partilha e amor pela leitura

Publicada por Romana Xavier em 05/06/2025 Atualizada em 5 de Junho de 2025 às 22:55

Como quem arma uma rede e se balança enquanto lê um bom livro, o Campus Natal-Central do IFRN abriu os braços para acolher, nos dias 5 e 6 de junho, o "III Seminário da Rede Nordeste de Ensino de Literatura (Renelit)". Inaugurava assim mais um capítulo dessa história feita de uma rede tecida a muitas mãos, fio por fio.

A imagem da rede — símbolo do repouso nordestino, do aconchego e do entrelaçamento de vidas e sonhos — tornou-se, durante o evento, metáfora viva de um movimento que embala ideias, escuta vozes e costura caminhos entre a Literatura e o ensino da leitura.

Num caminho assim, o Campus Natal-Central amanheceu diferente. Poderia ser mais um evento ou quem sabe, mais um dia lento de chuva, mas o vento soprava uma manhã única. Até a chuva chorava um chorinho suave a ninar a rede, ou melhor, a Rede Nordeste de Ensino de Literatura (Renelit). Como quem nina uma menina que cresce sem envelhecer.

Nesse embalo, a manhã de abertura do "III Seminário da Rede Nordeste de Ensino de Literatura (Renelit)" foi também um convite ao balançar lento da palavra. Representantes do IFRN, UERN e UFRN compuseram a mesa de abertura, onde o afeto e o compromisso com o ensino da literatura ganharam forma. A professora Girlene Moreira, coordenadora do evento, lembrou que o seminário é mais que encontro — “é a afirmação de que a literatura pode transformar vidas, sobretudo na escola pública”. O diretor-geral do Campus Natal-Central, professor Jonas Lemos, partilhou um instante de emoção cotidiana, quando um estudante pediu um autógrafo ao palestrante do dia: “A alegria desse aluno é a mesma minha agora. Nós temos cerca de 7 mil alunos e entre 8 e 9 mil pessoas circulando diariamente neste campus. Sejam todos muito bem-vindos!”

Ao eco das boas-vindas, as vozes de professoras e pesquisadores entrelaçaram a história da Renelit, uma rede fundada em 2021 que, como disse o professor Rildo Cosson, precisa se espalhar pelo Brasil. “Experiências se perdiam porque ninguém sabia delas. É preciso partilhar. A literatura importa. Os brutos também amam. Seremos os armadores dessa rede”, brincou, estendendo o tecido simbólico da partilha. Em sua conferência de abertura, Rildo trouxe mais que reflexões acadêmicas: trouxe memória, poesia e provocação. “O que vocês ensinam, na verdade, é a ler e a escrever. É dar acesso à escrita. Parece pouco, mas é um continente.”

E assim, nesse vaivém de ondas, o Campus Natal-Central atravessa o continente, mergulha nesse oceano literário que é a leitura. Descobrindo novos horizontes e um infinito de possibilidades. De repente, as palavras ganham corpo, a escuta se amplia e a literatura, tal como a rede, embala saberes diversos. Conhecimento garantido a todos, a partir da partilha feita pela acessibilidade literária na atuação dos intérpretes de Libras Tatiana Gomes de Paula e Leandro Viana Silva.

No silêncio, tantas vozes. Na palavra, tantos significados. Ao final da manhã, entre vivências e reflexões, os participantes seguiram com olhos acesos, fazendo perguntas, debatendo vivências, compartilhando experiências — porque a literatura não adormece, ela sonha de olhos abertos. E a Rede, no seu balançar sereno, sempre acolhe mais um, fazendo do encontro um espaço fértil de novos cantos e contos.

Palavras-chave:
UFRN IFRN Renelit CNAT UERN

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