Em 2025, a Diretoria de Extensão (Direx) do Campus Natal-Central do IFRN reafirma sua vocação de ponte viva entre o saber acadêmico e as necessidades reais da sociedade. Num cenário em que escassez de recursos poderia ser obstáculo, a Extensão floresce com raízes fincadas no compromisso social e galhos que se estendem em direção à cidadania. “Temos muitos resultados acontecendo. A Extensão modifica profundamente vidas e perceber que esse olhar caridoso tem ganhado força é muito gratificante.”, afirma com brilho nos olhos a professora Brenda Fernandes, diretora da Direx, que há anos semeia o diálogo entre conhecimento e solidariedade.

Essa colheita generosa, no entanto, exige planejamento e visão a longo prazo. A curto prazo, a gestão trabalha para tornar o trabalho da Extensão mais conhecido e compreendido — tarefa que exige presença, escuta e comunicação ativa. A cada visita a uma diretoria, a cada postagem em seu site e redes sociais, a Direx planta sementes de pertencimento. “Queremos que a comunidade veja a extensão como parte integrante do seu cotidiano, não como algo distante”, afirma Brenda Camilli, destacando o papel da comunicação como fio condutor entre ideias e ações.

Já os horizontes de médio e longo prazo apontam para uma institucionalização ainda mais sólida das práticas extensionistas. O desejo da gestão é que cada vez mais servidores sintam satisfação em propor e executar projetos com impacto real. A curricularização da extensão, prevista nas diretrizes educacionais, surge como um solo fértil para isso — desde que bem cultivado. “Ela pode fortalecer muito a Extensão, mas é preciso que seja compreendida e aplicada com propósito, não como mera formalidade”, ressalta a diretora.

Essa compreensão é essencial quando se pensa na relevância dos projetos que serão contemplados ainda neste ano. Só no mês de junho, cerca de 50 iniciativas devem ser selecionadas, com bolsas para estudantes e, em sua maioria, com apoio financeiro do próprio campus. Os critérios de escolha vão além da técnica: priorizam o impacto social, a clareza das propostas, o compromisso com o público externo e a integração entre Ensino, Pesquisa e Extensão. “Cada projeto é pensado com foco em alguém que precisa muito daquela ação. Por isso, quando vemos os resultados, sentimos uma sensação de dever cumprido, que é difícil colocar em palavras.”

Palavras que faltam, sentimento que transborda. Esse sentimento é potencializado pela capacidade da Extensão de alcançar quem mais precisa. A Direx aposta em ações voltadas a públicos historicamente invisibilizados — pessoas em situação de vulnerabilidade econômica, apenados, dependentes químicos, idosos. A proposta é clara: levar não apenas conhecimento, mas também afeto, dignidade, recomeços. “A extensão permite que o IFRN chegue onde o Estado, muitas vezes, não chega. E isso faz toda a diferença”, enfatiza Brenda Camilli Fernandes.

Diferença que necessita do diferencial de cada um para acontecer. E não se caminha longe sem mãos dadas. Por isso, as parcerias são entendidas não como complementos, mas como estruturas vitais para a execução dos projetos. A diretora ressalta que as parcerias validam a existência da ação: “Se há uma demanda externa, é sinal de que há uma urgência a ser atendida.” E muitas vezes, essas demandas surgem de forma inesperada, como no caso recente de um hospital público que procurou o IFRN via redes sociais. O pedido por orientação sobre descarte de resíduos se transformou, com o apoio do NEPPSA, em um projeto real, nascido da troca espontânea e sensível entre necessidades e soluções.

Esse intercâmbio entre o conhecimento técnico e as dores da sociedade revela a natureza mais pura da Direx: ela não é feita para si, mas no encontro com e para o outro. Ela transcende o saber e o transforma em servir: “Não queremos ser uma ilha de conhecimento. Queremos modificar a realidade ao nosso redor, com humildade, com humanidade”, enfatiza Brenda Camilli. É esse desejo de transformação que move os servidores do Campus Natal-Central — profissionais que doam tempo, conhecimento e afeto, em prol de causas coletivas.

Causas que envolvem uma diversidade de pessoas, mas também diversos obstáculos. Como toda travessia, há desafios a enfrentar. Para que a Extensão vá ainda mais longe, é preciso que sua importância seja compreendida por todos. É preciso reconhecer que ela é o elo que sustenta o ideal da educação transformadora: "A Extensão une Ensino, Pesquisa e prática profissional, ela aplica os conhecimentos adquiridos em sala de aula, com base científica, fundamentada em estudos e pesquisas, modificando a realidade das pessoas que, na maioria das vezes, não teria acesso a nada daquilo sem a intervenção da Instituição de Ensino".

Transformação que é construída no dia a dia, com os pés firmes na realidade e com olhos voltados ao futuro. Assim, a Diretoria de Extensão segue tecendo sua rede de conhecimento e cidadania. Cada projeto ofertado é um gesto de esperança. Cada parceria firmada é um pacto com o bem comum. E cada vida tocada é um lembrete de que, mesmo diante das dificuldades, a educação pode — e deve — ser o coração pulsante de uma sociedade mais justa, solidária e humana: "A Extensão permite e promove a relação entre o que melhor se está produzindo em nossa instituição de ensino e o público externo, o que beneficia todos os envolvidos e fortalece o diálogo entre a academia e a sociedade como um todo".

E é nesse todo que cada parte resplandece: “A Extensão faz os olhos dos envolvidos brilharem”, resume Brenda Camilli. E é justamente esse brilho — que nasce do encontro entre o saber e o servir — que ilumina os caminhos do Campus Natal-Central.