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Professor do Campus Mossoró desenvolve projeto de tijolo ecológico

Produzido com cimento, gesso areia ou barro, isopor e pneu, tijolo possibilita obra de casa a baixo custo

Publicada em 16/08/2010 Atualizada há 1 ano, 3 meses

Com o objetivo de construir um mundo com menos problemas ambientais e com melhores condições de vida quanto à moradia, saúde e bem-estar, pesquisadores e profissionais elaboram projetos, estudam soluções e novos métodos de criar produtos. Na área de Termociências um tijolo ecológico é o projeto de construção de uma casa popular com preço mais acessível, em comparação ao encontrado no mercado, e ainda com isolamento acústico e térmico, desenvolvido pelo professor Jerônimo Mailson Cipriano Carlos Leite, Coordenador de Pesquisa do IFRN, Campus Mossoró.

"No meu projeto de mestrado em Natal, na área de Termociências, no curso de Engenharia Mecânica, peguei a ideia do compósito do professor Luiz Guilherme Meira de Souza, doutor em Engenharia Mecância da UFRN, para desenvolver o tijolo e a casa para otimizar a matéria que ele desenvolveu. Elaborei a fôrma para fazer o tijolo do compósito e elaborei projeto da casa popular com a utilização do tijolo e também foi desenvolvido tipo de calha com o mesmo compósito e depois é só encaixar a telha", comentou Mailson.

O professor e arquiteto explicou que o tijolo feito com o compósito de elementos tem a mesma resistência de um bloco de concreto normal e que é mais fácil construir a casa com este tijolo. "É o mesmo processo com o material comum. Mas a casa sai bem mais em conta do que o tijolo de concreto, pois parte do material é doado, reciclado. Ele apresenta economia em torno de 15% em relação ao de concreto produzido comercialmente. E dá para fabricar em série, pois a fôrma é semelhante a do tijolo comercial, com bom acabamento", ressaltou.

A proposta de Mailson é que a casa tenha aproximadamente 48 metros quadrados. Para isso são necessários 1.537 tijolos grandes e 156 blocos pequenos. "A vantagem é que ela pode ser feita em mutirão. A ideia é que as pessoas em uma favela, sem condições financeiras, possam construir uma casa bem barata, de forma fácil e enquanto um grupo for fazendo o tijolo, o outro vai montando. Com um fôrma de ferro para os tijolos que custa cerca de 150 reais dá para fazer. Utiliza-se a receita do tijolo (uma medida de cada elemento e água) e em dois minutos o compósito seca e dá para desenformar", explica, acrescentando que para união dos tijolos utiliza-se massa de cimento/argamassa. Mailson reforça que é necessário deixar o tijolo descansando, no mínimo, por sete dias e o tempo ideal para começar a construir é após 28 dias devido à resistência do material.

Outro benefício do tijolo ecológico produzido com o compósito de elementos é a maior resistência térmica. "Ele absorve menos calor e por isso é ideal para Mossoró. E também funciona como isolante acústico. Segundo os testes e os trabalhos, é possível reduzir em até sete graus a temperatura ambiente", acrescenta.