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Lançamento

Lançamento do Livro Escafandristas do Tempo: Memórias e histórias de vida em São Rafael-RN será amanhã (17) em Natal

O Professor Francisco das Chagas Silva Souza, do Campus Mossoró, é o autor da Obra

Publicada em 16/07/2014 Atualizada há 1 ano

O Livro Escafandristas do Tempo: Memórias e histórias de vida em São Rafael-RN do professor Francisco das Chagas Silva Souza será lançado amanhã em Natal, a Obra foi publicada pela editora da UFRN.

Confira na íntegra a síntese do livro:

 "Em fins da década de 70 do século XX, o semiárido do Rio Grande do Norte foi o cenário do Projeto Baixo-Açu, cujo ponto alto seria a construção da barragem Engº Armando Ribeiro Gonçalves, projetada para acumular 2,4 bilhões de m³ de água. Considerava-se que tal iniciativa traria desenvolvimento econômico e social para milhares de potiguares que sofriam as agruras da seca. Entretanto, a barragem atingiria várias cidades da região, chegando a cobrir totalmente uma delas: São Rafael. Em função disso, nos primeiros anos da década de 1980, próximo dali, uma nova cidade foi edificada pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – DNOCS.

O presente livro discute como a população de São Rafael rememora esse fato que marcou as suas vidas e reconstrói a sua história por meio dos discursos orais. Tendo como centralidade a observação de Edgar Morin de que “o que não se regenera, degenera”, a obra discute como os relatos de experiências, transmitidos oralmente entre as gerações, têm potencializado uma memória coletiva e a reconstrução da história de uma cidade que sucumbiu à imensidão das águas de uma barragem há quase trinta anos.  

A metáfora do Escafandrista usada no título foi inspirada numa composição musical de Chico Buarque de Hollanda, intitulada Futuros amantes, na qual esse compositor, vestido da alma do historiador, imagina uma cidade submersa – uma coincidência com a velha São Rafael – e supõe que “os escafandristas virão explorar sua casa, seu quarto, suas coisas, sua alma, desvãos”. Por sermos escafandristas do tempo,  trazemos a tona, nas nossas narrativas, retalhos de vidas que emergem nos mergulhos imaginários na antiga São Rafael. Contudo, essa memória que nos chega incompleta, visto que foi alterada e estilhaçada ao longo dos anos, mas que, nem por isso, perde a sua importância como fonte para o historiador".

Fonte: Francisco das Chagas Silva Souza