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Dia da consciência negra

Dia Nacional da Consciência Negra: importância e valorização da cultura e da pessoa negra

Esta data é também um lembrete sobre a importância de combater o racismo, o preconceito e a discriminação

Publicada em 20/11/2019 Atualizada há 1 ano

O Dia Nacional da Consciência Negra, incentiva, de um lado, a consciência histórica de uma sociedade que vivenciou longamente a escravidão e, de outro, a reflexão sobre o impacto da cultura e da presença do povo africano na formação da cultura brasileira.

O dia 20 de novembro é sobre reflexão, respeito ao negro(a), a sua luta e resistência, além de buscar pela preservação das memórias e da diversidade cultural dos povos negros. Até hoje, os negros e negras ainda sofrem com a pouca representatividade, o racismo e o preconceito, muitas vezes, velado e disfarçado de opinião. Foi para fomentar estas questões que o Dia Nacional da Consciência Negra foi criado, além de fazer referência a data de morte do quilombola Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência dos escravos.

O Brasil é um grande e colorido mosaico de gente. Cada povo tem suas cores, tradições e hábitos que se misturam e se entrelaçam. Desde o início da história do nosso país, os povos negros são colaboradores dessa diversidade, através de uma rica e milenar cultura, que até os dias de hoje se reflete na nossa sociedade. A influência é notória, por exemplo, na dança, na música, nas religiões de origem africana, na capoeira etc., e esses são um dos vários fatores pelos quais devemos ser gratos, valorizarmos e respeitarmos estes povos.

O racismo, preconceito e a discriminação tem agredido tanto psicologicamente e fisicamente os homens, as mulheres e os jovens negros. É preciso se conscientizar, libertar-se da prisão do pensamento e ter compaixão, amando o próximo independentemente de qualquer coisa, inclusive, de sua cor.

Você sabe qual é a importância da cultura afro-brasileira para a história do nosso país?

Música: além do reggae, samba, rap, hip hop, funk e o pagode, outros ritmos também possuem raízes do povo negro, bem como o maracatu, congada, cavalhada e o moçambique. Sem contar a diversidade de instrumentos musicais como o afoxé, agogô e berimbau.

Culinária: deliciosos pratos conhecidos e apreciados vieram da Mãe África para nosso país: vatapá, o acarajé, o bobó, os caldos, o cozido, a galinha de cabidela, o angu, a cuscuz salgado, a moqueca e a famosa feijoada. E os doces? Canjica, mungunzá, quindim, pamonha, angu doce, doce de coco, doce de abóbora, paçoca, quindim de mandioca, tapioca, bolo de milho, bolinho de tapioca entre outros. Destacamos também os ingredientes que não eram conhecidos nem usados no Brasil antes da chegada dos negros, como o leite de coco, a pimenta malagueta, o gengibre, o milho, o feijão preto, as carnes salgadas e curadas, o quiabo, o amendoim, o mel, a castanha, as ervas aromáticas e o azeite de dendê.

Religiões: participante do processo de resistência e do papel histórico, as religiões de matriz africana são diversas. As mais conhecidas são: o Candomblé, crença que nasceu na Bahia e tem sido sinônimo de tradições religiosas afro-brasileiras em geral e a Umbanda, que une práticas de várias religiões, inclusive a Católica. Ela se originou no Rio de Janeiro, no início do século 20.

Artes marciais: a capoeira é um exemplo típico. Expressão cultural que mistura esporte, luta, dança, cultura popular, música e brincadeira e foi originada no século XVII, desenvolvendo-se como uma estratégia dos povos africanos escravizados para cultivarem a sociabilidade e lidarem com a violência do período escravista.

Língua: a maior parte das palavras que enriqueceram o vocabulário brasileiro vêm do quimbundo, língua do povo banto. Na época da escravidão, o quimbundo era a língua mais falada nas regiões Norte e Sul do país.

BAGUNÇA – desordem, confusa, baderna, remexido.

BATUCAR – repetir a mesma coisa insistentemente.

CAFUNÉ – ato de coçar, de leve, a cabeça de alguém, dando estalidos com as unhas para provocar o sono.

CANGAÇO – o gênero de vida do cangaceiro.

CAPANGA – guarda-costas, jagunço.

CARIMBO – selo, sinete, sinal público com que se autenticam os documentos.

CHIMPANZÉ – espécie muito conhecida de macaco.

COCHILAR (a ortografia correta deveria ser coxilar) – dormir levemente.

FUNGAR – aspirar fortemente com ruído.

FUZUÊ – algazarra, barulho, confusão.

GANGORRA – balanço de crianças, formado por uma tábua pendurada em duas cordas.

JILÓ – fruto do jiloeiro, de sabor amargo.

MARIMBONDO – vespa.

MINHOCA – verme anelídeo.

MOLEQUE – menino, garoto, rapaz.

MOQUECA – guisado de peixe ou de mariscos, podendo também ser feito de galinha, carne, ovos etc.

QUIABO – fruto do quiabeiro.

 

“Liberte-se da escravidão mental, ninguém além de nós pode libertar nossas mentes” – Canção: Redemption Song, de Bob Marley.


Fonte de informações: Portal EBC.