“Eu acho que essa é uma experiência pela qual todos que cursam qualquer coisa relacionada à construção deveriam passar para saberem a real necessidade de ter acessibilidade para todos(as)”, afirma a aluna Raianny Kawany.

Através da disciplina "Desenho Arquitetônico", ministrada pelo professor Alexandre Lopes, a turma de 2º ano do Curso Técnico Integrado em Edificações experimentou uma aula diferente. Proporcionada nesta última terça-feira (12), os(as) alunos(as) puderam circular pelos corredores e salas do Instituto, usando muletas, cadeiras de rodas e até tampões de visão e bengalas para que compreendessem a importância da acessibilidade em espaços públicos e privados.

“O intuito desta aula foi para que os estudantes sentissem na pele as dificuldades das pessoas com deficiência na utilização do espaço construído e, através disso, percebessem os cuidados em seguir a norma de acessibilidade quando projetamos ou construímos algo”, explica o professor Alexandre Lopes.

A Constituição Federal assegura que todos os seres humanos, sem nenhuma distinção, devem usufruir, como cidadãos, dos direitos de ir e vir, saúde, educação, trabalho e lazer. Dessa forma, todas as pessoas, possuindo ou não algum tipo de deficiência, são iguais perante a lei. Mas, para isso, são necessárias muitas iniciativas de mudanças nos locais pouco ou não acessíveis para acesso das pessoas com deficiência - seja a limitação de qualquer natureza - para favorecer e fortalecer seus direitos. A melhoria desses lugares, para possibilitar a inserção social destas pessoas em qualquer órgão público e privado, deve ter mais reconhecimento e proporcionar mais adaptações, visando possibilitar o desenvolvimento de uma vida saudável e de uma sociedade inclusiva.

O estudante Devid Max deseja cursar Arquitetura futuramente e considerou a aula uma experiência valiosa. “Vivenciamos o que uma pessoa com deficiência passa e nos fez refletir o quão importante é adequar os prédios ou as residências para garantir a locomoção e acessibilidade de todos os cidadãos”, conta Devid.

Em dezembro de 2004, a Lei de Acessibilidade – Decreto de lei nº 5296 entrou em vigor, estabelecendo várias iniciativas necessárias para promover a inclusão das Pessoas Com Deficiência (PCD) em todos os espaços. Tanto os pontos relacionados à prioridade de atendimento quanto os que dizem respeito às adaptações necessárias no transporte coletivo e nas construções, sejam elas públicas ou privadas, são tratados na legislação.

Há também uma Norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que trata da acessibilidade em construções novas e também da adaptação necessária em estabelecimentos antigos. Baseada em uma consulta pública, a Norma abrange, além das pessoas com deficiência, os idosos, gestantes, obesos, etc.

Conheça os principais locais que necessitam de adaptação nos ambientes públicos e privados:

• Piso: precisa ser regular, firme e antiderrapante;
• Rampa e escada: necessitam de sinalização, corrimão e piso tátil;
• Portas de acesso: devem permitir o acesso de cadeira de rodas, andadores e carrinhos de bebê. Para isso, é preciso que o vão livre tenha uma largura mínima de 80 cm.
• Calçadas: não devem ter sua passagem obstruída por carros ou plantas;
• Interfones: devem ter marcação em braile;
• Escadas: sempre com corrimão;
• Banheiros: os de uso comum devem ser adaptados;
• Estacionamento: com a reserva de vagas indicadas por lei.

Fonte de informações: acessibilidade cartilha de orientação DO CREA-SC.