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FEBRACE 2024

Aluna do IFRN Campus Mossoró é premiada na FEBRACE 2024

Evento ocorreu de 18 a 22 de março

Publicada por Kaio Braz em 10/04/2024 Atualizada há 6 meses

Prancheta 1

Determinada e criativa. Essas são algumas das características que definem a estudante do IFRN Campus Mossoró, Esthefany Rillary, do Curso Técnico Integrado em Informática. O projeto premiado discute sobre o sistema de acessibilidade em transportes públicos, a partir da utilização da plataforma Arduina e foi apresentado durante a 22ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE).

Esthefany foi premiada pela Associação dos Engenheiros Politécnicos pelo seu projeto intitulado "Acessibilidade no Transporte Público: uma Aplicação com Sistema de Prototipagem Arduino Nano V3.0 ATMEGA328P". A escolha em abordar esse tema veio de sua própria experiência com transportes públicos e a dificuldade em acessibilidade que encontra: “Para chegar até aqui eu pego dois ônibus. Só que eu percebia que eu não conseguia me comunicar tão bem com o motorista e ficava me questionando como que vou solicitar a parada? Como vou entender onde é a parada? Quando tem muita gente eu não consigo me comunicar de outras maneiras. E se o ônibus passasse da minha parada? Muitas vezes a gente encontra precariedade” relata a estudante.

A escolha do software Arduino deve-se, justamente, por ser uma plataforma onde é possível a programação de prototipagem eletrônica de placa única e hardware livre, que permite aos usuários criar objetos eletrônicos interativos e independentes.Assim, o projeto foi desenvolvido visando facilitar a comunicação entre o passageiro surdo e o motorista.

A estudante conseguiu ir para o evento da FEBRACE a partir do Centros de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS), que foi criado diante da necessidade de se promover suporte pedagógico nas instituições de ensino dos estados brasileiros, com intuito de viabilizar a inclusão no ambiente educacional para pessoas surdas.

Sobre a sua experiência, Estefany relata que o evento é estimulante em diversos aspectos interdisciplinares,destacando-o como um espaço que incentiva projetos de iniciação científica júnior no país. “ É muito enriquecedor quando os avaliadores dão a opinião deles, expondo o que compreenderam e absorveram do nosso projeto. A gente acaba aprendendo muito também durante essa avaliação”

Apresentação Literária

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Sempre engajada e interessada em projetos como este, a estudante já havia participado da edição anterior, com o lançamento de um livro que aborda os desafios e experiências relacionados à descoberta de um parente surdo dentro de uma família. Intitulado "O Silêncio de Vivi", o enredo se desenrola quando uma mãe dá à luz a sua primogênita. Em certo momento, ela percebeu que algo estava acontecendo com a filha e a levou ao médico.

Após realizar alguns exames, descobriu-se que a menina era surda. A família ficou bastante preocupada por não ser capaz de se comunicar com a criança, que acabou crescendo com dificuldades em se relacionar com os outros. Quando ela passou a frequentar a escola, começou a enfrentar ainda mais dificuldades pela falta de intérprete de libras nas salas de aula, e acabou por desistir dos estudos. A situação só mudou após o crescimento de Vivi, quando ela aprendeu Libras no CAS. A partir desse momento, sua vida se transformou significativamente, pois permitiu que ela se comunicasse e compreendesse melhor o que os outros diziam.

Relação com o IFRN

Aluna do IFRN Campus Mossoró há dois anos, Estefany declara que contou com o apoio da instituição nas etapas que se seguiram até a aprovação, e destacou a acessibilidade promovida no ambiente escolar “ Aqui no IF eu me sinto muito confortável. Obviamente tenho minhas dificuldades em relação às disciplinas, mas os intérpretes de libras estão sempre presentes, me ajudando”.

A participação dos estudantes em projetos que fomentam o desenvolvimento de iniciativas científicas no Campus Mossoró é fruto de um esforço conjunto, que vai desde o estímulo institucional à iniciação científica até a dedicação dos professores e seus alunos. Demonstrando grande engajamento e inspiração, a estudante planeja continuar a aprimorar o protótipo para apresentá-lo na próxima edição da FEBRACE, prevista para o próximo ano.

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