Abril Indígena
Campus Macau promove ações durante o Abril Indígena
As ações abordou os saberes e a resistência dos povos originários, com foco na presença e protagonismo das mulheres indígenas
Publicada por Fabricio Brito em 06/05/2025 ― Atualizada em 6 de Maio de 2025 às 11:53
O ano de 2025 no Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) teve início com o fortalecimento de uma cultura institucional mais plural, inclusiva e segura para toda a comunidade acadêmica. Logo no início do semestre letivo, o Encontro Pedagógico 2025.1 trouxe como tema central: “Entre muros e pontes: diálogos sobre diversidades e inclusão na Educação Profissional e Tecnológica”. Realizado nos dias 3 e 4 de abril, o evento abordou questões relacionadas às pessoas com deficiência e/ou necessidades educacionais específicas, às pautas de gênero e suas interseccionalidades, bem como aos grupos étnico-racialmente minorizados.
Durante todo o mês de abril, diversas ações foram desenvolvidas nos 22 campi do Instituto, em alusão ao Dia dos Povos Indígenas, celebrado em 19 de abril, com o objetivo de reconhecer a trajetória, valorizar a cultura dos povos originários e defender seus direitos.
O Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) do Campus Macau, tendo em vista o início das atividades acadêmicas do semestre letivo 2025.1 ocorrido no dia 7 de abril, reforçou junto aos(às) docentes, durante o Planejamento Acadêmico dos dias 3 e 4 de abril, a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas de ensino fundamental e médio (conforme a Lei nº 10.639/2003 e a Lei nº 11.645/2008), bem como a importância de inserir as pautas étnico-raciais nos planejamentos das disciplinas.
Dentre as pautas centrais da Reunião Pedagógica realizada em 16 de abril, destacou-se o "Alinhamento sobre o desenvolvimento de ações para o Abril Indígena", conduzido pela Direção Acadêmica, Equipe Técnico-Pedagógica e Comissão Organizadora, que apresentou os detalhes da programação.
No dia 23 de abril, o Campus Macau promoveu o evento “Abril Indígena: Conhecer para Respeitar”, com atividades nos turnos manhã, tarde e noite. A ação foi organizada pelo NEABI, em parceria com o Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (NAPNE) e o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação, Gênero e Diversidade (NUGEDI), com destaque para o protagonismo feminino indígena. Aberto à comunidade acadêmica e ao público externo, o evento promoveu o diálogo entre saberes e reafirmou o compromisso institucional com uma educação inclusiva e plural.
Neste ano, a programação teve como tema central “Mulheres Indígenas: Guerreiras da Ancestralidade”, promovendo espaços de escuta, valorização e reconhecimento dos saberes originários.
Pela manhã, o NUGEDI realizou a palestra “Reflexões da Literatura Indígena e o seu papel intercultural e contracolonial nas práticas educativas”, ministrada pela Professora Dra. Eva Potiguara, do Povo Potiguara, e mediada pela servidora Maíra Dal'Maz. A palestrante compartilhou sua trajetória acadêmica e ressaltou a potência da palavra escrita na construção da resistência, da identidade e da transformação social.
À tarde, o NAPNE conduziu a palestra “Saberes, Resistências e Possibilidades”, apresentada pela servidora Karla Cândido, da etnia Pankará, com mediação do servidor Hércules Alencar. A fala abordou a luta dos povos indígenas e as diversas formas de existência e aprendizagem presentes em seus modos de vida.
Encerrando a programação, o NEABI promoveu, no turno da noite, a exibição dos documentários “Caminhos Ancestrais”, sobre o Projeto Memórias Potiguara liderado por mulheres indígenas, e “Evangelho da Floresta: O Reencontro do Povo Puyanawa”, lançado pelo Instituto Oyá em colaboração com o povo Puyanawa e a Tear Filmes. As produções registram a memória e a luta dos povos originários que, apesar da violência histórica, seguem vivos — não como sobreviventes, mas como guardiões de saberes ancestrais. A exibição foi conduzida pelos professores João Helis Bernardo, indígena do Povo Potiguara, e Carlos Henrique P. Marques, descendente do Povo Pury, que enriqueceram o debate com relatos e análises sobre suas experiências e ancestralidades.
As ações do Abril Indígena no Campus Macau reafirmam o compromisso do IFRN com uma educação conectada aos territórios, às identidades e às vozes que compõem a diversidade brasileira.