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ACESSIBILIDADE

Levantamento revela condições de acessibilidade dos alunos do Campus Avançado Lajes

Dificuldade de acesso à internet e fatores ambientais são desafios dos estudantes do campus e do IFRN

Publicada em 17/09/2020 Atualizada há 1 ano

Há seis meses com o calendário acadêmico suspenso, em razão da pandemia do novo coronavírus, a rotina dos estudantes do IFRN ganhou contornos diferentes. Com corredores e salas de aula vazias e sem condições sanitárias para garantir um retorno presencial seguro às atividades acadêmicas, gestores, professores e técnicos do Campus estudam e implementam hoje formas de garantir um retorno às atividades remotas, abarcando aqueles que mais necessitam de apoio e auxílio para acompanhar essa forma de ensino.

A preocupação da equipe do Campus nasce do conhecimento sobre a realidade de boa parte dos alunos, que já se encontrava em situação de vulnerabilidade antes do começo da pandemia, e, ainda, dos números apresentados após o levantamento realizado com os estudantes sobre o acesso às tecnologias educacionais e condições de estudo em suas casas.

A pesquisa, que tem como objetivo o acesso a todos os 485 estudantes regularmente matriculados no Campus, do total de 594, conseguiu até o dia 24 de agosto contactar cerca de 94% dos estudantes. "Os 6% dos alunos que não responderam à enquete, utilizada para mapear os meios tecnológicos à sua disposição e as condições de estudo de cada estudante, não serão esquecidos. Estamos considerando essa dificuldade no planejamento em desenvolvimento quanto a dificuldade de acesso e contato", destaca a diretoria acadêmica.

O resultado parcial do estudo, divulgado no final de agosto, deixa claro que os dados coletados até agora evidenciam as dificuldades que precisarão ser resolvidas antes de um retorno remoto dos alunos, a fim de que a população mais vulnerável não seja ainda mais penalizada. Cerca de 10% dos respondentes afirmaram que não possuem internet em casa. Dos que possuem internet em casa, 20% acredita que a internet que possuem não permita um acesso adequado a vídeos e plataformas de aprendizagem.

Além disso, menos da metade dos estudantes conta com um computador, notebook ou netbook. A maioria, 54%, dispõe somente de smartphone ou tablet para acessar a internet. Somam-se aos desafios as condições ambientais para os estudantes, já que quase 40% dos respondentes alegou não possuir um espaço silencioso, individual ou específico para o estudo. "Toda relação de ensino-aprendizagem que gera resultado satisfatório e de qualidade carece de uma série de pré-requisitos. No formato remoto, as necessidades são semelhantes. Como indica a psicóloga escolar Margareth Pinheiro (IFRN/ZN): “Nesse modelo que está sendo pensando pela primeira vez, temos como desafio aprender a participar dele mantendo a garantia desse ensino-aprendizagem com qualidade. Sim, a existência de um local silencioso seria o ideal, mas, se não é possível garanti-lo, precisamos capacitar alunos e professores para considerar que é essa a nova realidade que enfrentamos",

Segundo a profissional, isso deve ser feito sem desistir da tarefa de ensinar e aprender, dentro da realidade de cada um. "O modelo de ensino virtual vai precisar ser repensado e adaptado durante sua execução, e aos alunos deverá ser oferecido apoio psicológico e pedagógico constantemente. Todos teremos que aprender esse novo formato", conclui.

Outra questão que preocupa é como se dará o atendimento aos estudantes com necessidades especificas do Campus. Atualmente, 03 estudantes são acompanhados por possuírem condições transitórias ou definitivas que impactam em seus processos de aprendizagem, como deficiências físicas, visuais ou transtornos de aprendizagem. Nesse contexto, os desafios que precisam ser assumidos para o retorno passam pela promoção das condições de acesso aos alunos.

Apoio será fundamental para a retomada

O destaque positivo no levantamento das informações é o percentual de alunos que afirmou que tem apoio familiar ou de amigos para estudar em casa que chega a 62% e dos estudantes que afirmaram que contam com pelo menos quatro horas disponíveis para estudar, que são aproximadamente 56% dos respondentes. “A pesquisa apresenta um recorte fundamental para o planejamento do campus e suas ações de retomada, permitindo um olhar estratégico e planejado para entendermos a realidade desse novo contexto imposto pela situação emergencial que o mundo vive. Os desafios estão claros, mas as ações de planejamento e equipe qualificada estão a postos para mergulhar nas idiossincrasias dessa nova forma de ensino, bem como para guiar nossos alunos nessa jornada compartilhada na busca pela manutenção de uma educação de qualidade e inclusiva", aponta o diretor-geral André Bezerra.

Acesse o resultado completo da enquete direcionada aos alunos aqui.