SeLiB
II Semana do Livro e da Biblioteca movimentou o IFRN Campus Lajes com arte, debates e inclusão
O tema desta edição envolveu inclusão na era digital
Publicada por Larissa Oliveira em 19/11/2025 ― Atualizada em 1 de Dezembro de 2025 às 09:38
Entre os dias 21 e 23 de outubro, o IFRN Campus Lajes viveu um dos momentos culturais mais vibrantes de seu calendário acadêmico: a II Semana do Livro e da Biblioteca. Com o tema “Leitura e conexões: inteligência, emoções e inclusão em tempos digitais”, o evento transformou salas, corredores e espaços abertos do campus em um grande circuito literário, reunindo estudantes, servidores e convidados em torno da leitura, do conhecimento e da diversidade literária.
Ao longo de três dias, uma ampla programação reforçou a importância da leitura como instrumento de formação crítica, sensível e cidadã. Logo na abertura, a presença do escritor natalense Carlos Fialho chamou a atenção dos alunos com sua palestra intitulada “Li porque quis: a leitura espontânea como opção de lazer”. Fialho dialogou de forma descontraída com os participantes, lembrando que o hábito de ler nasce do prazer e da curiosidade — e não de obrigações impostas. O encontro abriu caminho para reflexões sobre os diferentes gêneros literários que podem atrair todos os tipos de público e sobre como a literatura pode ser um refúgio em meio ao ritmo acelerado do mundo digital.
A programação seguiu com a já tradicional Sessão Cinebiblio - Esse filme eu já li.., desta vez em parceria com o CineClube Itaretama, que exibiu "Radioactive", filme que narra a trajetória profissional e pessoa de Marie Curie. A atividade foi intermediada pela professora Ewelanny Lima e estimulou debates sobre ciência e a representação feminina na área, tendo em vista a importância da cientista para o mundo moderno.
Nos corredores do campus, duas exposições despertaram a atenção dos visitantes. A primeira, “Biblioteca inclusiva e sensorial”, promovida pelo NAPNE (Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas), convidava o público a descobrir jogos e equipamentos especializados para ajudar na inclusão no ambiente educacional e destacando a importância da acessibilidade. No caminho para a Biblioteca, a mostra fotográfica “O mundo e o autoritarismo: nuances do Capital” instigou reflexões sobre política, desigualdade e críticas sociais expressas por meio de imagens famosas citando pessoas autoritárias em diferentes países.
A SeLiB também abriu espaço para a produção artística com o Festival literário de contos, que trouxe histórias inspiradas no realismo mágico e no sertão. Estudantes se aventuraram por narrativas que misturam cotidiano e fantasia, criando um mosaico de vozes e perspectivas regionais. A diversidade de linguagens continuou com a Mostra de Videopoemas produzidos pelos alunos do 3º ano, baseados no livro "Outros Jeitos de Usar a Boca", da autora Rupi Kaur. Antes da apresentação, os próprios estudantes explicaram o processo de criação e as interpretações poéticas que nortearam seus projetos, revelando uma leitura sensível e madura da obra.
Outro destaque foi a Mesa-redonda com as debatedoras Bruna Lima (psicóloga da Secretaria Municipal de Educação de Lajes), Bruna Nascimento (bibliotecária do IFRN Lajes) e Larissa Alberti (professora de Língua Portuguesa do campus) discutiram como, em tempos digitais, a leitura se relaciona com emoções, saúde mental, inclusão e formação de vínculos. Também chamou atenção de todos do campus a Sala Temática “De médico e louco todo mundo tem um pouco”, que explorava uma casa mal assombrada em que diferentes personagens demonstravam as loucuras do comportamento humano, baseado no livro "O Alienista", de Machado de Assis.
A programação também abriu espaço para vivências artísticas que dialogaram com identidade, memória e patrimônio cultural. Na oficina “Memória Ilustrada – Descubra a arte de transformar o olhar sobre a cidade em traços e cores!”, os participantes foram convidados a observar Angicos com mais sensibilidade, transformando fachadas neutras em pinturas de grafite. A atividade estimulou a percepção estética e mostrou como a arte pode ser uma ponte para redescobrir a própria cidade, revelando histórias e afetos muitas vezes invisíveis no cotidiano.
Já a oficina de “Desenho e Vetorização de Fachadas Históricas” transformou o mezanino da Biblioteca em um verdadeiro estúdio criativo. Entre conversas técnicas de ilustração e uso de ferramentas manuais, estudantes continuaram mergulhando no universo do patrimônio arquitetônico local. Mas, desta vez, a proposta permitiu compreender como funciona a vetorização de imagens arquitetônicas para uso técnico na área. A oficinas trouxeram a valorização do passado como fonte de inspiração para novas narrativas, de modo a preservar visualmente a memória construída nos prédios antigos que marcam a história da região.
A programação contou com momentos emocionantes como o Sarau Poético seguido de apresentações do Coral de Música com os alunos da turma ADM1M, no anfiteatro do campus. Além disso tudo, o encerramento da programação contou com muita diversão com o Quiz Literário. Realizado no Centro de Vivência, o jogo de perguntas e respostas garantiu risadas e bom humor — especialmente por causa da clássica “torta na cara”.
Entre vozes, versos e aplausos, a II Semana do Livro e da Biblioteca terminou celebrando a potência da literatura como elo entre arte, inclusão e retorno ao mundo analógico. Assim, o IFRN Campus Lajes reafirmou seu compromisso com a formação de diferentes áreas da vida, promovendo um encontro onde a experiência literária ultrapassou o seu papel e ganhou vida em debates, performances, experimentações e, sobretudo, nas conexões construídas entre todos os participantes.
- Palavras-chave:
- 2025 Lajes Semana do Livro e da Biblioteca