Os alunos do curso Técnico Integrado em Informática na modalidade EJA, turma 2009.2, têm movimentado o Campus João Câmara nos últimos dias. Eles estão apresentando seminários sobre o Romantismo na literatura brasileira: poesia e prosa. A turma foi dividida em seis grupos: os três primeiros ficaram responsáveis, respectivamente, pela 1ª, 2ª e 3ª geração da poesia romântica; os três últimos, pelo romance indianista, romance regional e romance urbano.

        O professor solicitou que os alunos fizessem apresentações criativas, relacionando a temática de cada grupo a outras linguagens, como a música, o teatro, o cinema, entre outras. Além disso, a sala de aula tem sido decorada a cada exposição, com as cores verde e amarela, por exemplo, quando da apresentação sobre a 1ª geração romântica. Os alunos também se caracterizam conforme a temática, como os da 2ª geração, que se vestiram de preto, maquiaram-se, usaram capas,  dentes de vampiro, a fim de compor o ambiente macabro de algumas obras desse período literário. Para apresentar a 3ª geração, um grupo de alunos encenou, no auditório, uma peça teatral com um trecho de O Navio Negreiro, poema de Castro Alves, com músicas de Caetano Veloso e Margareth Menezes.

       “Para driblar a falta de tempo dos alunos, da qual eles tanto reclamavam, resolvi disponibilizar uma, das três aulas semanais da disciplina, para que eles organizassem o trabalho em sala de aula, orientados por mim. Isso ocorreu durante os primeiros meses do semestre letivo. Em seguida, começaram as apresentações, no dia em que a turma tem duas aulas seguidas. Assim, eles tiveram tempo para prepararem bons trabalhos. As apresentações têm causado sucesso no Campus”, explica Milson Santos, professor da disciplina.

       O romance indianista, apresentado por outro grupo, foi Iracema, de José de Alencar. Alguns trechos da obra também foram encenados. Na última segunda-feira, foi a vez do romance regional – Inocência, de Visconde de Taunay. No auditório Thomé Filgueiras, pudemos assistir a uma encenação dessa obra, como exemplo do tipo de romance citado. Além disso, os presentes puderam saborear, ao final da encenação, algumas comidas regionais, como a tapioca, o bolo preto, a pamonha, entre outras. Os que passaram pelo local ficaram admirados com a organização e a ornamentação do cenário no auditório. 

        “Eu estou gostando dos seminários, pois é uma coisa diferente do que estamos acostumados a fazer em sala de aula, apenas no papel de ouvintes. Lá (no auditório), estávamos atuando, explicando o assunto, fazendo coreografias, enfim, participando ativamente da aula”, declara o aluno Manuel Messias.

        “O que mais me chamou atenção foi observar que alguns alunos, aparentemente tímidos, saíram-se bem desenvoltos durante a apresentação, deixando de lado toda timidez, mostrando  que todos têm capacidade, desde que se  disponham a participar, e lhes seja dada uma oportunidade ou um incentivo. As aulas de literatura ficam, assim, mais empolgantes, e facilitam o aprendizado”, destaca o aluno Livanildo Oliveira.