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Professor da UFERSA realiza palestra sobre Recuperação de Áreas Degradadas

Encontro na última terça-feira (23) reuniu estudantes dos cursos de Agroecologia e Meio Ambiente

Publicada em 25/08/2022 Atualizada há 1 ano

Na última terça-feira (23) foi realizada a Palestra Regeneração Ambiental e Recuperação de Áreas Degradas (RAD): pesquisas, desafios e possibilidades com o professor Dr. Marco Diodato - graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná (1989), mestrado em Ciências Florestais pela Universidade Federal do Paraná (1993) e doutorado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Paraná (1998). Atualmente é professor associado da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), com experiência na área de Recursos Florestais e Ciências Ambientais e é coordenador do Curso Engenharia Florestal da UFERSA.

A palestra foi voltada para os discentes do curso Tecnólogo em Agroecologia, através da disciplina Prevenção, Manejo e Recuperação de Áreas Degradadas ministrada atualmente pela Professora Substituta Zildenice Guedes, com participação também de estudantes em Meio Ambiente. Para os discentes foi uma grata oportunidade de terem contato com um professor e pesquisador da área de RAD, bem como para o fortalecimento de ações interinstitucionais. Na ocasião foi também divulgado o II Simpósio Potiguar de Engenharia Florestal e IV Semana Acadêmica da Engenharia Florestal que acontecerá na UFERSA de 14 a 16 de setembro. Acesse o link do evento.

Entrevista com o professor

Após a palestra, o professor Marco Diodato concedeu entrevista à equipe do Campus Ipanguaçu sobre os temas discutidos. Confira na íntegra:

IFRN - Professor Marco, você poderia falar sobre a importância do trabalho de regeneração ambiental e recuperação de áreas degradadas, suas perspectivas e pesquisas junto aos alunos dos cursos técnicos integrados e subsequentes?

Prof. Dr. Marco Diodato - Atualmente a questão ambiental no mundo é de grande relevância, principalmente pelo estado de degradação dos nossos ambientes locais, regionais e mundiais. Daí a necessidade de pesquisas, de entendimento, compreensão, conhecimento do nosso próprio ambiente. Esses meninos, alunos aqui do IFRN, tem que cumprir seu papel, precisam conhecer a instrumentalização, as ferramentas técnicas-metodológicas, para recuperar aquilo que nós mesmos estragamos. Essa palestra de agora vem justamente ao encontro à conscientização e ao conhecimento desses alunos, com foco principalmente na caatinga, inclusive finalizando com a questão da integração pecuária-lavoura, a agricultura ou SAFs (sistemas agroflorestais) que está diretamente relacionado ao curso em que estão. Então foi [um momento] muito rico, são alunos bastante interessados, com perguntas muito inteligentes e criativas, e eu acredito que foi bastante proveitoso em termos de eu conseguir transmitir o meu conhecimento e deles absorverem, compreenderem aquilo que foi transmitido.

IFRN - Você poderia falar um pouco mais sobre a importância de se estudar a caatinga como esse bioma que está na nossa região?

Prof. Marco - A caatinga tem uma diversidade maior do que se pensa. Normalmente sempre se pensa como uma estrutura com problemas, deficitária quando comparada com outros biomas, mas não, ela é rica no seu potencial, com o tamanho que tem, com a forma que tem. Então essa riqueza se manifesta, ela se espressa com a diversidade de produtos que você pode extrair, não apenas madeira, mas também taninos, resinas, sementes, frutos, o próprio mel é um produto da caatinga. Só que ainda há subutilização dela: muitas vezes a madeira que poderia..., e estamos fazendo pesquisas na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) de Mossoró para um uso mais nobre dessa madeira além de lenha, carvão, queimar essa madeira, então a gente está vendo as possibilidads de fabricação de portas, janelas, piso, brinquedos, utensílios, como já alguns artesãos fazem com madeiras da caatinga. A resistência dessa madeira, o tipo de colas, os vernizes que podem ser utilizados, isso traz tecnologia que pode ser aplicada em grandes fábricas, nós podemos ter fábricas que valorizem melhor a madeira e não apenas simplesmente ser queimada como lenha. Então é uma subvalorização [da madeira]. Nosso estudo, nosso foco dentro do curso de engenharia florestal da UFERSA é esse: trazer a caatinga, valorizar e usar, através de pesquisa, tecnologias inovadoras que nos permitam ou permitam o pequeno, médio ou grande produtor otimizar o uso de maneira sustentável [da madeira e do meio ambiente] e que ganhe recursos econômico-financeiros suficientes para sua sustentação. 

IFRN - Teria alguma última palavra que gostaria de deixar para os estudantes do campus que estão se envolvendo com essa área de meio ambiente e agroecologia?

Prof. Marco - Sim, que estudem, mas que estudem com consciência. Não o estudo decorado, mas um estudo aprofundado, com cada uma das células de seu corpo, para que compreendam e relacionem isso com sua própria vivência do dia a dia, dos pais, dos avós, do ambiente em que estão. Isso traria uma compreensão, uma conscientização sobre os ambientes, e isso permite a alteração, a modificação de valores, que podem não estar muito adequados para valores morais, ambientais, éticos e de sociedade para um mundo melhor, um mundo mais justo, socialmente justo.

 
Palavras-chave:
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