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Campus celebra fechamento de um ciclo

Primeiras turmas integradas colaram grau

Publicada em 31/01/2011 Atualizada há 1 ano, 3 meses

Após quatro anos de trabalho intenso, lutas, perdas e conquistas, noventa e seis alunos das primeiras turmas dos cursos técnicos em informática e alimentos da modalidade integrada, do ensino denominado regular, chegaram ao final desta jornada. As quatro turmas egressas no início de 2007 colaram grau na última sexta-feira (6).

A colação de grau é sempre o momento de consagração para os alunos. Esta foi especialmente marcante também para o Campus Currais Novos do IFRN, pois, foi o encerramento de sua “primeira etapa de formação do ensino regular”. De fato, esta não é a primeira turma integrada a se formar. Em 2009 colou grau a primeira turma de egressos em 2006.2, contudo, da modalidade Eja.

Em 2006, tiveram início as atividades neste campus. Era época de incertezas, tanto para servidores quanto para os alunos, recém chegados e habituados a um ritmo de estudos diferente. A história de formação que acompanhava o Cefet chamou atenção da região animada com a possibilidade de fazer um curso técnico no Centro Federal do RN.

Acolhendo alunos de realidades bem diferentes, a escola procurava integrá-los e integrar-se à realidade deles. “No início do curso, a sala era bem dividida. Dava para perceber de longe quem era aluno de rede privada e de escola pública”, nos conta Alinne Louise. “Os professores nos mostravam que todos tínhamos as mesmas dificuldades e que todos precisavam se ajudar. Com o passar do tempo, os alunos foram percebendo que não havia mais barreiras entre eles e as diferenças foram postas de lado diante das dificuldades vividas por todos na época”, acrescenta.

Alinne é ex-aluna do curso técnico em alimentos e colou grau nesta última formatura. No início do curso, cheia de expectativas, diz ela, muitos colegas não entendiam bem do que tratava o curso. “Achei sinceramente que era algo ligado à nutrição ou cozinha”. Só chegaram à realidade no segundo ano ao serem inseridas as disciplinas técnicas. “Estávamos cheios de animo para visitar indústrias, conhecer pessoas do ramo, trabalhar na usina¬-escola e ficamos assim até o fim do curso”, relembra a técnica em alimentos recém formada.

Por estarem ainda no começo das atividades, os problemas estruturais eram os maiores desafios dos servidores. “A falta da Internet era uma grande dificuldade. Não tinha refeitório e pedíamos quentinhas quase direto”, comenta Francisco Júnior, ex-professor do curso de informática e patrono da turma. As dificuldades se agravavam para os professores que tinham que se desdobrar para ministrar suas aulas nos padrões esperados do Cefet. O professor, que acompanhou o processo de formação dessas turmas desde o início, assim com a estruturação do campus, diz que “os laboratórios de informática eram um pouco deficientes ainda, não tinha laboratório de redes e tínhamos que dar aulas apenas teóricas”.

Ao longo desses quatro anos a estrutura física e funcional melhorou bastante. “O CEFET não demorou muito a mostrar porque era merecedor de tantos elogios. Os professores realizaram seus trabalhos muito mais que esperávamos. Era fantástico ver como era a realidade de uma indústria, dos processos. Ver que aquilo fazia parte do nosso cotidiano mais do que pensávamos. Eles sempre estabeleciam ligações entre o profissional e nosso dia-dia”, destaca Alinne.

Por fim, esta colação de grau marca o término de um pequeno ciclo de trabalho e esforço conjunto entre servidores e alunos, buscando a excelência na formação não apenas técnica, ética e moral, mas uma formação para vida.

 

“Minha mãe nunca entendeu porque eu passava três turnos na instituição. Muito mais que uma escola, o IFRN é uma casa que acolheu e ensinou nós todos a sermos gente.”

Alinne Louise Feliciano Dantas