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COMEMORAÇÃO

Dia do Professor: "Educar é ensinar os outros a viver"

Docentes relatam experiências e inspirações profissionais

Publicada em 15/10/2021 Atualizada há 1 ano

Dia do Professor foi criado por Antonieta de Barros, primeira mulher negra a ser eleita, em 1934, deputada estadual por Santa Catarina.

"Educar é ensinar os outros a viver; é iluminar caminhos alheios; é amparar debilitados, transformando-os em fortes; é mostrar as veredas, apontar as escaladas, possibilitando avançar, sem muletas e sem tropeços". Assim o Jornal Correio Brasiliense cita o discurso de Antonieta de Barros (1901-1952), primeira mulher negra a ser eleita no país, responsável pela criação do Dia do Professor no ano de 1948. 

A data passou a ser celebrada nacionalmente em 1963, no governo de João Goulart, então presidente da República. O Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), simbolicamente, presta homenagem na Reitoria e em seus campi a essa figura indispensável à construção de uma sociedade mais justa, humana e ética: saudamos professores e professoras pelo dia com uma matéria especial, que traz perfis e opiniões de docentes do Instituto sobre sua profissão e sobre os desafios atuais. Desejamos parabéns a cada professor e professora e, também, uma boa leitura a você.

"Ser professor(a) é semear sonhos"

A professora Joicy Galvão, que ensina Sociologia no Campus Ceará-Mirim, é professora há 11 anos, sendo 7 anos dedicados ao Instituto Federal do RN, conta o que a motivou a seguir o caminho da Docência: "Fui daquelas crianças que brincavam de ensinar Ajudava primos menores nas tarefas de casa e colegas de escola, tirando dúvidas de algumas disciplinas. A curiosidade pelo conhecimento e sua elaboração me fizeram encontrar na docência um caminho profissional para trilhar", declarou.

Ela conta, "Eu tive professores fantásticos. Sei que muitas sementes foram plantadas em mim através da dedicação deles ao ensino. Sei também que muitas dessas sementes brotaram. Quando reencontro alunos e recebo deles gestos de carinho e lembranças das aulas, fico pensando que posso ter plantado sementes neles também. Creio que ser professora é semear sonhos. A importância do nosso papel é enorme, é fundamental para a sociedade que queremos, justa e solidária, e sei que isso ainda está por fazer. Como diria o mestre Paulo Freire, a educação não muda o mundo, mas muda pessoas, pessoas transformam o mundo. Ser professor é fazer parte desse projeto".

"Poder ajudar as pessoas a serem melhores e poder entender melhor os outros"

Professora da Disciplina História, Bruna Rafaela de Lima Lopes, que atua a 14 anos na profissão (9 destes anos pelo IFRN), considera de suma importância o fazer Docente: "Vejo o papel de nossa profissão como a Luz possível para superarmos as crises de cada dia. Poder ajudar as pessoas a serem melhores e poder entender melhor os outros".

A professora conta que o ensino remoto foi algo que pegou todos de surpresa: "A pandemia nos colocou de frente com  problemas graves, como o distanciamento dos alunos. As oportunidades que o IF oferece aos alunos presencialmente, não puderam ser oferecidas em sua totalidade durante as atividades remotas. Além disso, alguns alunos tiveram que enfrentar muitas barreiras, em razão da necessidade de um dispositivo para o trabalho (celular, notebook, tablet) e uma rede para a conexão. Nem todos os alunos tinham essas condições para o pleno exercício da aprendizagem. As dificuldades de acesso à internet interferiram na nossa prática docente, pois foi preciso que, a toda hora, estivéssemos buscando alternativas para nos aproximarmos dos alunos. Entretanto, hoje posso afirmar que apesar do distanciamento físico, consegui vencer algumas barreiras e chegar perto dos alunos/as. Foi um momento difícil, mas com muitos aprendizados!. Procuro ser esperançosa e acreditar que os alunos e as alunas irão voltar com mais vontade de aprender e de viverem o IFRN da forma mais intensa possível. Eu acredito que esse tempo remoto, provou ainda mais que o espaço escolar é muito especial em nossas vidas", comentou.

"Ver o aluno se desenvolver e celebrar suas conquistas é um sentimento ímpar"

Para o professor de Redes de Computadores Luiz Paulo de Souza Medeiros, "a docência foi mais algo que aconteceu, do que uma vocação que foi perseguida. Entretanto, depois de algum tempo de sala de aula, percebi que esse era o local que eu queria estar. Me sinto realizado com carreira docente e com as oportunidades de mudar as vidas de nossos estudantes". Docente há 11 anos, todos eles dedicados ao Instituto, Luiz Paulo considera que ser professor, "poder ter participado da mudança na vida de diversos alunos, vê-los se desenvolver e celebrar suas conquistas é um sentimento ímpar e bastante difícil de descrever". 

Ele considera que o período de ensino remoto, foi de longe, o pior percalço que precisou enfrentar: "Minha dinâmica em sala de aula é bastante reativa e a evolução do conteúdo sempre passa pela participação da turma pela minha percepção do que eles estão absorvendo ou dos assuntos que encontram maior dificuldades. Nas atividades de forma remota, os estudantes estão menos participativos, até pela dificuldade de manter a atenção numa tela por longos períodos. Por isso, acabo perdendo aquela referência que utilizava para avançar o conteúdo. Espero em breve poder retornar as atividades presenciais, com toda a segurança possível, para nós professores e para os nossos alunos", declarou.

"Acreditar na educação como meio de transformação e ascensão social"

"Um dos motivos que me fizeram escolher ser professora foi acreditar na educação como meio de transformação e ascensão social", foi o que disse a professora de Física Bruna Raíssa Gomes dos Santos Batista. Ela é professora a 7 anos, 5 deles dedicados ao IFRN.

Para Bruna, ser professora de Física foi um pouco por acaso. Se deu, a princípio, a partir da oportunidade que surgiu de ingressar no nível superior na cidade em que já morava: "ao conhecer mais sobre a profissão e me envolver em projetos e eventos com enfoque educacional pedagógico, simplesmente me apaixonei pela área e decidi que era essa a profissão que gostaria de exercer".

"O ensino remoto me fez repensar objetivos e metodologias que antes utilizava. Passei a fazer uma avaliação mais global do estudante considerando toda sua trajetória na disciplina e não só isoladamente relacionada as suas notas bimestrais. Também fiz uso de ferramentas e aplicativos que pretendo continuar utilizando em minha prática docente. Acredito que a partir dos aprendizados adquiridos durante o ensino remoto, possamos refletir a respeito e assim desenvolver uma prática docente cada vez melhor", disse.

"Educar sempre será um ato de amor e empatia"

A possibilidade de ajudar a desenvolver as pessoas e com isso ser transformada também, descobrir junto com elas suas potências corporais sensíveis e inteligíveis foi o que motivou a professora de Educação Física Loreta Melo Bezerra Cavalcanti a ingressar na carreira docente. Com 21 anos de profissão e 5 anos de IFRN.

Loreta fala que ser professora: "Significa ofertar conhecimento, afeto e compromisso social, por isso a presença, o cotidiano, as dinâmicas escolares e a reflexão constante sobre essas práticas são elementos que atribuem aos professores protagonismo na organização das ações, enquanto aos alunos cabem a centralidade desse processo. Nesse sentido, educar sempre será um ato de amor e empatia.

"Minha prática docente foi profundamente alterada porque a linguagem fundamental da minha disciplina, o movimento corporal, foi comprometida pelo uso exclusivo das telas, pela falta de experiências em grupo e pela não ocupação dos espaços específicos (ginásio, campo, piscina, quadras etc). No entanto, as reflexões teóricas possibilitadas pelas leituras, debates, acesso diversificado a materiais digitais, bem como, o redimensionamento das avaliações que passaram a ter teor mais criativo e os estudos que problematizavam questões da cultura de movimento emblemáticas, fizeram com que pudéssemos ampliar e criticizar nossa visão de mundo. Isso foi positivo", enfatizou a professora.

 

Palavras-chave:
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