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COMEMORAÇÃO

Campus Ceará-Mirim: oito anos da terceira fase de expansão do IFRN

Com dois cursos exclusivos, Campus traz diversidade de ofertas à Região Metropolitana

Publicada em 04/10/2021 Atualizada há 1 ano

Campus Ceará-Mirim fica a 30km da capital

Por Maria Clara Pimentel

Há exatos oito anos tinha início a terceira fase de expansão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), fruto do Plano de Expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, implementado pelo Governo Federal. Como resultado, nasceram os campi Ceará-Mirim, São Paulo do Potengi e Canguaretama.

Em celebração à data, o Núcleo de Jornalismo do Instituto (Nujor/IFRN) produziu uma série de matérias especiais, contando a história dos três campi aniversariantes e mostrando relatos de quem fez e faz parte de cada um deles. A primeira reportagem faz alusão ao Campus Ceará-Mirim.

Campus Ceará-Mirim

Localizado a cerca de 30km da capital potiguar, o município de Ceará-Mirim sedia um dos 22 campi do IFRN, atendendo, hoje, pouco mais de mil estudantes, de 21 municípios diferentes. Os cursos oferecidos à população do entorno incluem duas ofertas únicas em todo o Instituto: Cursos Técnicos Integrados em Programação de Jogos Digitais e em Equipamentos Biomédicos (cuja oferta também existe na modalidade Subsequente). Para além deles, existem os Integrados em Informática, Subsequentes em Manutenção e Suporte em Informática, Licenciatura em Matemática e Especialização em Tecnologias Aplicadas à Educação. Há também cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC) em Informática para Iniciantes e em Operadora de Computador, para o Programa Mulheres Mil.

Campus Ceará-Mirim teve como primeiro diretor-geral o professor José Álvaro de Paiva. Quem está na direção-geral desde 2016 é o professor Alan Paulo Oliveira da Silva, que chegou ao IFRN em 2010, como professor substituto no Campus Natal - Zona Norte. Foi efetivado no ano seguinte, passando pelos campi Pau dos Ferros, Nova Cruz e, por fim, desembarcando no Campus Ceará-Mirim, onde firmou as raízes. Eleito diretor-geral do Campus pela segunda vez consecutiva, ele comenta que as principais dificuldades da sua gestão são relativas à redução orçamentária, imposta pelo governo federal a cada ano. Segundo o professor, a pandemia do coronavírus tem provocado “impactos sanitários, econômicos, sociais e acadêmicos significativos, em toda a sociedade”.

A partir do ensino remoto emergencial, todos os esforços se voltaram para o atendimento de estudantes mais vulneráveis, que somam 80% de discentes do Campus. Já foram investidos em auxílios emergenciais quase R$ 670 mil, mas o diretor-geral Alan diz que não é o suficiente: “Apesar dos esforços empreendidos, nem todos os estudantes [em situação de vulnerabilidade] puderam ser contemplados, o que tem causado mais prejuízo aos estudantes, aumento da carga de trabalho de toda a equipe, que vem se esforçando para atender a todas as demandas, quadros de ansiedade por parte de alunos e servidores, trancamento de matrículas e evasão, entre outras dificuldades inerentes ao ensino remoto emergencial”.

“Quando cheguei aqui, era tudo mato”

“Na verdade, para ser mais honesto, era tudo parede”. Assim diz Luiz Paulo de Souza Medeiros, professor da área de Rede de Computadores, que entrou no Campus Ceará-Mirim no ano de 2013 e participou de todo o processo de implementação do Campus. “Os dois prédios principais haviam acabado de ser entregues pela construtora, e cabia a nós o trabalho de começar a transformar aquelas paredes em uma Casa de Educação”, comentou.

Nesses oito anos, vários laboratórios foram implantados, incluindo os dos cursos de Equipamentos Biomédicos e Programação de Jogos Digitais. Por serem novos na instituição, “todo o processo de planejamento e montagem desses laboratórios foi uma novidade para os servidores”, comentou o professor Luiz Paulo. Para ele, o desenvolvimento da infraestrutura do Campus é constante, “mas posso dizer que a mudança mais impactante quanto a essa infraestrutura são os laboratórios de Equipamentos Biomédicos, por ser algo totalmente diferente do que estamos acostumados a encontrar no IFRN”.

Quem também esteve presente no momento de implementação do Campus foi a diretora administrativa Louise Savana da Costa Almeida, que entrou em agosto de 2014 como técnica em Segurança do Trabalho na Coordenação de Serviços Gerais e Manutenção (Cosgem). Ela comenta ter percebido um bom desenvolvimento no Campus desde então: “Vejo que daquele período para cá, o Campus amadureceu e ganhou espaço na comunidade local, conseguindo atingir o objetivo de levar à região um ensino de qualidade continuadamente”.

Outros futuros possíveis

É comum estudar no IFRN e, anos depois, voltar para o Instituto como servidor; é o caso de Luiz Paulo e Louise, que fizeram o ensino médio muitos anos antes de se tornarem professor e diretora administrativa. No entanto, esse não é o único futuro possível. Rickson Henrique de Souza entrou como estudante no curso de Equipamentos Biomédicos, em 2017, e, hoje, é técnico e empreendedor.

Ele tem uma empresa que atua nos segmentos de manutenção preventiva e corretiva de equipamentos médico-hospitalares e odontológicos, além de fornecimento de peças. Como relata, o Instituto foi essencial para ele estar onde está hoje: “O IFRN, através do curso de Equipamentos Biomédicos, me apresentou uma área onde eu vi oportunidade de empreendedorismo, já que no Rio Grande do Norte é uma área muito escassa, porém muito importante”.

Os vários significados do IFRN

Para Rickson, “o IFRN é sinônimo de família que cuida, ensina e inspira, para que o aluno consiga alcançar todos os objetivos”. E não necessariamente apenas objetivos econômicos e materiais. Segundo ele, o Instituto faz muito mais que isso: “Hoje posso falar com toda certeza que o IFRN mudou minha vida, pois além de adquirir conhecimentos acadêmicos, aprendi lições que levarei para toda vida”.

Quem está de acordo com essa afirmação é Louise, diretora administrativa do Campus Ceará-Mirim, que conseguiu seu primeiro emprego graças ao curso técnico que fez no Instituto. Ela encara seu ofício hoje como se pagasse de volta à Casa de Educação por todos os aprendizados: “Eu enxergo o IFRN como um lugar de trabalho, mas um trabalho de retribuição por tudo que conquistei até aqui”.

Para Luiz Paulo, estar de volta ao Instituto como professor tem um significado especial: “Hoje, estar no IFRN significa ter a oportunidade de fazer a diferença na vida desses estudantes, assim como o IFRN fez na minha vida”. Fazer parte desta história é recompensador, e isso fica evidente na fala do professor: “O IFRN, assim como toda a Rede Federal, se tornou uma instituição com função social imensurável. Nós levamos educação de qualidade para os interiores, para atender tanto aos jovens, que são a esperança de um futuro melhor e de desenvolvimento para aquelas cidades, quanto para aqueles que foram abandonados por anos de políticas de educação excludentes, que não tiveram a oportunidade de estudar e se qualificar quando jovens”.

Expansão

O reitor do Instituto Federal, professor José Arnóbio de Araújo Filho, comemora hoje os oito anos dos campi Ceará-Mirim, São Paulo do Potengi e Canguaretama. Para ele, “cada Campus que nasce no IFRN é uma nova possibilidade, tanto de atendimento a novos alunos, como de oferecimento de novas ofertas.” Por isso, destaca os cursos de Equipamentos Biomédicos e Jogos Digitais, existentes apenas no Campus Ceará-Mirim.

Para Alan Paulo, diretor-geral, o Campus propõe o desenvolvimento de projetos importantes para toda a comunidade. Sua visão de futuro para o Campus envolve a continuação dessa busca por contribuir para o processo produtivo da região, como elenca algumas formas: “criação de um núcleo para fornecimento de internet de qualidade para órgãos públicos do município de Ceará-Mirim; núcleos de manutenção de equipamentos de informática, smartphones tablets; parcerias com secretarias de saúde, para atuação de equipes de servidores e estudantes do Campus na operação e manutenção de equipamentos biomédicos; projeto de desenvolvimento de jogos digitais educacionais; consolidação dos núcleos de desenvolvimento de jogos digitais e projetos de informática; projetos de fortalecer ideias e pensamentos empreendedores, entre outros”.

Que venham mais aniversários e mais possibilidades.

Palavras-chave:
ensino
extensao
pesquisa
servidores

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