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Um sábado de muita poesia

Auditório do campus Caicó se transforma em palco da sensibilidade

Publicada em 17/04/2011 Atualizada há 1 ano, 3 meses


Por André Alves

 

Um apresentador irreverente, um auditório lotado, umpalestrante dos mais inspirados, alunos soltando a voz e cantadores aplaudidosde pé. Com esses ingredientes, a receita de sucesso se materializou e fez doúltimo sábado, não um mero dia de atividades letivas, mas uma manhãinteiramente poética. Foi uma homenagem ao Dia Nacional da Poesia, comemoradoem 14 de março, data na qual se festeja o nascimento de Castro Alves,considerado por muitos estudiosos o maior poeta brasileiro.

Travestido de “Irmã Delma”, uma freira pra lá de sapeca, oaluno Rodrigo Magno, do curso de Eletrotécnica-EJA, despejou talento na funçãode apresentador, enquanto o professor da Universidade Federal de Campina GrandeJosé Hélder Pinheiro, ex-aluno da Escola Técnica Federal do Ceará, afirmou em suapalestra sobre poesia, entre tantas outras coisas, que a “a poesia dá à genteum grãozinho de racionalidade todo dia”. No palco, alunos se revezaram nas maisecléticas apresentações.

CANTADORES – Na apresentação de pouco mais de 40 minutos dos cantadoresAntônio Silva e Manoel da Silva, paraibanos cabras da peste, o primeiroradicado em Caicó e o outro de Brejo do Cruz, ocorreu um fato dos maismarcantes, na visão do professor da UFRN Fabrício Vale, presente no evento:“Com certeza foi o público mais caloroso, com palmas para acompanhar o violão”.

Antônio Silva e Manoel da Silva fizeram por merecer essetratamento. Entre os versos despejados no recinto figuraram alguns do cantadorcearense Louro Branco: “O meu pai tomou Viagra / veja o que aconteceu / comprouna terça de tarde / na quarta-feira bebeu / na quinta fez um menino / nasexta-feira morreu”.

Não foi um sábado letivo, mas um dia no qual semostrou que o campus Caicó do IFRN traz a força e a ternura que marcam oSeridó, mote que o professor Hélder Pinheiro não deixou de observar. Afinal,ternura é uma de suas palavras favoritas e título de um poema de Vinícius deMoraes declamado no auditório.