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Crônica para Alex, aquele que vai sem deixar de ficar

Publicada em 20/06/2011 Atualizada há 1 ano, 3 meses


André Alves

 

O céu de Caicó, amigo, é imbatível em belezura ao entardecer e quando desemboca na noite se aveluda, salpica estrelas, faz um chamativo. Um chamativo que a voz de Giovanninni, quase sussurro, em conta-gotas faz sair de cada nota do violão: Ah, Caicó arcaico / em meu peito catolaico... A cor do céu de Caicó desvirtua um ensinamento de gente sábia de uma civilização remota lá dos confins do Oriente, gente que diz ser o amarelo a cor da amizade porque é a mesma do sol e do trigo.

É esse céu de Caicó, amigo, que o envolve e a gente pede emprestados os braços de infinitude para poder envolvê-lo. Braços que o acompanharão no campus EaD, doravante privilegiado por abarcá-lo em sua rotina, a contar com seu talento, a usufruir de sua vivacidade.

Agora, amigo, vou poder usar aquela camisa preta de listras, comprada na Riachuelo, irmã gêmea daquela que você usava no primeiro encontro com os professores. Em meu peito catolaico / tudo é descrença e fé... Quase dois anos de uma grande convivência, tempo suficiente para aprendermos com alunos, discutirmos todo tipo de harisia no bar do Leo, na Ilha, na varanda de casa, no Ponto Certo, em Parelhas, em São Miguel do Gostoso... com Lílian, Najara, Gerlúzia, o Mimoso... 

Ah! Caicó arcaico / meu cashcouer mallarmaico... Sua história no IFRN começou aqui, aprendendo que a gente se realiza no dia-a-dia, se trai de emoção e se retrai de ternura, dualismo impetuoso, maré no oceano do sentimento que tudo rejeita e quer...

Por isso, amigo, um coração na camisa que ostenta um coração. É depósito do sentimento do mundo num coração maior ainda: o seu!