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PREMIAÇÃO

Com carta sobre o Amor, estudante vence etapa de concurso internacional

Concurso é promovido pela União Postal Universal (UPU) e realizado no Brasil pelos Correios

Publicada em 30/04/2019 Atualizada há 1 ano

Leon Freitas Lopes, vencedor da etapa estadual do concurso

Leon Freitas Lopes, aluno do curso Técnico Integrado em Edificações do Campus Natal-Central do IFRN, venceu a etapa estadual do Concurso Internacional de Redação de Cartas. A 48ª edição do concurso, cujo tema foi “Escreva uma carta sobre o seu herói”, é promovida pela União Postal Universal (UPU); realizada no Brasil pelos Correios.

Além de Leon, foram classificados, em segundo e terceiro lugares, respectivamente, Emilly Eduarda Lopes Silvestre, 15 anos, do 1º ano do Ensino Médio do Centro Estadual de Educação Profissional – CEEP Dr. Ruy Pereira dos Santos, em São Gonçalo do Amarante/RN; e Sofia Severo Galvão, do IFRN Campus Parnamirim. Os estudantes e as escolas representantes receberão premiações. E o resultado nacional do concurso será divulgado no dia 2/5, no site dos Correios. 

Confira abaixo a carta vencedora da etapa estadual, na íntegra: 

"Caros leitores,

Talvez, aos seus olhos, pareça estranho tratar o Amor como concreto, como algo que permeia as ruas e vielas do meu ser. Entretanto, conversando com minha querida amiga infância, recordei de um lúgubre fato: os heróis, para o meu antigo eu, eram apenas personagens em filmes animados ou, até mesmo, bonecos, em vitrines, que não demonstravam emoção. Isso até conhecer o Amor.  

Ele, para muitos, não passa apenas de um sentimento marcado pela melancolia e a utopia.  Já para mim, essa ideia carece de solidez e me faz reafirmar o pensamento de um renomado filósofo de que a falsa percepção humana atrapalha a compreensão  da realidade. E por que o tão falado Amor é o meu herói?

Ampliando minha visão para o meu passado, lembro-me que ele sempre esteve presente. No carinho do Criador, no sorriso doce da minha mãe, no olhar atenuoso do meu pai,  nas brincadeiras com meus irmãos, em reuniões da família, na alegria do meu cachorro ao chegar, nos sermões dos  professores e nas risadas dos amigos. Ele é parte deles. 

Seu significado vai além de uma simples afeição. É nele que se baseiam todos os outros sentimentos necessários para a convivência, a socialização e o relacionamento entre os indivíduos. Sem ele não existiria a empatia nem o altruísmo que inspiram pessoas a ajudar os moradores de Brumadinho; não existiria a compaixão que leva o projeto Médico Sem Fronteiras a mais de 70 países; não existiria a abnegação, que possibilita voluntários ajudarem crianças africanas desnutridas; sem o Amor, eu não teria esperança de algum dia, um inesquecível dia, ver o meu grande e belo país com nenhum rastro de corrupção.

E, mesmo sabendo disso, várias vezes, questionava: onde está o Amor nessa sociedade preconceituosa? Por que tantos homicídios assombram nossa comunidade? Por que a violência perpertua-se como característica do século XXI?  E a intolerância, por que tornou-se tão intrínseca na população?

Tais perguntas me levam novamente aos tempos de meninice, nos quais meus velhos heróis se encontram. O Batman, Homem-Morcego, embora a garra, nunca derrotou de uma vez por todas o Coringa. O Super Homem, com todos os seus magníficos poderes, sempre enfraquecia chegando próximo a "Kriptonita". Analogamente a eles, o meu herói também possui seus vilões. O ódio é o mais devastador. É nele que nascem as principais mazelas da sociedade: a intolerância, o racismo, a xenofobia, a homofobia, o feminícidio, o homicídio. Eles estão crescendo de uma forma cada vez mais frenética e isso me entristece. Não creio que o Amor seja mais fraco, e sim, menos reconhecido.

Se as pessoas não o vissem apenas como um mero afeto, talvez o mundo, o amargo mundo em que vivo, fosse um pouco mais gentil. 

Sei que um simples texto não é o bastante para agradecer ao meu herói. Todavia, queridos leitores, não vejam essa carta como palavras avulsas que devem ser guardadas na escrivaninha de um quarto escuro; vejam-na como confissões de um garoto imaturo que busca proteção; a proteção de um mundo perverso que pode machucar;  a proteção dos preconceitos vagantes na sociedade.  Em meio aos devaneios e às confusões persistentes na juventude, percebi que os verdadeiros heróis não são aqueles desenhados em quadrinhos ou com poderes sobre-humanos, mas sim aqueles que dão força e esperança para os necessitados; os presentes, fisicamente ou não; os capazes de mudar histórias, de mudar corações. Esse é o Amor, meu herói. 

Enfim, me despeço com o desejo de que o Amor seja o essencial em nossas vidas. 

Um abraço do Pescador de Sonhos.

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Palavras-chave:
extensao

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