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Unidades Agrícolas/Industriais

Produzir e aprender no campo: a prática aperfeiçoa a teoria

Alunos desenvolvem pesquisas científicas que possibilitam o crescimento acadêmico

Publicada em 07/03/2018 Atualizada há 1 ano

Entre os alimentos produzidos na unidade: ovos de galinha, ovos de codorna e leite de cabra

Por Cíntia Oliveira

José Heitor Jerônimo de Almeida é recém-concluinte do curso técnico integrado em Zootecnia, no IFRN Campus Apodi. Bolsista de Iniciação Científica durante três anos, o aluno, junto com sua turma, formou-se no último dia 30 de janeiro.

Na sua trajetória enquanto estudante e pesquisador, ele participou de aulas práticas de diversas disciplinas, como manejo alimentar de aves, de suínos, caprinos e ovinos, manejo sanitário e manejo com as pastagens para animais. Além disso, também teve oportunidade de participar de atividades de pesquisa utilizando os recursos da Fazenda Escola e de um projeto de extensão com os pequenos produtores rurais da região da chapada do Apodi.

Na segunda reportagem da série sobre as unidades agrícolas/industrial-escola, falaremos sobre a unidade do CampusApodi. A Diretoria de Gestão da Unidade Agrícola/Industrial-Escola (Diguae) é o órgão executivo que regulamenta as atividades da unidade. O Campus Apodi integra a II Fase do Plano de Expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, iniciada em 2007. Distante 328 km da capital, as instalações do campus ocupam uma área de 50,3 hectares, equivalente aproximadamente a 50 campos de futebol.

Atividades

Para Heitor Almeida, “a unidade é um lugar em que podemos produzir e aprender ao mesmo tempo, já que essas duas coisas são indissociáveis, o aprendizado é aperfeiçoado com a prática na unidade agrícola do meu campus”. Para isso, os alunos dispõem de uma estrutura física que inclui viveiro de mudas, estufa, casa do mel, fábrica de ração, suinocultura, caprinocultura, ovinocultura, bovinocultura, aviculturas, palmar, pomares, laboratório de forragem, apiário, 3,5 hectares de áreas agrícolas, além da piscicultura, que está em fase de implantação.

São desenvolvidas diversas ações de ensino, pesquisa e extensão na unidade. No que diz respeito ao ensino, há o apoio técnico às aulas práticas e às visitas técnicas. Já na pesquisa, há suporte às atividades de pesquisa dos docentes e discentes dos cursos de Agricultura, Zootecnia, Agropecuária, Biocombustíveis, Informática e Química e parcerias institucionais. E referente à extensão, há visitas de instituições, doação de mudas de frutíferas e arbóreas, oferta de estágios, apoio a projetos de extensão, divulgação de ações de extensão em programas de TV e rádio, e participação em eventos promovidos pela comunidade, como por exemplo a Exposição Agropecuária de Caraúbas.

Em relação à alimentos, são produzidos na unidade: ovos de galinha, ovos de codorna, leite de cabra, carne caprina/ovina, carne suína, acerola, manga, coco, tamarindo, melancia, banana, milho, galinha caipira, macaxeira, mel de abelha e silagem. Além disso, há venda de animais por meio de leilões; em 2017, no total foram 6 leilões.

O aluno teve a oportunidade de desenvolver sua pesquisa de conclusão de curso na unidade. Ele acredita que os benefícios são incalculáveis, pois implica no desenvolvimento acadêmico dos estudantes que agora podem aplicar a teoria na prática graças à unidade agrícola modelo do campus, e por consequência irão utilizar essas técnicas em suas vidas profissionais.

A unidade agrícola cresceu muito nos últimos anos e hoje conta com a criação de quase todas as culturas zootécnicas da grade curricular de Zootecnia. A expansão mais recente da unidade foi a construção da vacaria (bovinocultura) e a aquisição dos bovinos. Outra ampliação física muito importante foi a construção da sede da Diguae, exatamente no centro da fazenda, possibilitando que técnicos e professores responsáveis pela unidade fiquem mais próximos de tudo que está acontecendo na fazenda. Recentemente, houve também a aquisição de um trator, o que vai ajudar no melhoramento dos pastos, produção de alimentos para os animais e, consequentemente, possibilitará aos estudantes a vivência ainda mais prática da rotina de uma fazenda.

Entretanto, o principal desafio é manter toda essa estrutura com o pouco recurso do governo. A forma de aquisição dos produtos, como alimentos e medicamentos para animais, também é um desafio, pois a ausência destes dificulta a realização de algumas práticas importantes.

Heitor finaliza relatando a importância da unidade para a sua formação acadêmica: “A unidade agrícola do meu campus possibilitou o aprimoramento da minha formação como técnico. Foi nela onde eu fiz minha primeira pesquisa científica e pude conhecer esse universo acadêmico, por onde quero seguir. A unidade oportunizou também que dezenas dos meus colegas se aproximassem mais com a área de atuação e do curso, instigando esses a buscarem uma graduação na mesma área do curso técnico. A unidade nos aproxima ao cuidado, o zelo e a empatia aos animais e à natureza como um todo, isso constrói seres humanos”.

Ângela Gracindo, diretora da unidade, falou sobre a importância da unidade para a formação técnica dos alunos dos cursos de agropecuária: "a partir das práticas realizadas em âmbito escolar, teremos profissionais mais capacitados a atuar no campo, melhorando a produtividade nas atividades agrícolas e pecuárias da região". Também falou que a gestão vem buscando diversificar as atividades desenvolvidas no campus, inovando em uso de tecnologias, como é o caso da produção de uvas no semiárido potiguar e ampliando as atividades pecuárias com a implantação da bovinocultura e piscicultura.  "É importante ressaltar que há um impacto positivo também para a comunidade externa, mais particularmente para os produtores rurais da região, que recebem, por meio de doações, mudas de espécies frutíferas, forrageiras ou arbóreas, assim como também adquirem animais de genética conhecida e melhorada, por meio de leilões de caprinos, ovinos e suínos que são realizados regularmente pela Fazenda Escola", concluiu. 

Equipe

A diretora da unidade é Ângela Patrícia Alves C. Gracindo. A equipe também é composta por uma engenheira agrônoma, técnicos de laboratório/zootecnia e técnico em agropecuária. Além disso, os servidores terceirizados ocupam os cargos de tratorista, bombeiro elétrico e trabalhadores rurais. Há estagiários em diversos setores e bolsistas de iniciação profissional.

 



Palavras-chave:
ensino
extensao
pesquisa
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