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Participação feminina se destaca na IV Olimpíada de Robótica

Coordenado pela professora Sarah Thomaz, evento conta com a participação de 56 alunas

Publicada em 31/10/2018 Atualizada há 1 ano

"Elas vêm, brilham e conseguem", observou Sarah Thomaz, coordenadora do evento; foto Ferdinando Bezerra

Gizely Duarte é aluna do 2º ano do curso de Programação de Jogos Digitais no Campus Ceará-Mirim. Ela é uma dos quase 200 estudantes que competem na Olimpíada de Robótica, realizada na SECITEX 2018. A quarta edição da disputa é um dos grandes destaques do evento, mobilizando alunos e servidores e praticamente lotando o ginásio do Campus natal Central. "Eu já tinha competido na Olimpíada Brasileira de Robótica, que aconteceu no ano passado aqui em Natal, mas essa é a primeira vez que estou na Olimpíada do IFRN", recorda Gizely, que também chamou a atenção para um fato interessante: a crescente participação de estudantes mulheres em eventos da área tecnológica. 

"É legal ver esse tabu sendo quebrado. Esse ano temos mais meninas aqui do que tivemos no ano passado", declara a estudante de 17 anos, que tem interesse em seguir se dedicando ao estudo da robótica. Responsável pela área de design do seu grupo, Gizely afirma que a naturalidade com que isso vem acontecendo ajuda a derrubar paradigmas acerca da relação entre meninas e ciências exatas. 

Representando o Campus Pau dos Ferros, o grupo formado por Maria Yargles, Maria Bianca, Gabriele Rego e Flávia Diógenes, alunas do curso técnico integrado de Informática, também é outro exemplo da ciência sendo produzida e exercida por mãos femininas. "Eu e as meninas gostamos muito da área. E quando assistimos aulas extra-curriculares sobre robótica, a gente se interessou, montamos um robô e hoje estamos aqui", conta Flávia, que também conta que o segredo para o grupo dar tão certo é a cumplicidade e a química entre as integrantes. "Nós nos conhecemos bem e somos muito amigas. Cada uma é boa em alguma coisa e no final dá tudo certo", garante. Sobre a possibilidade de incluir um garoto no grupo, elas se divertem. "Acho que a gente tem mais paciência", brinca Gabriele. Mas, em uníssono, as meninas confirmam que a amizade entre elas é a chave para o sucesso.

Outras conquistas

Dos 187 participantes da quarta edição da Olimpíada, 56 são mulheres. A cada ano, a expectativa é que mais alunas se inscrevam na competição. "Na etapa estadual da Olimpíada Brasileira, que aconteceu aqui no Campus Natal Central, foi praticamente meio a meio com os meninos. No mínimo, 40% dos alunos que disputam são garotas", afirma a docente Sarah Thomaz, coordenadora da IV Olimpíada de Robótica do IFRN. "Na verdade, quando as mulheres olham para um robô, sempre tem aquele brilho no olhar. Mas quando a gente consegue quebrar a barreira do medo, o 'eu não consigo' delas, elas vêm, brilham e conseguem", observa. Sarah também lembra que na Olimpíada existem outras conquistas para além dos vencedores dos desafios: há um prêmio para a equipe mais dedicada e também o prêmio Maker, que é voltado para os alunos com criações originais. "Essas iniciativas são importantes para valorizar o trabalho de todos", afirma a professora.

Referência de representatividade feminina na área de tecnologia, a professora Cláudia Ribeiro, coordenadora e uma das fundadoras do Code Girl, também veio prestigiar a competição. Ela acredita que a participação crescente de alunas em projetos e eventos ligados à tecnologias é fruto de um trabalho conjunto. "É um resultado consistente de muitas frentes, muitos coletivos de gênero, incluindo o Code Girl", pondera. "Muitas das justificativas atribuídas ao distanciamento das mulheres dos cursos e do mercado de trabalho de TI, na verdade, são mitos. É preciso explicitar, discutir e dissolver esses mitos", concluiu Cláudia, que ainda coloca a área da robótica como um campo que "alia um aspecto lúdico e de concretização a muitos conceitos e teorias que fundamentam a computação enquanto ciência."

Palavras-chave:
ensino
extensao
pesquisa
servidores

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