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Campus Natal-Central reflete sobre honestidade por meio de atividade educativa

Experiência realizada em outras instituições ficou conhecida como “teste de honestidade”

Publicada em 20/04/2017 Atualizada há 12 meses

Estudantes do Campus Natal-Central do IFRN na atividade "teste de honestidade". Foto: Brígida Fonseca

Levar a comunidade acadêmica do Campus Natal-Central (CNAT) do IFRN para refletir sobre honestidade foi um dos objetivos alcançados pela atividade educativa realizada nos dias 10, 11 e 12 de abril, pelo Setor de Psicologia da Diretoria de Ensino (DE) com a Coordenação da Administração Escolar (COADES).

Na ocasião, foi colocado no corredor do bloco b, ponto de grande movimento no Campus, um freezer com picolés a preço de R$1, sem a presença de um vendedor. Cabia ao interessado no produto depositar o valor cobrado em uma urna. Durante os três dias da ação, foram comercializados 2.049 picolés. Destes, 140 não foram pagos. Assim, caracterizando uma inadimplência de 7%. De acordo com os organizadores, algumas pessoas consumiram picolés, simplesmente pelo interesse em participar da experiência, outras se mostraram surpresas com a ausência de vendedor, e houve ainda quem pagasse com moeda estrangeira e/ou valor maior achando que se tratava de ação beneficente.

A psicóloga do Natal-Central, Caroline Magalhães, conta que a ação teve como meta provocar nos participantes da atividade reflexões acerca de suas condutas quando aparentemente ninguém está olhando. “A ideia foi promover um espaço onde as pessoas pudessem vivenciar a experiência de decidir e de pensar sobre o seu comportamento nessa situação, especialmente por não haver nenhum tipo de monitoramento”, explica Caroline.

Para o coordenador da Administração Escolar, João Victor Domingos, o índice de 7% de inadimplência pode ser considerado alto se for levado em conta a política educacional adotada pelo Instituto. “Essa inadimplência é muito alta se considerarmos que o IFRN tem como propósito formar um estudante consciente do seu papel na sociedade, por essa razão, não deveria haver inadimplência”, considera João Victor.

Segundo o coordenador, o CNAT conta com o serviço de “achados e perdidos”, que fica à disposição dos alunos para que pertences encontrados dentro do espaço do Instituto possam ser devolvidos aos seus donos. “O ‘achados e perdidos’ é mais uma proposta educacional que aborda a honestidade. É preciso reforçar a necessidade de estarmos continuamente estimulando ações educativas com esse propósito”, ressalta.

Sobre o resultado, a psicóloga Caroline Magalhães avalia como exitoso, tendo em vista a conjuntura econômica, política e cultural do país. “O cenário atual do Brasil exige de cada cidadão uma percepção mais crítica e participativa. Colaboramos, portanto, com a formação humana integral, estimulando para que os estudantes sejam autônomos, críticos e reflexivos”, pontua.

A atividade terminou nesta terça-feira (18) em uma roda de conversa no pátio das rosquinhas, promovida pela COADES e pela psicologia do DE, e contou com a participação dos estudantes; do diretor geral do CNAT, José Arnóbio de Araujo; e da diretora de ensino, Luzimar Barbalho da Silva; para compartilhar experiências e reflexões. Durante a avaliação, a comunidade foi provocada a dar suas contribuições acerca do assunto. O aluno de Administração, Arthur Gabriel Pereira, disse que “mesmo que o errado pareça mais atrativo, a maioria da escola é honesta e devemos ficar felizes por isso”.

Marcus Arboés, estudante de Geologia, lembrou que, mesmo sendo o papel das famílias protagonizar a formação do caráter, a escola tem participação neste contexto. “Apesar de o principal da índole ser formado na família, com essa ação, o Instituto dá um voto de confiança que, muitas vezes, os pais não dão em casa”, afirmou.