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Iniciação Científica

"Monitoria no Ensino de Física": projeto busca redução em dificuldades de aprendizado

Desenvolvido por discentes da Licenciatura em Física do IFRN, iniciativa é focada em portadores de necessidade especiais

Publicada em 30/10/2018 Atualizada há 1 ano

“O nosso projeto iniciou-se faz pouco tempo, então a nossa perspectiva é crescer", disse Gabrielly Souza, integrante do projeto

Por Hilda Vasconcelos (estagiária da Reitoria)

No segundo dia da IV Semana de Ciência, Tecnologia e Extensão (Secitex) do IFRN, a programação do XIV Congresso de Iniciação Científica (Congic) contou com uma apresentação, no turno matutino, de um projeto que faz jus ao tema do evento em 2018: Ciência para Redução das Desigualdades. Sob orientação da professora e coordenadora do Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (Napne) do Campus Natal-Central do IFRN, Vanessa Gosson, e a dedicação dos graduandos da Licenciatura em Física Cleberson de Souza, Danilo Fernandes, Gabrielly Souza e Natanael Inácio, o projeto ‘Monitoria no Ensino de Física para os Alunos com Dificuldade de Aprendizado: Contribuições para sua Inclusão’ foi apresentado na modalidade pôster neste dia 30.

A proposta da atividade baseia-se em monitorias de Física, por meio do direcionamento, por parte docente, e de algumas atividades para os alunos e alunas. Tudo com o intuito de que as e os estudantes retornem, normalmente, num horário específico (sextas-feiras, das 13h às 14h30). Os participantes sanam dúvidas, explicam conteúdos e questões, passo a passo, para que os discentes possam compreender o conteúdo e, assim, desenvolverem suas atividades de maneira satisfatória.

Visibilidade

Para Gabrielly, a aprovação da produção do grupo no XIV Congic significou um retorno do seu fazer: “saber que vamos levar nosso trabalho para outras pessoas e que também vamos expor nossas necessidades aqui no Campus, foi gratificante”, comenta. “O nosso projeto iniciou-se faz pouco tempo, então a nossa perspectiva é crescer. Esse evento é uma das nossas oportunidades para mostrar o que estamos fazendo, uma chance de encontrarmos apoio”, complementa. Cleberson fala também da visibilidade para quem possui qualquer necessidade especial: “por mais que a pessoa tenha deficiência, tem a capacidade de aprender”, destaca.

Calouros no Congresso, o grupo conta que decidiu participar porque viu poucas iniciativas do tipo na área: “nós sentimos necessidade de expor o que estamos fazendo. Vimos, aqui, uma pequena oportunidade de colocarmos isso à mostra”, diz Danilo.

Caracterizado como um sonho idealizado desde o início deste ano, Vanessa vê na monitoria a viabilização de um atendimento mais individualizado a quem necessita: “eu via a dificuldade dos estudantes com deficiência, apesar de terem o apoio do Centro de Aprendizagem”, conta. Motivados pelos obstáculos no aprendizado das Ciências Exatas, foi aproveitada a oportunidade do projeto de pesquisa na área da monitoria, pleiteado e aprovado via Edital. “Diante da urgência que se apresentava, já entramos em ação, porque os alunos estavam com baixo rendimento”, aponta. A orientadora afirma que, agora, as dificuldades estão sendo, aos poucos, minimizadas.

Secitex

“A gente sabe que as dificuldades são muito grandes, porque os deficientes auditivos não tiveram a base matemática, então, os voluntários de Física estão trabalhando a Matemática no contraturno para, após isso, poder iniciar a disciplina”, exemplifica. Vanessa conta que a monitoria está gerando retorno positivo: “os participantes estão indo na direção da necessidade desses alunos e reduzindo o déficit que eles traziam de vidas escolares anteriores”, conclui.

Ao comparar o trabalho ao tema da IV Secitex, os componentes do grupo relatam que a relação é extremamente direta: “pelo trabalho do nosso conteúdo em Física, desenvolvido com os estudantes, é também reduzida a questão das desigualdades, equiparando todos os alunos da turma”. De acordo com Natanael, este tipo de atividade é um ponto fundamental para a diminuição da evasão escolar, devido ao fato de serem desenvolvidas atividades específicas, que auxiliam os alunos e as alunas a obterem um maior rendimento em sala de aula.

 “A ciência não é só em termos de conteúdo, ela está na nossa vida”, diz Vanessa. “Para os portadores de necessidades especiais que são atendidos aqui pela instituição, essa ciência dá oportunidade para ampliar os conhecimentos que muitos deles não tiveram acesso, como robótica, artes relacionadas às ciências e ações que são desenvolvidas em termos de educação, ciência e tecnologias”, conclui.

Palavras-chave:
ensino
pesquisa

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