Por Max Praxedes

O futuro e o presente da civilização dependem do melhor aproveitamento dos recursos energéticos de que dispomos, e isso passa, necessariamente, pela evolução dos processos de obtenção de energia à disposição das áreas da Engenharia envolvidas na sua cadeia produtiva. As especialidades de Engenharia Elétrica, de Mecânica, de Química e de Petróleo têm se debruçado sobre o problema de obter mais recursos e, ao mesmo tempo, aproveitar melhor os já disponíveis, comprometendo cada vez menos o equilíbrio ambiental e social.

Com duração de dez semestres, o curso de Engenharia de Energia do Campus Natal-Central, do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), oferece ao estudante uma formação sólida na área de Engenharia e em harmonia com questões de alta relevância do mundo moderno. O objetivo do curso é a formação de profissionais capacitados a compreender, projetar e gerenciar processos de produção, distribuição e utilização das várias formas de energia disponíveis na matriz energética, sejam elas renováveis ou não-renováveis. O engenheiro de energia será capacitado a atuar nos setores elétrico, petrolífero e industrial, atuando, diretamente, com sistemas de produção, geração, transporte, distribuição, gerenciamento e aplicação de energia.

O profissional de Engenharia de Energia do IFRN tem a formação de um engenheiro com aporte para atuação nos mais diversos segmentos nos quais seja necessário gerar, gerenciar ou empregar tecnologicamente quaisquer formas de energia, renovável ou não. O egresso será formado para se dedicar a todas as etapas dos mais diversos segmentos do setor energético. 

Primeiro curso de Engenharia do IFRN

O curso de Engenharia de Energia foi criado em 2015 e é a primeira engenharia do IFRN. “Com diversos alunos formados e atuando no mercado de trabalho, o curso cada vez mais se consolida como o futuro, não apenas pela questão das energias renováveis, como a geração eólica e a fotovoltaica, mas, também, pela melhoria contínua da qualidade da geração e transmissão de energia e seu uso eficiente no ambiente comercial e industrial, incluindo os sistemas de geração a diesel e termoelétricas”, disse o coordenador do curso, professor Jacques Costeau. 

A Engenharia de Energia possui cinco anos de duração, com uma estrutura curricular que, segundo o coordenador do curso, “favorece os conhecimentos básicos da Ciência e Tecnologia, interligando as aplicações de Engenharia em seus primeiros dois anos. Na segunda metade do curso, estudam-se os conhecimentos aplicados da área de Instrumentação, Eletrotécnica, Eletrônica, Térmica, Mecânica e Petróleo e Gás, e, no último ano, o aluno consolida seus conhecimentos com diversas disciplina optativas, conforme a sua escolha, dando a ele a oportunidade de moldar uma parte da sua própria formação. Neste último ano, é desenvolvido, também, o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e realizado o estágio obrigatório. Em paralelo ao curso, são desenvolvidas diversas atividades de Pesquisa e de Extensão”. 

Curso promissor e desafiador

O estudante Heron Bezerra relata que escolheu cursar Engenharia de Energia no IFRN por se tratar de um curso promissor e desafiador, levando em conta, também, as diversas possibilidades de atuação de um engenheiro nas várias vertentes de energia no estado do Rio Grande do Norte: “A maior motivação veio da vontade de aprender, crescer, fazer a diferença e contribuir com o crescimento, tanto no âmbito de energia, no que diz respeito à atuação profissional, quanto na graduação. Além disso, no que diz respeito à experiência do curso em termos de estrutura, o IFRN possui uma boa composição para abrigar a graduação, como biblioteca, salas de aula, laboratórios de Informática, Mecânica, Elétrica e Petróleo, agregando bastante conhecimento aos alunos”. 

Heron destaca que o curso abre diversas possibilidades e oportunidades futuras de ingresso no mercado de energia: “É um curso que traz boas expectativas para o futuro próximo e distante, não só pela sua atuação no mercado de trabalho, mas também pelo seu potencial de se tornar um curso modelo de reconhecimento nacional”.

Primeiro engenheiro formado pelo curso

Em 2021, Ernesto Maniçoba foi o primeiro engenheiro formado pelo IFRN. O egresso relata sobre a contribuição da graduação na sua vida: “O curso de Engenharia de Energia foi fundamental para a minha construção profissional. Cheguei no curso com uma certa bagagem de outra graduação que estudei, porém, a experiência de estudar engenharia no IFRN foi algo que não só mudou minha vida acadêmica, como me trouxe uma real dimensão das minhas possibilidades para o futuro”, declarou. 

“Hoje, trabalho gerenciando a produção de uma indústria que fabrica cabos elétricos, organizo o dia a dia do chão de fábrica, lido com as demandas dos funcionários, recebo os pedidos do setor de vendas e organizo o que vamos produzir na semana e as prioridades, mantenho contato com a manutenção, para que tenhamos os materiais que precisamos para a produção não parar. A base que eu formei dentro da Engenharia de Energia foi fundamental para chegar neste ponto em que me encontro da minha carreira; a formação que eu tive me transformou em um bom engenheiro e um bom gestor. Sem sombras de dúvida, tudo o que tenho colhido hoje começou a germinar naquela primeira turma da Engenharia de Energia, no convívio no IFRN e na experiência trocada com colegas e professores. Levo todos eles com muito carinho em meu coração e sinto uma saudade enorme dessa instituição e desse curso”, finalizou o engenheiro.

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