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História

As lições de Débora Machado

A servidora passou pelo Instituto na década de 1940, deixando marcas do seu serviço como bibliotecária.

Publicada em 23/06/2022 Atualizada há 1 ano

Débora era habituada a realizar concursos internos que promoviam o incentivo à leitura e empréstimos de livros na biblioteca onde atuava.

Débora Machado de Souza, foi uma entre as pioneiras na inclusão feminina no serviço público da história do IFRN. Célebre por carregar o título de primeira bibliotecária do Liceu Industrial, o seu nome é comumente mencionado entre os frequentadores da Biblioteca localizada no Campus Natal-Cidade Alta do IFRN.

Ao longo da década de 1940, o debate em torno do papel feminino no espaço público ainda era bastante diversificado, se por um lado havia defensores de uma maior emancipação feminina, do outro, as discussões passavam por nuances religiosas, jurídicas e econômicas. Nascida no dia 15 de junho de 1920 em Natal, Rio Grande do Norte, Débora vivia a realidade do papel coadjuvante da mulher. Com então 23 anos, foi contratada através da Portaria nº 50, de 1 de outubro de 1943 para o cargo de Servente Diarista. Segundo informações de Jandira Vieira Bezerra, admitida no mesmo período, “os cargos naquela época eram poucos, portanto, fomos contratadas como Servente Diarista, mas assumimos a função de escriturária".

Por ser uma profissão polivalente e multidisciplinar, começar como escriturária significava que Débora poderia desenvolver o preparo para progredir em outras vertentes de carreira.   No ano de 1945, após a publicação da Portaria nº 22, de 23 abril, a jovem Débora foi admitida na função de artifício Diarista. Nesse cargo, foi designada para trabalhar na Biblioteca, exercendo funções inerentes à classe de Bibliotecário, no período de 1946 a 1963. Totalizando longos 27 anos prestando serviços a Escola Industrial, Débora desmistificou o clichê de bibliotecário que se "limita a atender aos usuários". A servidora teve um papel como agente produtora e transformadora da biblioteca, ao promover frequentemente "concursos internos", que estimulava a leitura dos alunos, e aumentar os empréstimos de livros.

Antes de ser transferida para a Escola Técnica Federal de Pernambuco em 1963, em várias ocasiões Débora foi convocada para assumir a sala de aula em razão da ausência da professora titular. Como tinha o diploma de Professora Primária e se formou na Escola Normal de Natal, ela passou a assumir as aulas de Português na 1ª série primária. Mesmo no exercício da sala de aula, Débora não se afastou da Biblioteca: ficou responsável pela Biblioteca Sebastião Fernandes (BCSF), situada no que é conhecido atualmente, como Campus Natal-Central.

Homenagem póstuma 

Em reconhecimento aos relevantes serviços prestados como bibliotecária, a Biblioteca Débora Machado foi inaugurada em 23 de setembro de 2011 na unidade de Rio Branco, com a presença de amigos e familiares da homenageada. A atual bibliotecária, Iara Celly, conta que houve uma votação para a escolha do nome. “Fiquei muito satisfeita com a escolha porque é exatamente uma pessoa relacionada diretamente à Biblioteca, ao Instituto e ao prédio histórico”.

Sendo transferida para a unidade Rocas do Campus Natal-Cidade Alta, a biblioteca ocupa uma área de 432 m2, distribuídos em administração, acervo, terminais para pesquisa à Internet, cabines de estudo individual e espaço para consulta e leitura. Seu acervo, de aproximadamente 16.204 volumes, compreende livros, periódicos, dicionários, enciclopédias, CDs-ROM e DVDs, compatíveis com a filosofia dos cursos oferecidos pela Instituição, relacionados às áreas de Multimídia, Gestão Desportiva, Turismo, Eventos, Lazer e Produção Cultural.

Palavras-chave:
ensino
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pesquisa
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