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JIFS 2018 - ETAPA NORDESTE

Futsal feminino é manifestação de resistência no torneio

Atletas do Rio Grande do Norte e Sergipe comentam sobre a prática

Publicada em 05/09/2018 Atualizada há 1 ano

Modalidade está entre as mais praticadas no Brasil

A Etapa Nordeste dos Jogos dos Institutos Federais tem movimentado o Campus Natal-Central do IFRN, que está sediando esta fase da competição em 2018. Ao todo, o torneio reúne um total de 11 modalidades, tanto individuais (atletismo, judô, natação, tênis de mesa e xadrez), como coletivas (basquetebol, futebol, futsal, handebol, voleibol e vôlei de areia). Mais de mil atletas de todos os estados do Nordeste estão em Natal, reunidos nesta grande celebração esportiva, que acontece entre de 3 e 8 de setembro.

Alguns dos jogos mais aguardados são os de Futsal Feminino. Também chamado de futebol de salão, o esporte é coletivo e bastante semelhante ao futebol de campo, embora guarde algumas especificidades. No Brasil, a modalidade possui grande representatividade: é a mais praticado no país por homens e mulheres, ao lado do futebol. Todavia, a prática feminina ainda não recebe a mesma visibilidade que a masculina, e algumas das meninas atletas participantes dos JIFs relatam esta realidade.

Interesse pelo esporte

As jovens atletas Janieide, Lins, Rayane e Raísla, do Instituto Federal de Sergipe (IFS), estavam reunidas na Quadra 2 do Cnat para assistir a uma partida de futsal masculino nesta terça-feira (4). Integrantes do time feminino de sua delegação, o interesse das garotas pelo esporte surgiu de diferentes maneiras: “eu comecei a jogar só por questão física mesmo, só que comecei a gostar e me apaixonei pelo esporte”, conta Raísla. A menina descreve a mudança como brusca: anteriormente, ela era ginasta. “Entrei porque começou a ter oficina lá no IFS e eu decidi participar”, acrescenta.

Já Janieide e Rayane tinham contato com a prática em suas respectivas ruas, na infância. “Sempre quis participar de esporte coletivo e sempre tive essa base com os meninos da minha família”, diz Rayane. Janieide destaca também a importância do IFS: “a oficina de futsal foi fundamental, por isso me interessei mais ainda”.

Rio Grande do Norte

As representantes do IFRN vêm de vários campi do estado: além de Deusinha, do Campus Lajes, e de Alexia e Isnara, do Campus Macau, há atletas dos campi Natal-Central, Ipanguaçu e São Paulo do Potengi. Ao descrever o time como uma família, Alexia, que é praticamente a porta-voz do grupo, fala que o processo de integração com a equipe foi simples: “o treinador selecionou as melhores candidatas e deu certo”. “Somos muito amigas, parece até que já éramos do time há muito tempo”, conclui.

Alexia conta que a prática do futsal feminino é comum em Macau: “desde 2016, quando Liege, antiga treinadora do Campus Macau, entrou para a equipe, nos interessamos muito mais pela modalidade”. “É muito linda a nossa união: perdendo ou ganhando, estamos juntas”, relata. Já Deusinha, aluna do Campus Lajes, diz que em seu município, a prática não é tão comum: “fomos as pioneiras da modalidade e ainda não há um ambiente esportivo adequado”.

Preconceito

Ambas as equipes relatam que o maior desafio para a prática do futsal feminino no Brasil é o preconceito: “temos pouca visibilidade por isso e, muitas vezes, as pessoas acreditam que não venceremos as competições por causa do nosso corpo, porque elas acham que só podemos jogar Vôlei ou Handebol”, contam as atletas de Sergipe. Alexa, do IFRN, afirma que, apesar da resposta negativa de alguns homens e da sociedade, elas mantêm a cabeça erguida: “viram que estávamos avançando e nos criticaram, mas nós nem nos importamos”, diz, entre risadas.

Espírito esportivo

Judson Cavalcanti, treinador do time do IFRN, está confiante pela vitória das meninas: “temos uma forte representação do estado. Acredito que temos chance de chegar ao título e repetir o feito de 2016, quando as meninas foram campeãs da etapa Nordeste”, conclui. O espírito esportivo está presente entre as duas delegações, que pretendem dar seu melhor na competição e alcançar a vitória. Alexia confessa que sua equipe já acorda com a mentalidade de que irão ganhar o jogo, mas que sempre lembram de manter a humildade; as sergipanas acreditam que – por ter sido difícil conquistar a vaga na etapa regional dos JIFs – já é um orgulho estar em Natal.

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Resultados 3º dia

Flickr - Fotos da abertura e das competições

Palavras-chave:
ensino

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