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Secitex 2019

Estudantes desenvolvem projetos para solucionar problemas da sociedade

Na Mostra Tecnológica, foram apresentados os protótipos e tecnologias resultantes de 40 trabalhos

Publicada em 18/10/2019 Atualizada há 1 ano

Fisiogame, projeto desenvolvido por estudantes do Campus Ceará-Mirim. Foto: Neiryvan Maciel

Por Neiryvan Maciel, Campus Natal-Zona Norte

A V Semana de Ciência, Tecnologia e Extensão do IFRN (Secitex) teve entre os seus destaques a VII Mostra Tecnológica do IFRN. A exposição, que aconteceu nos dias 16 e 17, na Estação das Artes Elizeu Ventania, no Centro de Mossoró/RN, reuniu produtos, protótipos e processos inovadores desenvolvidos por estudantes e servidores do Instituto, além de pessoas interessadas em temas relacionados à inovação e ao empreendedorismo.

 Tecnologia para melhorar vida de paciência pós-AVC

O cuidado com as pessoas motivou o desenvolvimento de projetos na área. Na área Ciências da Saúde, Andriely Nunes e Hudson Andrade, do Campus Santa Cruz, sob orientação dos professores Rodrigo Barreto e Paulo Augusto Filho, desenvolveram em projeto de pesquisa um equipamento para pacientes no quadro de pós-AVC, conhecido como derrame cerebral. Em razão do AVC, a pessoa lesionada adquire hemiparesia (um dos lados do corpo paralisado) e, para tratar o problema, a ferramenta fisioterapeutica – então chamada de "Player Feedback" – trabalha por meio de estímulos às partes motoras e cognitivas. 

A ferramenta funciona através da gameficação – uma espécie de jogo em que o paciente acompanha sua evolução através de pontuação, no intuito de tornar a ferramenta estimulante e atrativa. Uma de suas funções é quantificar o tempo de resposta do paciente ao estímulo visual, para propiciar um tratamento fisioterápico com precisão na geração de dados e evolução do quadro clínico do paciente. Além disso, sua estrutura é desenvolvida em MDF e conta com cinco circuitos de LED. A pretensão é substituir o MDF por acrílico para ampliar as possibilidades de efetuar melhorias devido às características do segundo material.

"Todo integrante está engajado com o projeto, desde o desenvolvimento de circuitos, códigos e artigos", disse Andriely. "Graças a uma parceria do IFRN com a Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi [Facisa – Unidade Acadêmica Especializada pertencente à estrutura da UFRN, em Santa Cruz/RN], o projeto nos dá a oportunidade de ter contato com orientadores e alunos da pós-graduação em Fisioterapia. Passamos a entender coisas novas, aprender sobre o AVC e em como podemos ajudar a medicina com a tecnologia", revelou.  

É possível se divertir durante uma sessão de fisioterapia?

Pensando em como acabar com a frustração de pacientes que não conseguem executar certos movimentos em sessões de fisioterapia, Amanda Oliveira, Ana Paula Xavier e William Silva, do Campus Ceará-Mirim, criaram o Fisiogame, um jogo para computador, acessível e de baixo custo, para desviar um pouco a atenção do paciente para o jogo, tornando o tratamento menos cansativo e doloroso. 

Para lançar um objeto, o jogador deve realizar um movimento e, a cada novo lançamento, repeti-lo, ajudando na sua reabilitação. "A interação entre o paciente e o computador é feita através de um sensor que detecta a contração muscular, junto a um microcontrolador programado para usar o sinal dessa contração e comandar um minigame. Dessa forma, esperamos que ele se sinta satisfeito e estimulado a concluir a terapia de uma forma divertida", explicou Ana Paula. 

O trabalho, que recebe orientação do professor Gilvan Borba Filho, está competindo com projetos na Mostra da área Engenharias.

Uso de fibras vegetais no combate a incêndios

Falando em inovação, na área Engenharias, Gabriel Ribeiro, aluno do Campus Natal-Zona Norte, apresentou na Mostra, com a colega de curso Melissa Aguiar, a proposta de um processo para utilizar fibras vegetais, como a do sisal, da cana-de-açúcar e da carnaúba, para criar produtos conter chamas.

Essas fibras, muitas vezes descartadas, podem ser utilizadas em materiais que não queimem ou que retardem a queima, protegendo estruturas prediais e pessoas, principalmente nos casos de incêndio. "A ideia é que essas fibras sejam utilizadas para produzir materiais aplicados a quadros de disjuntores, quadros de energia e abrigos de transformadores, a partir de ensaios internacionalmente aceitos", explicou o professor Roberto Lima, orientador da pesquisa. 

Balanço da Mostra Tecnológica

Na visão do coordenador-geral da Mostra, João Teixeira, a quinta edição do evento cumpre um papel importante no âmbito institucional porque contempla tudo o que os alunos do IFRN produzem no que diz respeito à pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologia. "Um ponto positivo desta Mostra Tecnológica é que os nossos estudantes têm conseguido evoluir no processo de pesquisa e também quanto ao uso e emprego das novas tecnologias, propondo, sobretudo, soluções a problemas da sociedade", comentou.

Para Teixeira, o interesse por tecnologia assistiva, com o aumento do número de protótipos apresentados para resolver problemas de pessoas com deficiência e atender demandas sociais, está cada vez mais se tornando evidente no contexto da Instituição. "Outra questão interessante neste evento é a maturidade dos vários protótipos finalistas: uns já estão prontos para uso da população; outros, bem próximos de se tornarem produtos", concluiu.

Os melhores trabalhos por área da Mostra serão conhecidos na cerimônia de encerramento e premiação da Secitex, que acontece nesta sexta, 19, a partir das 15h, no Teatro Municipal Dix-Huit Rosado, com entrada franca.

 

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