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Incubadora Tecnológica Natal Central

Empresa incubada no IFRN digitaliza acervo com cartas de Cascudo

O acervo será disponibilizado para consulta pública a partir de agosto

Publicada em 25/07/2013 Atualizada há 1 ano

Participante do processo de incubação da Incubadora Tecnológica Natal Central (ITNC) do IFRN há 10 meses, a empresa MaisDocs digitalizou o acervo de 27 mil cartas do potiguar Câmara Cascudo. São correspondências enviadas e recebidas que revelam os laços de amizade entre Cascudo e pessoas de renome como Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade, Monteiro Lobato, Juscelino Kubitschek e muitos outros.

O acervo digital das cartas de Cascudo será lançado no dia 30 de julho, data em que completam-se 27 anos de morte do folclorista, e será disponibilizado para consulta pública a partir de agosto pelo Ludovicus – Instituto Câmara Cascudo. O lançamento acontecerá a partir das 18h, no Ludovicus (Avenida Câmara Cascudo, 377 - Cidade Alta - Natal/RN).

Segundo o diretor da MaisDocs, Leonardo Solha, que entrou como parceiro ns digitalização do acervo, participar do processo de incubação do IFRN pôde dar segurança na realização deste projeto que teve como objetivo perpetuar a obra de Cascudo em formato digital. “Eu acredito muito que qualquer empresa tem que ter um comprometimento com a cultura e com o bem social. Esse projeto de Câmara Cascudo não é só um projeto para a MaisDocs, o IFRN ou o Ludovicus, e sim é um projeto para o estado, é um projeto para o país”, comentou.

Daliana Cascudo, neta do historiador potiguar, disse que a digitalização do acervo é um trabalho muito importante não só para o Rio Grande do Norte, mas para o país como um todo. “É a preservação de um dos maiores e mais importantes acervos que a gente tem no país e retrata muito da história e da cultura brasileira”, comentou.

A digitalização do acervo começou em 2010, quando a MaisDocs ainda não era incubada na ITNC e contou com a dedicação dos historiadores Rafael Fernandes e Joás Souza. Para Rafael, a digitalização foi um processo minucioso uma vez que muitas cartas eram delicadas. “Tinha que ter um certo cuidado em digitalizar, em não danificar o documento, não amassar. Realmente foi um grande desafio pra quem gosta de estar em arquivo e mexendo em documentos antigos”, comentou.

Para Joás, a parte mais delicada foi em descobrir os remetentes das cartas, mas com muita pesquisa a equipe conseguiu identificar cerca de 70% delas. “A identificação de alguns autores das cartas enviadas a Cascudo realmente foi muito complexo porque muitas delas tinham apenas uma rubrica”, disse.

As cartas datam a partir de 1920, quando Câmara Cascudo tinha apenas 20 anos, e estão em ótimo estado de conservação, guardadas e organizadas no Ludovicus – Instituto Câmara Cascudo, que funciona na casa onde o professor, historiador e pesquisador morou.

Câmara Cascudo

Historiador, estudioso,  jornalista, advogado e folclorista, Câmara Cascudo  nasceu em 1898, época em que a capital potiguar se resumia a poucas ruas e pequena população, como descreve o livro História da Cidade do Natal, escrito pelo próprio. Hoje, Cascudo é nome de rua, de avenida, loteamento, agência dos Correios, agência bancária, museu, biblioteca e livraria - um verdadeiro monumento da cidade.

Em Natal ele nasceu e permaneceu por toda a vida. Morreu em 30 de julho de 1986. “Ele não quis se mudar de Natal nem para assumir uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, posto sonhado por tantos escritores e prestígio difícil de alcançar. E se recusou por amor ao chão, ao local onde nasceu”, lembrou Daliana, neta de Câmara Cascudo.

Fonte: Incubadora Tecnológica Natal Central (com informações do G1 RN).