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CAMPUS NATAL-CENTRAL

Campus adere ao "Outubro Rosa" contando histórias de quem enfrentou o câncer de mama

Iniciativa tem início com testemunho de professora substituta em Língua Inglesa

Publicada em 06/10/2017 Atualizada há 1 ano

Foto: Aerton Calaça

Carla Alves tem 42 anos e ingressou como professora substituta de Língua Inglesa no Campus Natal-Central há apenas dois meses. Após o impacto inicial de ser diagnosticada com câncer de mama, há pouco mais de um ano, e superada a parte mais debilitante do tratamento, ela decidiu agora enfrentar o desafio de se expor e testemunhar sobre o modo como vem enfrentando a dura realidade da doença.

A professora descobriu o câncer em maio de 2016, diagnóstico que foi possível porque, desde 2008, faz acompanhamento regular com um médico mastologista. Seu depoimento visa alertar outras mulheres sobre o cuidado com o próprio corpo, além de compartilhar sua experiência pessoal no enfrentamento da doença. Confira:

Sempre fui regrada com meus exames de rotina. Certo dia, notei um sangramento leve na mama direita e logo procurei o mastologista, que me acompanha desde 2008. Nunca tive nada grave na mama; esse acompanhamento era só rotina mesmo, que fiz questão de começar cedo, apenas para ser vigilante com a saúde. Então, foram feitos todos os exames de imagem e laboratoriais que diagnosticaram apenas um trauma num ducto de leite. Marcamos cirurgia para resolver esse caso. No procedimento foi retirada uma parte da mama para biópsia e daí veio o resultado – um carcinoma. A notícia foi um baque! O chão parecia que tinha sumido e eu estava caindo em um abismo. A primeira coisa que pensei foi nas minhas filhas, Natália e Maria Luíza: ‘Meu Deus! Quero vê-las crescer!’ O emocional virou de cabeça para baixo, e eu achava que morreria no outro dia. Foi algo inesperado e duro de aceitar. Passei uns dias muito mal, achando que tudo estava perdido, mas voltei ao consultório, e o mastologista me orientou sobre todas as chances de cura que eu tinha. E, assim, comecei a seguir todos os passos para enfrentar essa batalha, afinal de contas a doença já estava ali e eu só tinha dois caminhos: me entregar e esperar o pior; ou enfrentar tudo e usar todas as chances que eu tinha. Escolhi enfrentar! Como falei, eu queria acompanhar o crescimento de minhas filhas! Elas foram a minha maior motivação.

Passei por uma mastectomia (retirada da mama) e, em seguida, pela reconstrução mamária. Os procedimentos cirúrgicos e os resultados pós-operatórios foram um sucesso. Após o período de recuperação, iniciei sessões de quimioterapia. Momento bem difícil! Perdi os cabelos, mas não perdi a cabeça. A fé na cura continuava forte. O apoio da família e dos amigos, e até de pessoas que eu nem conhecia, foi fundamental. Fiquei debilitada, nesse período, mas sabia que tudo iria passar. Houve dias que eu nem conseguia sair da cama; que não conseguia sequer levantar os braços; andava com dificuldade e tinha que fazer as refeições na cama. A quimioterapia tira toda a nossa força física, mas como cristã estava certa de que Deus estava no comando de todas as coisas, e eu só precisava fazer a minha parte e confiar. Quando estava em dias muito ruins, eu sempre dizia ‘Vai passar!’. E passou! Estou aqui, agora, contando essa história.

De quando houve o sangramento até a última sessão de quimioterapia, se passou pouco mais de um ano. Meu tratamento continua por mais cinco anos; tomo Tamoxifeno diariamente, mas já voltei às minhas atividades pessoais e de trabalho, com poucas restrições. Tripliquei os cuidados que já tinha com minha saúde. Os exames preventivos são muito importantes. Às vezes, eles não dão o diagnóstico preciso, inicialmente, como foi o meu caso, mas dão indícios para se chegar até ele. Uma equipe médica experiente e acolhedora também é muito importante para o sucesso do tratamento; além de estar rodeada do amor de pessoas (família, amigos) que possam nos confortar e apoiar emocionalmente. Hoje eu tenho mais uma missão na vida: a de mostrar a outras mulheres que passam pela mesma situação que enfrentar a doença é o caminho mais certo para derrotá-la; desistir nunca deve fazer parte da jornada de um paciente de câncer. E, para aquelas saudáveis, lembrar sempre de estar vigilante e não descuidar da saúde. A vida é um sopro... Devemos nos cuidar, cuidar de quem a gente ama, viver o hoje e cultivar a alegria no coração”.


Campanha

Numa iniciativa própria, que teve a acolhida do setor de Comunicação Social e Eventos, Carla Alves, que é ex-aluna do curso técnico em Saneamento da antiga ETFRN (1990-1993), inaugura uma série de depoimentos, inseridos na Campanha Outubro Rosa, criada com o objetivo de ajudar na conscientização das mulheres acerca da importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença.

Se você tem alguém muito próximo que vive ou viveu essa batalha, envie seu testemunho para a Comunicação Social pelo e-mail: ccs.cnat@ifrn.edu.br. Os depoimentos serão veiculados no site e facebook institucionais.