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PREMIAÇÃO

Campus conquista dois credenciamentos para mostras internacionais

Delegação foi premiada ontem no Foro Internacional de Ciencias e Ingenieria, em Santiago, no Chile

Publicada em 02/09/2017 Atualizada há 1 ano

Jésua e Nicodemos vão para a ESI AMLAT no Chile e Magno para encontro de pesquisadores na Colômbia

A noite desta sexta-feira (1º) foi de muita comemoração para três estudantes do curso técnico em Eletrônica. Jésua Duarte, Nicodemos Silva e Magno Nascimento conquistaram no Foro Internacional de Ciencia e Ingenieria (FICI 2017), em Santigo, no Chile, dois credenciamentos para mostras de tecnologias no exterior. 

Onde, então?

 

Jésua e Nicodemos: vivência e experiência que produz conhecimento

A dupla parece já ter se habituado aos bons resultados. No primeiro evento científico de que participou, a Expo MILSET Brasil 2016, em Fortaleza/CE, obteve o terceiro lugar da categoria "Engenharias" e o credenciamento para a Youth Science Meeting, que aconteceu em julho do ano passado em Lisboa, Portugal. Em território lusitano, conseguiu o credenciamento para a Expo-Sciences International (ESI), realizada em fevereiro deste ano na capital cearense. Meses antes, em novembro de 2016, na MOCITECZN, considerada atualmente a maior feira de tecnologia da Zona Norte de Natal, a equipe conquistou o credenciamento para o FICI 2017, em Santiago.

Não parou por aí. Setembro chegou e com ele o credenciamento, obtido no FICI, para a edição 2018 da ESI AMLAT, que será realizada no Chile, em Antofagasta, cidade conhecida popularmente no país como "Pérola do Norte". 

"Essa vivência em mostras tecnológicas nos trouxe muito conhecimento, acrescentando muito às nossas apresentações, sobretudo no idioma nativo (o espanhol). Evoluímos bastante academicamente, como pessoas, porque cada evento nos oferece uma bagagem cultural muito grande. A cada participação, nossa motivação aumenta e nos estimula a querer sempre melhorar", comentou Jésua.

 

Sensibilidade e tecnologia a serviço da acessibilidade e inclusão

O grupo criou o Projeto Mirar, que propõe a utilização de um tipo de óculos que, por meio de circuitos eletrônicos, é capaz de monitorar à distância obstáculos próximos a parte superior do corpo do usuário, proporcionando melhoria na acessibilidade, segurança e independência a pessoas com deficiência visual.

"Os óculos têm a função de orientar essas pessoas quando se aproximarem de quaisquer obstáculos, através de bips emitidos por sensores de distância ultrassônicos e transdutores piezoelétricos, sugerindo a possibilidade de utilizá-los junto com uma bengala, por exemplo, tornando, assim, o usuário menos vulnerável a acidentes, promovendo a sua inclusão social", explicou o professor Marcus Fernandes, orientador do trabalho. 

A ideia de desenvolver o trabalho surgiu após uma visita da dupla ao Instituto de Educação e Reabilitação dos Cegos, situado no bairro do Alecrim. "Tudo começou quando visitamos o local para saber como a tecnologia podia ajudar essas pessoas, que lamentavam a falta de acessibilidade nas vias públicas, que não são adaptadas para quem tem dificuldades para enxergar. Ficamos sensibilizados com a situação", revelou a estudante.

 

Magno: dedicação da sala de aula à pesquisa

Magno, que tem um dos maiores índices de rendimento acadêmico da turma, desenvolve pesquisas na escola há cerca de dois anos, utilizando agro-resíduo (oriundo da casca do coco verde) para tratamento e purificação da água. 

O sucesso de seu trabalho o credenciou como bolsista em editais da Pró-Reitoria de Pesquisa do IFRN e do CNPq, assim como para participação em eventos de alcance regional, nacional e internacional. Assim como Jésua e Nicodemos, ele participou da Expo MILSET Brasil 2016, onde conquistou o segundo lugar da categoria "Química" com o seu projeto. O credenciamento foi obtido também através da MOCITECZN, em novembro de 2015.

Depois disso, ele não parou mais. Na Fenecit 12, em Recife/PE, ele foi um dos protagonistas da delegação do Campus. Não teve apenas o seu trabalho eleito como o melhor da Categoria "Ciências Exatas e da Terra" na feira, mas conseguiu também o credenciamento para dois eventos: o primeiro, a XV Feira Brasileira de Ciências e Engenharias (Febrace), considerada a maior para não universitários do mundo (no mês de março, em São Paulo/SP). Na ocasião, ele garantiu dois prêmios: o segundo lugar da categoria em que foi premiado no evento anterior e o credenciamento para o seu primeiro evento internacional: a Genius Olympiad, realizada no mês de junho em New York, Estados Unidos. Já o segundo credenciamento saiu para o Encuentro Internacional de Semilleros de Investigación, na Colômbia, também previsto para 2016. Contudo, o corte de gastos do Governo Federal no orçamento de instituições federais de ensino como o IFRN inviabilizou as duas viagens.

Ontem, no FICI, uma grata surpresa para Magno: o credenciamento para edição 2018 do evento da Colômbia. "Estamos muitos satisfeitos pelo evento. É uma forma diferente de aprendizado que nos motiva a dar os próximos passos", admitiu o estudante.

Na visão do professor Roberto Lima, orientador da pesquisa, participar de feiras científicas é muito positivo para os alunos e o Instituto. "Além da sempre importante visibilidade institucional, podemos destacar a oportunidade de troca de experiências com estudantes e professores pesquisadores do Brasil e do mundo, ampliando contatos e parcerias com instituições e empresas".

 

A pesquisa

Segundo o pesquisador, o trabalho é inédito. "Na busca do aproveitamento de biomassa, cada vez mais abundante no país, realizamos ensaios físico-químicos com o pó obtido da casca do coco verde, que apresenta morfologia porosa e rica em grupos carboxila, hidroxila e carbonila, dentre outros grupos funcionais ativos capazes de atuar na adsorção de cátions metálicos", explicou.

No trabalho foram desenvolvidos estudos para verificar a eficiência desse pó no abrandamento da água dura (salobra). "O pó vai dar destino nobre e de caráter sustentável ao agro-resíduo que, depositado de forma irregular no ambiente, propicia, dentre outros problemas, a proliferação de vetores indesejáveis causadores de doenças", complementou o professor.

Roberto aproveitou, ainda, para agradecer ao Campus e à Pró-Reitoria de Pesquisa de Instituto (Propi/IFRN), que contribuíram para o sucesso de mais esta participação exitosa de alunos em um evento internacional. "Sempre ficarei grato ao Campus pela liberdade oferecida para o desenvolvimento e a realização dos trabalhos mais diversos; ao professor Marcus Fernandes, da Coordenação de Pesquisa e Inovação, e aos colegas de trabalho que apoiam e colaboram para a formação dos nossos estudantes. Agradeço também à Propi pelo importante incentivo à pesquisa e participação em eventos", finalizou.

 

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